Conselhos são da psicóloga Ana Carolina Peuker, fundadora e CEO da BeeTouch, mental healthtech que mensura riscos relacionados à saúde mental em empresas
POR PINEAPPLE HUB
Mais de um ano de trabalho remoto já se passou e, com o avanço da vacinação contra a COVID-19 no país e a consequente redução de números de casos e óbitos provocados pela doença, já torna-se possível desenhar um cenário de volta ao ambiente de trabalho, nem que seja ao menos por alguns dias da semana. Porém, depois de tantas mudanças, uma incerteza permeia a mente dos colaboradores: como será essa volta?
Para ajudar com as dúvidas e com mais um período de adaptação em que nossas vidas vão passar, a Dra. Ana Carolina Peuker, CEO e fundadora da BeeTouch, mental healthtech que mensura riscos relacionados à saúde mental em empresas e instituições por meio da tecnologia, afirma que não será tão simples assim passar por outro processo de mudanças, e por isso, a profissional dá 7 dicas para preparar a saúde mental para o tão aguardado retorno.
1 – O medo da volta é normal
Tudo o que é novo necessita de um espaço de tempo para adaptação, foi assim no início da pandemia, e não será diferente agora. Depois de tanto tempo em casa, sentir receio em retornar é absolutamente normal, já que envolve questões como o medo da infecção pela doença, desfazer os laços entre filhos, casa, família e trabalho, e das situações da rotina do ambiente corporativo.
2 – Dê tempo ao tempo
A volta ao trabalho presencial traz dificuldades de transição e é preciso respeitar o seu tempo, limites e espaços, tanto em casa, no momento da separação dos filhos, animais de estimação e ambiente, mas também com a vida social, que querendo ou não, ficamos destreinados. As pessoas estão mais sensíveis a palavras, a tons de voz, contrariedades, estímulos, e assim como tivemos um período para se adequar ao home office, também vamos precisar desse tempo para o presencial, e é muito provável que a vida profissional, bem como as demais esferas de nosso cotidiano, não retornem ao padrão de funcionamento anterior à crise pandêmica. Aceite a realidade como ela é, sem desejar que tudo seja igual ao que era antes. Olhe para frente levando todos os aprendizados que você teve, não se fixe no passado.
3 – Prepare a mente antes do retorno
Uma das melhores formas de começar a se adaptar é em casa. Ajustar a rotina como se já estivesse no escritório é uma boa forma de sentir menos o impacto no retorno, para que a ansiedade seja diminuída quando a ida ao trabalho acontecer. Começar a seguir os horários na sua rotina parecidos com aqueles que pratica no modelo presencial de trabalho é uma ótima dica, e claro, entender que é muito possível não dar conta de todas as atividades, assim como antes do período de pandemia. Conversar com os filhos sobre essa mudança e preparar os familiares também é importante para obter a compreensão necessária nos momentos de ausência ou maior demanda.
4 – Busque ajuda profissional
Muitos colaboradores buscaram auxílio junto a profissionais de saúde mental quando a pandemia começou.É importante continuar o tratamento para lidar com essa transição da melhor forma, caso sinta que precisa de ajuda. Lembre-se que o corpo e a mente nos dão sinais de que as coisas não vão bem, fique atento a isso e busque um profissional que esteja apto tecnicamente para lhe apoiar.
5 – Empatia com o próximo também ajuda
Rever os colegas, voltar a trabalhar em equipe, dividir angústias, medos e a rotina do dia a dia será agregador para o ambiente presencial e pode fazer com que você deixe um pouco de lado as suas próprias dificuldades.
6 – Confie na sua capacidade de resiliência
Sim, nós temos essa capacidade de nos reinventar. A maior prova disso foi a adaptação do mundo físico ao virtual, em março de 2020, quando o escritório foi transportado para o home office. Como seria possível administrar a casa, filhos, trabalho e uma pandemia global? E nós sobrevivemos, e é hora de confiar na sua própria capacidade de se reinventar, mais uma vez.
7 – Conte com a tecnologia para melhorar a saúde mental
A tecnologia não só pode como deve ser a nossa aliada quando falamos de prevenção de problemas mentais promoção ao bem-estar. Você já deve ter percebido o aumento da oferta de atendimentos psicológicos online em virtude da pandemia. Um dos resultados possíveis disso, que poderemos confirmar daqui a algum tempo, é um aumento do número de pessoas que estão fazendo psicoterapia e cuidando da sua saúde mental no mundo todo (sem barreiras geográficas, de deslocamento, menor custo, entre outros benefícios). Essa é apenas uma das formas que a tecnologia tem de prevenir o agravamento de problemas psicológicos e promover, de maneira consistente, estratégias para o cuidado em saúde mental.
Recursos digitais voltados ao autocuidado psicológico mostram o seu potencial de alcançar mais pessoas com menos recursos do que os cuidados presenciais – além de quebrar algumas das barreiras atuais que impedem as pessoas de acessar os cuidados de saúde mental (como o estigma, por exemplo). Além das consultas por videochamada, diagnósticos digitais, aplicativos de monitoramento do humor e outros recursos on-line e remotos podem tornar a prevenção aos problemas mentais mais dinâmica, flexível e no tempo certo. Ainda que haja uma crescente oferta de recursos e programas digitais disponíveis para o uso geral da população, há sempre que se ter cuidado com aqueles que foram construídos com base em evidências científicas – e que podem, efetivamente, contribuir para a saúde mental dos seus usuários.
Sobre a BeeTouch:
A Bee Touch é uma Digital Health Startup criada pela psicóloga, professora e pesquisadora Ana Carolina Peuker, a psicóloga, especialista em psicologia clínica com ênfase em psicoterapia comportamental, mestre e doutora em Ciências Médicas Sibele Faller e o cientista da computação, Felipe Scuciatto que desenvolveram juntos, soluções para saúde mental como a Avax Psi, primeira plataforma digital de avaliações psicológicas a partir de data science do Brasil. Acesse beetouch.com.br e saiba mais.
Sobre a Ana Carolina Peuker:
A profissional é uma entusiasta do fortalecimento da Psicologia como ciência e da inovação na área. Psicóloga, Professora e Pesquisadora. Especialista em Psicologia Clínica. Possui Mestrado, Doutorado e Pós Doutorado em Psicologia, no Programa de Pós Graduação (PPG) em Psicologia (UFRGS), no Laboratório de Psicologia Experimental, Neurociências e Comportamento (LPNeC). Atuou como professora do Instituto de Psicologia da UFRGS. Realizou seu segundo Pós Doutorado em Psicologia no Grupo de Estudos Avançados em Psicologia da Saúde – GEAPSA (UNISINOS). Foi também professora e pesquisadora colaboradora do Centro de Pesquisa em Álcool e Drogas (CPAD), do Departamento de Psiquiatria da UFRGS e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), por mais de dez anos. Além disso, integra a Comissão de Avaliação Psicológica (CAP) e do Grupo de Trabalho sobre Avaliação dos Riscos Psicossociais do Conselho Regional de Psicologia do RS (CRP/07). É membro do GT de enfrentamento à COVID-19 da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP).
Crédito: divulgação