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Economia S/A

Como gerir uma empresa em tempo de crise

6 Mins read

Por: Geórgia Roncon

Imagine o seguinte cenário: após uma crise mundial sem precedentes, o
seu país se arrasta por um longo período de recessão. Não bastando
isso, outra crise, desta vez sanitária, abala o mundo e promete
impactar terrivelmente a economia mundial. Roteiro para filme, não é
mesmo? Mas não é ficção, trata-se da mais pura realidade.

A organização estratégica das empresas nunca foi tão valorizada
quanto nos dias de hoje. Nos momentos de incerteza como os que vivemos
atualmente, não só os mais fortes mas igualmente os mais organizados e
resilientes são aqueles que sobrevivem. Aqueles que sabem COMO GERIR
UMA EMPRESA EM TEMPO DE CRISE são líderes supervalorizados e estimados
pelo mercado.

Mas a pergunta que fica é: como gerenciar o fluxo de caixa e as
finanças para a gestão de crise [1]?

Dê importância à gestão estratégica

Por definição, a gestão estratégica é composta por um conjunto de
práticas, metas e objetivos que geralmente são definidos pelos
gestores de uma empresa sólida [2] — eventualmente com a
contribuição dos colaboradores.

Assim, além de nortear os objetivos mais importantes a serem atingidos
em um determinado período de tempo, um planejamento estratégico
também deve definir como os objetivos serão alcançados e quais
recursos devem ser alocados para que as metas sejam materializadas.

O grande problema acontece quando esse importante passo do
desenvolvimento empresarial é negligenciado ou construído de forma
apressada e sem a motivação adequada. Como consequência, em um
momento de crise, o caos organizacional toma conta dos setores, deixando
o marketing tomando decisões pontuais, o operacional apagando
incêndios e o financeiro com a grande responsabilidade na tomada de
decisões.

Antecipe-se aos problemas

Por mais que se planeje, alguns cenários são totalmente
imprevisíveis. Afinal de contas, quem, em sã consciência pensaria que
em pleno 2020 teríamos não só uma crise sanitária, mas também
econômica e global.

Ninguém, não é mesmo? Mas é nesse momento que o setor financeiro de
uma organização mostra a sua força e importância não só pelo
controle dos recursos, mas por basear-se em dados, muitos dados que
fornecem subsídios para a antecipação de cenários.

Por mais que um determinado contexto seja completamente imprevisível,
há dados preciosos sobre preços de commodities, insumos, pessoal,
impostos e outras variáveis de períodos anteriores que podem fornecer
uma estimativa do que pode estar por vir. Então, faça uso da
tecnologia e aposte na criação de diferentes cenários, tomados a cada
30, 60, 90 ou 120 dias.

Existem inúmeras ferramentas disponíveis na ciência de dados que
podem ajudar neste sentido. Caso sua firma não possua um profissional
com essa expertise, considere ao menos a contratação de um colaborador
temporário para ajudar pontualmente nos momentos de crise como o que
estamos vivendo atualmente.

Monitore tudo

Um momento de incerteza deixa o mercado volátil e em busca de liquidez.
Isso não acontece somente com relação a ativos puramente financeiros
como ações, fundos de investimentos ou o câmbio, mas também com
insumos, dívidas, contratos atrelados em moeda estrangeira, entre
outros.

Por exemplo, caso a sua empresa possua contratos atrelados ao dólar e
esse sofre uma valorização média de 20%. Sua dívida será 20% maior
naquele mês. Além disso, você ganha em moeda nacional. Então, o que
fazer?

A depender do contexto de uma crise setorial ou generalizada, considere
realizar uma renegociação contratual. É possível que o seu
fornecedor prefira manter o contrato com o preço vigente do que perder
clientes num longo prazo. Mas como essa situação pode mudar de forma
súbita, mantenha os olhos abertos e monitore tudo.

Cuide e remova os gargalos

Analise a entrada e saída dos processos

Às vezes, momentos difíceis são oportunidades para identificar, por
meio do “pente fino” do monitoramento, possíveis gargalos existentes
nos processos habituais do negócio. Analise as entradas (_input_) e
saídas (_output_) de cada processo-chave para verificar eventuais
remanejamentos de recursos, melhorias ou migrações.

Discuta tudo com cada time responsável. Ninguém gosta de alterações
bruscas em seus fluxos, mas ao demonstrar que algum setor estratégico
pode não entregar o devido valor à empresa como o previsto, sua
argumentação ganhará mais força.

Identifique possíveis causas

Durante a checagem de cada um dos setores, talvez você consiga
identificar alguns problemas graves que antes passavam despercebidos.
Nesse ponto, liste os pontos que considerar mais críticos. Faça uma
reunião com a direção do empreendimento e busque o responsável pelo
setor. Verifique o que pode ser melhorado em cada um dos itens a seguir:

* carência de mão de obra;
* mão de obra não qualificada;
* maquinário obsoleto;
* maquinário sem manutenção adequada;
* falhas na definição de métricas e indicadores;
* softwares obsoletos;
* falta de treinamento.

Caso você identifique, por exemplo, que existe um alto custo de
licenciamento de software para uma ferramenta de baixa produtividade,
corrija isso de forma relativamente rápida — a depender do setor. O
mais importante é fazer com que seus colaboradores entendam e
contribuam para a superação do momento atual.

Gerencie as despesas

Não é nenhuma novidade que isso deve ser feito. Mas a dificuldade
encontrada pela maioria dos gestores, e principalmente aqueles que não
sabem como gerir uma empresa em tempos de crise, é onde cortar.

Sem um planejamento estratégico, é bastante difícil saber que
setores, processos, dívidas ou até contratos podem ser deixados de
lado num primeiro momento. O desconhecimento de qualquer estratégia
quase sempre resulta em corte na folha de pagamento. Mas essa nem sempre é a melhor decisão. Então, o que fazer?

Reduza tributos

Existem diversas consultorias especializadas no mercado que oferecem
recursos de redução de tributos empresariais. Como o processo de
contabilidade no Brasil é extremamente complexo e sofre alterações
constantes, nem sempre as equipes são capazes de lidar com as inúmeras
dificuldades dos sistemas contábeis.

Assim, é possível que você ou a sua instituição estejam pagando
impostos a mais do que necessitam. Às vezes, uma mudança no regime de
tributação pode não reduzir tributos, mas capacitar os gestores na
conversão do valor pago em investimentos ou em pesquisa e
desenvolvimento por meio de ações governamentais, editais, etc.

Porém, além da redução de tributos, você pode orientar sua equipe
na busca de uma maior rentabilidade, remanejando ativos financeiros para
alternativas mais adequadas à sua realidade.

Análise a rentabilidade das reservas financeiras

Verifique onde as reservas financeiras da empresa estão alocadas. De
acordo com o tipo de planejamento adotado, pode ser interessante
permitir que esses valores estejam em um fundo de investimentos,
aplicados em títulos de tesouro, em algum ativo seguro com
rentabilidade próxima à taxa SELIC [3] ou atrelado à taxa de
inflação.

A escolha entre uma ou outra opção dependerá basicamente do tipo de
contexto encontrado. Uma das reservas financeiras onde essa estratégia
pode ser facilmente aplicada é o montante reservado mês a mês para o
pagamento do 13º dos funcionários.

Seja transparente com os colaboradores

Por mais que a corporação adote as medidas internas consideradas
ideais para o enfrentamento do período de incertezas, os funcionários
sempre são influenciados por fontes externas.

Assim, visando evitar que o medo impacte negativamente na motivação
deles, pode-se e deve-se tomar medidas para acalmar os ânimos usando de
total transparência com seus trabalhadores. Eles precisam ter a noção
de que crises são momentâneas e que a empresa conta com um plano para
enfrentá-las. Algumas boas práticas para manter os colaboradores
informados são:

* não tomar decisões de comunicação precipitadas;
* fornecer uma comunicação contínua;
* não negar ou omitir a crise, colocando “panos quentes”;
* não subestime ou superestime as situações;
* antecipe os diferentes cenários;
* mostre uma liderança forte [4] e encorajadora.

Sabemos que há muito o que ser feito, principalmente quando há um
desequilíbrio financeiro capaz de impactar a empresa por um período
que ainda indeterminado. Apesar disso, ser transparente é sempre a
melhor escolha. E para isso, é sempre bom contar com algumas
ferramentas que o auxiliem na tomada de decisão.

Conte com ferramentas de apoio às decisões

Faça uso da tecnologia a seu favor. Nos dias de hoje, um bom controle
financeiro depende de aplicação de inovação tecnológica [5] por
meio de um bom software de gestão. Ao considerar algumas alternativas,
verifique sempre se a ferramenta possibilitará a redução de falhas de
registro, a automação de tarefas-chave e a análise de dados para que
você possa se concentrar no planejamento estratégico da empresa.

Considere também que os dados fornecidos sejam facilmente compreendidos pelos dirigentes de sua organização. Eles necessitam que as
informações sejam compreendidas de uma forma não somente técnica,
mas também prática, efetiva e assertiva para que sua tomada de
decisões seja mais eficiente.

Por fim, um gestor financeiro, assim como qualquer líder dentro de uma
empresa, necessita ter uma presença forte, sendo firme e confiável em
suas decisões. Afinal de contas, o setor financeiro normalmente é o
responsável por ditar o ritmo em COMO GERIR UMA EMPRESA EM TEMPO DE CRISE.

Mas não adianta ter um bom líder nas finanças se ele não puder
contar com uma equipe que igualmente entenda COMO GERIR UMA EMPRESA EM TEMPO DE CRISE. A importância do treinamento contínuo do corpo financeiro é fundamental para a execução das tarefas frente aos
desafios. Então, para que outras pessoas do seu time fiquem por dentro
desse assunto, compartilhe esse conteúdo em suas redes sociais.

Links:
——
[1] https://rockcontent.com/blog/gestao-de-crise/
[2] https://ecqonline.com.br/quer-uma-empresa-solida-e-de-resultado-construa-o-alicerce/
[3] https://blog.rico.com.vc/o-que-e-taxa-selic
[4] https://ecqonline.com.br/lideranca-e-gestao-de-pessoas/
[5] https://ecqonline.com.br/novacao-tecnologica-nao-e-coisa-do-futuro-6-motivos-para-investir-agora/
[6] https://www.pressmanager.com.br/pressvoice
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