POR: Matheus Duarte – Vervi Assessoria
Desde o início das paralisações causadas pela pandemia da Covid-19 a agência Meu Mundo Viagens, assim como muitas empresas do setor de Turismo, vem cobrindo suas despesas apenas com o próprio fluxo de caixa. Ainda não houveram demissões na empresa cujos Sócios Juliana Borges e Leandro Ladêa decidiram lançar o projeto “Poeta do Olhar”, que tem o objetivo de auxiliar na folha de pagamentos com o valor arrecadado nas vendas.
No início do isolamento social, em março, assim que as viagens corporativas, que são a especialidade da agência, deixaram de ser demandadas, foi possível notar a diferença no faturamento, que ficou 97% menor do que o habitual. Juliana Borges diz que apesar da situação a agência teve um trabalho triplicado naquele momento, “Porque ainda era preciso cancelar as viagens, fazer reembolso e correr atrás de clientes que não conseguiam voltar ao Brasil”.
Essa onda de trabalho multiplicado percorreu até abril, mês em que a empresa não havia vendido nenhuma viagem. Nesse momento foi necessário fazer corte de custos para que pudessem passar pelo período mais difícil causado pela crise econômica. Com essa ação, Juliana Borges e Leandro Ladêa conseguiram que os outros três colaboradores da Agência Meu Mundo Viagens continuassem a receber os salários e que não precisassem fazer cortes na equipe.
Então, assim que o mês de maio chegava, eles decidiram iniciar um projeto que auxiliasse no fluxo de caixa para cobrir a folha de pagamentos. “Eu não acreditava que depois de 10 anos eu iria ter que fechar a agência”, conta Juliana Borges. Segundo ela, foi nesse momento que a ideia de fazer um fotolivro surgiu.
Poeta do Olhar
No começo, os testes foram criar um Instagram para que vissem como a ideia seria recebida. Juliana Borges e Leandro Ladêa compartilharam com amigos e viram que a ideia estava sendo bem aceita. Nesse momento começaram a pensar no segundo passo do projeto, que era idealizar a edição impressa.
Os poemas contidos no livro foram escritos pela Sócia Juliana Borges. Ela conta que o objetivo é narrar sobre a vida, a fé e o ambiente em que vive o Sertanejo. “Parte da premissa de retratar a beleza da vida rural e as experiências vividas na fazenda.”
As fotos foram captadas pelas lentes dos celulares de Leandro Ladêa e Juliana Borges numa fazenda que fica em Uberlândia (MG), onde a Sócia da Agência Meu Mundo Viagens cresceu e viveu antes de vir para São Paulo (SP). As imagens mostradas têm o intuito de ilustrar as paisagens do sertão e imergir o leitor sobre um pouco do dia a dia do homem simples do interior.
Então, assim que o projeto foi finalizado, os sócios encontraram uma gráfica que topou fazer a impressão dos 600 exemplares do livro – que já estão à venda –. Até o momento já foram vendidos 450 exemplares da obra e a arrecadação será destinada para auxiliar no fluxo de caixa na cobertura integral da folha de pagamentos durante próximos três meses.
Pós-paralizações
No último mês de julho a agência Meu Mundo Viagens já registra um retorno gradual das solicitações das empresas que geralmente são atendidas. O fechamento parcial do mês indica que houve uma volta de 70% do faturamento médio da empresa. “Estou muito otimista, acho que o turismo vai voltar gradualmente a nível nacional”, diz a Sócia Juliana Borges.
“As mais receosas de viajarem no momento são as multinacionais”, explica a Sócia. Mas expectativa é a partir de outubro haja uma coragem maior por parte das contratantes para fechar viagens corporativas internacionais.
E ao pensar nas empresas que também passam por situações parecidas com a da Agência Meu Mundo Viagens, a mensagem que a Sócia Juliana Borges tem para os demais proprietários é de que foquem no ser humano. “Eu sei que ninguém é insubstituível, mas, a partir do momento em que você prioriza a sua força humana, acredito que você colhe bons frutos.”