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Personalidade

Fotógrafo brasileiro é eleito o maior em vendas mundiais de imagens da América do Sul

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O publicitário Paulo Vilela conseguiu se lançar com criatividade no mercado de banco de imagens mundiais e, hoje acumula um rendimento de mais R$ 1 milhão em royalties, além de 200 mil fotos e vídeos vendidos

POR: Verbo Nostro Comunicação Planejada

Não é por acaso que o fotógrafo Paulo Vilela se dá bem em sua profissão. Sua formação já entrega o jogo: é publicitário, nascido em Ribeirão Preto (SP), e tem um olhar simplesmente ágil sobre como o mercado de fotografias tem se moldado nesses últimos anos – repleto de tecnologia. Atento e “um pouco pessimista com a atuação tradicional”, soube se lançar nos bancos de imagens da internet e conseguiu alcançar uma estimável posição em um ranking mundial de fotografia. Ele é considerado hoje o fotógrafo com mais destaque em vendas mundiais de imagens da América do Sul, título recebido pelo seu alto rendimento de mais R$ 1 milhão em royalties, 200 mil fotos e vídeos vendidos online, e um faturamento que cresce em média 30% ao ano.

Esse cenário, que parecia improvável há pouco tempo atrás, representa muito da transformação acelerada da fotografia mundial dos últimos 20 anos. A invasão dos smartphones, o aumento de fotógrafos no mercado, a desvalorização em diversos segmentos e o fechamento de grandes empresas do setor são mudanças que afetaram a maioria dos profissionais dessa área. Como resposta a isso, Vilela decidiu acompanhar cada uma dessas mudanças, e foi assim que acabou se encontrando inevitavelmente com os bancos de imagem online.

Beef steak on the grill with fire. Brazilian barbecue.

Na verdade, os chamados “bancos de imagens” já existem há um tempo: eram catálogos impressos enviados para agências de publicidade no mundo todo. Mas sua popularidade realmente veio à tona conforme a internet foi evoluindo e grandes empresas foram entrando nesse mercado – e seu crescimento tem sido astronômico desde meados de 2002. Somente o Shutterstock, que atualmente é o maior banco de imagens do mundo, pagou para fotógrafos do mundo todo mais de US$ 1 bilhão de dólares em royalties. Atualmente, com o consumo frenético de imagens para divulgação, venda e apresentação de produtos e serviços, eles se tornaram a principal forma de aquisição de imagens no mundo, com custos baixos, download instantâneo e qualidade. E a tendência é que continuem crescendo.

Vilela entendeu esse cenário já faz um tempo. Ele coloca suas imagens e vídeos nos bancos de imagens, desde 2014, quando seu principal objetivo era não depender mais de mercados locais. “Eu já sabia que o mercado local ia sofrer algumas dificuldades, como de fato está sofrendo. Então foi uma questão de olhar para ele dali a cinco anos e enxergar como estaria, e assim tentar acompanhar a situação”, conta. O fotógrafo diz que os profissionais da área realmente passaram por um momento difícil, com diminuição de volume de trabalhos, mas que as coisas já voltaram a se normalizar. “O mercado já retomou, e de uma forma melhor (pelo menos para mim), porque com a internet você acaba tendo mais visibilidade”.

O publicitário também percebeu que vários de seus clientes estavam migrando para esses bancos de imagens, e que era “um caminho sem volta”. Hoje, já construiu um portfólio com mais de 26.500 fotos e vídeos e já vendeu mais de 200 mil imagens, com faturamento de mais de R$ 1 milhão (e que cresce em média 30% ao ano) nos 10 maiores bancos de imagens do mundo. E uma das melhores partes desta atuação é que as vendas são feitas em dólar, o que o livra de possíveis crises de mercado.

Ele estudou muito o mercado antes de se inserir nele, e grande parte do que desenvolveu foi pensando na demanda mundial por imagens. “Para ser rentável, não são quaisquer fotos que possuem grande potencial de vendas. O fotógrafo precisa analisar o que tem sido mais consumido nos bancos mundiais e assim tentar criar fotos que sejam uma resposta a isso”. Paulo Vilela é especializado na categoria “Food”, e a maioria de suas de suas fotos possuem essa temática, sem deixar de diversificar o portifólio.

Para ele, muitos fotógrafos ainda não entenderam o quanto se pode ganhar nesse mercado, ou, ainda, não quiseram se inserir por estarem acostumados a uma outra lógica de vendas em que uma única foto podia ser vendida por um preço muito alto. “Para a maioria deles, é muito difícil aceitar vender uma imagem que ele fez com tanto carinho por centavos de dólar, e ainda produzir antes para talvez ganhar depois”.

Na ótica de Vilela, essa é uma barreira a ser quebrada. Primeiro porque centavos, em nível mundial, podem virar milhões, e segundo porque “nesse mercado não se produz arte, e sim um produto para ser consumido mundialmente milhares de vezes”. “Na minha opinião, os bancos de imagens são como a China da Fotografia: produzir muito, priorizando a qualidade com o menor custo possível e vender milhares de vezes esse mesmo produto”, diz.

Foi com essa lógica que chegou a marcas impressionantes de vendas. Mas conta que, ao longo do tempo, foi mudando um pouco suas estratégias: antes, produzia uma quantidade muito grande de fotos, mesmo que tivessem uma qualidade criativa menor, e tentava vendê-las, analisando as estatísticas de cada produção. Hoje, produz menos, mas cada clique é mais valioso porque as fotos são mais direcionadas para determinados mercados. “Produzo em menor quantidade, mas com extrema qualidade, criatividade e diversidade de temas, tentando sempre superar o nível em relação às imagens concorrentes e manter o volume de vendas em todos os períodos do ano”.

Vilela diz que sempre olha para o seu mercado daqui a cinco anos e, com uma pontinha de pessimismo, tenta analisar como vai se desenvolver. E é justamente essa desconfiança que o leva para novos projetos. “Se você é muito otimista e pensa que seu mesmo trabalho vai continuar dando certo por muito tempo, você fica estagnado e acaba não procurando novas formas de atuação”.

Atualmente, trabalhando sozinho, comanda três negócios relacionados à fotografia: estúdio, bancos de imagens e cursos online, e acredita que encontrou uma maneira de driblar as crises, diversificando os negócios dentro da fotografia. “Nos dias de hoje, os negócios surgem e desaparecem em um piscar de olhos. É preciso estar muito ligado a essas mudanças e buscar alternativas antes que o pior aconteça. A hora certa de buscar outros mercados é justamente quando o seu negócio está indo bem, principalmente em mercados de médio e longo prazo”, finaliza.

Paulo Vilela

É publicitário, fotógrafo profissional e atualmente um dos maiores contribuidores brasileiros nos principais bancos de imagens do mundo. Com vasta experiência em fotografia publicitária, já produziu fotos em mais de 25 países dos cinco continentes. No Brasil, fotografou para diversas campanhas publicitárias com artistas como: Regina Duarte, Murilo Rosa, Reinaldo Giannechini, Paola Oliveira, Eriberto Leão, Edson Celulari, Thiago Lacerda, Fernanda Vasconcelos, entre outros.

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