POR: Camila Cechinel | PiaR Comunicação
Já não é mais novidade que a crise gerada pela pandemia forçou os empresários a repensarem modelos de negócios e adaptarem os seus processos para se manterem competitivos no mercado. Neste cenário, a internacionalização deixou de ser um sonho distante e passou a fazer parte das estratégias de expansão das companhias, cujo objetivo é buscar o reconhecimento em diferentes regiões do globo. A decisão é favorecida pela desvalorização da nossa moeda, que levou o dólar a patamares jamais vistos.
Enquanto as viagens para fora do Brasil estão suspensas e as feiras e missões empresariais vêm ocorrendo de forma virtual, CEOs de empresas e startups estão usando o período de quarentena para decidir qual será o país de destino da sua marca, estudando todas as possibilidades e as limitações do comércio exterior, bem como os novos clientes, fornecedores e concorrentes. Apesar do termo “novo normal” já parecer clichê por aqui, é preciso ser levado em consideração, afinal, o mundo antes da Covid-19 é bastante diferente do que vivemos hoje.
Segundo Gabriel Walmory, consultor do programa de internacionalização de startups StartOut Brasil e sócio da Broggini Partners Consultoria Internacional, os Estados Unidos são a menina dos olhos de todo empreendedor, não só pelo tamanho do mercado, mas também pelos cases de sucesso que é possível encontrar no país. Ele conta que recentemente o StartOut teve duas missões: Boston e Miami, que é um bom exemplo de como pode ser distinto o mercado, de acordo com a região que os gestores optarem por entrar. Empresários escolhem o país pela pujança financeira, pela segurança econômica, política e contratual, tanto que o programa está promovendo uma terceira missão, desta vez para Nova York.
“Os EUA têm territórios continentais e diversas variáveis têm que ser analisadas. A primeira coisa que o gestor tem que definir é onde está seu consumidor, quem ele quer atingir e aí sim decidir o escopo geográfico. Lá, o ambiente de negócios é muito competitivo, muito agressivo e algumas pessoas podem ficar frustradas no começo porque os americanos são bem conservadores. Vale dizer, também, que é um mercado que demanda bastante planejamento porque o risco de tomar prejuízo é grande, já que sempre vai ter um concorrente no país”, explica.
Para Renato Alves, Diretor de Expansão da Bicalho Consultoria Legal, empresa especializada em internacionalização de negócios, além de diminuir problemas regionais como a volatilidade do mercado doméstico, o comércio exterior dá visibilidade às companhias e aumenta a experiência profissional dos envolvidos. De acordo com ele, mesmo diante de um cenário mundial incerto, a Flórida continua sendo o cartel dos empresários mais ambiciosos, principalmente por conta da mão de obra qualificada e oportunidades de trabalho em vários segmentos.
“A Flórida conta com dois portos espaciais, 15 portos marítimos, mais de 4.800 km de trilhos para trens de carga comercial e mais de 20.000 km de rodovias, o que indica que a região está conectada ao restante do mundo de todas as maneiras possíveis. Além disso, o clima tropical, a presença significativa da comunidade brasileira, a facilidade de abrir e registrar um negócio, conseguir empréstimos de maneira simples e o fato de existirem voos diretos para Miami ou Orlando, incentivam os empresários a expandirem seus negócios para lá”, diz.
Os EUA são extremamente acessíveis e quem acompanha as movimentações do mercado percebe que a economia americana está em franca recuperação. De fortes conexões culturais e comerciais com a América Latina e um alcance global incomparável, a Flórida é um verdadeiro centro global de negócios. Empreendedores que compreendem que a forma de atuar no mercado americano conta com diversas particularidades, que pesquisam os ramos que têm tendência para continuar em alta nos próximos anos e delimitam estratégias para atingir as metas, tem meio caminho andado para o sucesso.