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Entrevista: Médico Especialista, Dr João Scaff explica tudo que você precisa saber sobre Telemedicina

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A pandemia causada pelo novo coronavíus tem proporcionado novas discussões de temas antigos e, por meio de uma circunstância desafiadora, a oportunidade de execução de práticas inovadoras e com grandes potenciais de legado positivo do momento atual. Entre essas práticas impulsionadas pela Covid-19 está a telemedicina que compreende uma infinidade de práticas relacionadas ao uso de tecnologias da informação na área da saúde para permitir o atendimento remoto. Antes um tema polêmico e pouco difundido entre os profissionais no Brasil, a prática se tornou uma necessidade, tendo em vista o aumento exponencial de casos de covid-19 no País.

Para entendermos um pouco mais sobre a Telemedicina, convidamos o Dr. João Scaff, médico Especialista em Ginecologia e Obstetrícia, da Clínica Obstétrica São Paulo, para um bate-papo com o jornalista Jairo Rodrigues.

Jairo Rodrigues: Doutor João! A grosso modo, como podemos definir Telemedicina? 

Dr. João Scaff: É uma área da telessaude voltada para o atendimento médico à distancia como prevenção à saúde primária, orientação, informação, diagnóstico e prescrição. Por exemplo: Em locais distantes do nosso pais ela ajuda os médicos a terem acesso a informações com outros especialistas em grandes centros, ajudando em seu diagnóstico e tratamento, evitando assim em muitos casos a locomoção desses pacientes para outras cidades. Na radiologia, laudos podem ser gerados à distancia, sem a presença de um radiologista especializado – telerradiologia são realizados através da internet por diferentes plataformas, integrando regiões distantes ao grande centro.

Jairo Rodrigues: Ela veio para substituir as consultas presenciais?

Dr João Scaff: Existe um limite na telemedicina, em relação ao seu atendimento; ela não veio para substituir o consultório médico, mas sim para facilitar, agilizar e dar oportunidades a outras pessoas a terem acesso a informação profissional, porém, em algumas situações, a consulta presencial é fundamental, nem tudo é possível neste momento.

Jairo Rodrigues: No Brasil nós temos algum processo regulatório/jurídico que consolide as atividades feitas por tecnologias interativas?

Dr João Scaff: Pela lei n* 13989 que diz em caráter emergencial poderá ser utilizada a telemedicina enquanto durar a crise do covid – 19, para fins de assistência, pesquisa, prevenção de doenças e promoção a saúde, devendo o médico informar as limitações deste atendimento, pela impossibilidade do exame físico. Anda em tramitação projetos para sua regulamentação, e as resoluções normativas atuais são precárias até o momento, devendo após esta crise ser adaptada para as necessidades atuais.

Jairo Rodrigues: Como o senhor avalia a formação de profissionais/estudantes da área da saúde diante dessa nova realidade de tecnologias que a Telemedicina faz uso?

Dr João Scaff: hoje, com o avanço tecnológico, já existe dentro das escolas de medicina feramentas especificas com o intuito de ajudar no ensino profissional, através de softwares digitais na orientação de anatomia, interagindo com imagem de ultrassonografia, ressonância magnética. através de simuladores e inteligência artificial, podem praticar procedimentos, elevando assim sua eficácia e segurança. a nova geração de médicos já está acostumada com esse ambiente tecnológico, sendo assim mais uma ferramenta de aprendizado.

Jairo Rodrigues: os profissionais de saúde hoje estão, de alguma forma, mais abertos às novas tecnologias?

Dr João Scaff: como em todos as áreas profissionais a mudança se torna um incomodo, pois saimos de nossa zona de conforto e entramos em uma área desconhecida, de mudanças continuas. porém, se não nos adaptarmos a esses avanços, ficaremos excluidos de suas vantagens. toda essa  rápida transformação e trocas de inormação, nos obriga a uma constante busca de atualizações, para continuar na vanguarda do conhecimento profissional. Após essa atual crise mundial, o brasil terá que se adaptar aos novos padrões impostos pela tecnologia, e a telemedicina que antes era um desafio, vem agora para ficar e mudar a rotina no dia a dia de médicos e pacientes, porém não devemos esquecer que ainda temos limites em seu  atendimento  , assim como leis para regulamentar essa atividade profissional, protegendo médico e paciente.

Jairo Rodrigues: Que tipo de consulta os médicos podem realizar através da telemedicina?

Dr João Scaff: em caráter de urgência o cfm enviou um oficio 1756/2020 que reconhece a possibilidade de teleorientação, telemonitoramento, teleinterconsultas, onde o ato realizado pelo médico poderá avaliar os sintomas a distância, dando um direcionamento a sua assitência, direcionando para um centro médico ou especialista. Os atendimentos de pacientes crônicos com vinculo  profissional ; aqueles em curso de tratamento e com consultas de retorn; paciente em uso de remédios continuos que necessitam de renovação da receita.

Jairo Rodrigues: Mesmo em relação as novas consultas?

Dr João Scaff: Novas consultas, sem vinculo profissional anterior para realizar diagnóstico e tratamento, devem ser evitadas. O profissional deverá registrar o atendimeto em um prontuário, respeitar o sigilo médico, além de haver um consentimento formal do paciente em receber a orientação à distância. caso ocorra uma não conformidade, deverá o médico encaminhar o paciente a um serviço presencial. Estamos vivendo um momento de pandemia, onde essa autorização é excepcional e temporária, devendo aguardar sua regulamentação pelos órgãos competentes.

Jairo Rodrigues: pacientes crônicos, gestantes de alto risco e idosos podem ser atendidos através da telemedicina?

Dr João Scaff: Existe um limite nesse atendimento, porém como já foi dito,este pode ser realizado sim.

Jairo Rodrigues: Como o paciente pode contratar os serviços de Telemedicina?

Dr João Scaff: Ao meu ver, o serviço de telemedicina é para profissional da saude, onde ele  irá contratar uma empresa com registro no cfm ou órgão regulador, além de aparelhos registrados na anvisa, com o prontuário eletrônico, plataforma segura de teleconferência, certificado com assinatura digital para confecção de receituários especificos. Hoje já existe consultório médico preparado para esse atendimento, assim como alguns convênios já oferecem esse atendimento profissional aos seus segurados, e em alguns casos se houver  necessidade de um atendimento presencial, um médico será deslocado para sua residência.  lembrar que somente alguns convênios fazem esse atendimento presencial.

Jairo Rodrigues: Muita gente usam  os termos telemedicina e telessaúde. Os dois são a mesma coisa?

Dr João Scaff: Algumas pessoas podem dizer que não existe diferença, mas existe uma separação entre elas: a telemedicina é uma ferramenta voltada para o atendimento médico, agilizando seu atendimento, seu laudo, diagnóstico e tratamento. já a telessaúde  é mais abrangente do ponto de vista que engloba todo e qualquer método do serviço de informação em relação a saúde a partir dos meios tecnológicos  existentes através de protocolos internacionais,inteligência artificial – internet, whatsapp, instagram, zoom e outras. Poderíamos resumir que a telemedicina veio par ajudar principalmente os médicos e a população de centros pobres em recursos no atendimento a saúde  a obterem acesso às informações necessárias ao seu diagnóstico e tratamento.

Dr. João Scaff é médico Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Medicina de Campos, no Rio de Janeiro, foi Chefe do Setor de Ginecologia e Obstetrícia no Hospital e Maternidade São Luiz de 1999 a 2017. Em 2002 recebeu o Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela TEGO – FEBRASGO. Atua também na área de Pré-Natal de Alto Risco, Cirurgia Ginecológica, Videolaparoscopia  e Mastologia. 

*Por Jairo Rodrigues

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