POR: Carolina Serra – Hospital América
Em 2019, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), estimam-se, no Brasil, 85.170 novos casos de câncer de pele não melanoma entre homens e 80.410 entre mulheres. Esses valores correspondem a aproximadamente 82,53 casos a cada 100 mil homens e 75,84 a cada 100 mil mulheres. O câncer de pele é um tumor de pele maligno, provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. “A radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento de tumores cutâneos, e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento”, explica Dra. Thaiz Santos Ochôa, dermatologista e prestadora de serviços no Hospital América de Mauá.
Existem três tipos de câncer de pele: “O carcinoma basocelular, mais frequente e com alto percentual de cura; o carcinoma espinocelular, de incidência média; e o melanoma, o tipo mais grave e mais raro. Em qualquer um desses casos, a doença é curável se detectada em estágio inicial”, esclarece a especialista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), os erros mais frequentes na prevenção do câncer de pele são não usar filtro solar diariamente, não o reaplicar durante o dia, achar que em dias nublados ou chuvosos ele não é necessário ou usar maquiagens que contenham filtro e acreditar que sejam suficientes para se proteger dos raios solares. “Outros erros comuns são usar o filtro solar só no rosto e se esquecer do corpo, se expor ao sol para se bronzear, fazer bronzeamento artificial e não ir ao dermatologista regularmente. O sol não é um vilão, mas a exposição solar indiscriminada, desprotegida e intermitente pode fazer mal, já que os raios solares são o principal fator de risco para o câncer da pele”, lembra a doutora.
O autoexame no espelho e a consulta com o dermatologista são a melhor forma de detectar lesões e prevenir o câncer. “Na consulta, realizamos o exame físico da pele. Junto com o exame físico, também usamos uma técnica chamada dermatoscopia para avaliar as lesões. Com o dermatoscópio, que é uma lente de aumento especial com fonte de luz própria, observamos a lesão e, se houver indicação, realizamos a biópsia da pele”, explica Ochôa.
Somente o exame clínico ou uma biópsia, ambos feitos pelo dermatologista, podem diagnosticar o câncer de pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas: “Lesão na pele que possua aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangre facilmente; alguma pinta preta ou castanha que mude de cor, textura ou torne-se irregular nas bordas e cresça de tamanho; mancha ou ferida que não cicatriza e que continue a crescer, apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento”, pontua a médica.
Além do uso do filtro solar, existem diversas formas de proteger a pele do corpo todo contra os raios UVA e UVB do sol. “É importante ressaltar que a proteção solar deve ser feita tanto em momentos de lazer quanto no caso de pessoas que trabalham sob o sol. No caso do trabalhador que exerce atividades ao ar livre, equipamentos de proteção individuais, como chapéus de abas largas, óculos escuros, roupas que cubram boa parte do corpo e protetor solar, são itens obrigatórios no dia a dia, para evitar que a exposição prolongada cause problemas de saúde”, finaliza.
Dra. Thaiz Santos Ochôa, dermatologista e prestadora de serviços no Hospital América de Mauá | Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia | CRM 121336