Rafael Cervone, vice-presidente da FIESP/CIESP (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), defende igualdade de direitos e isonomia salarial e destaca papel do Sesi e do Senai na capacitação das trabalhadoras
POR: viveiros
Nesse sentido, destaca-se a indústria têxtil e de confecção brasileira, na qual Cervone tem sua origem e atuação como empresário. “Nosso segmento é o que mais emprega mão de obra feminina, que representa 75% de sua força de trabalho (RAIS/2019)”. Indicador também expressivo encontra-se no recente Estudo do Perfil dos Trabalhadores da Cadeia Têxtil e de Confecção Brasileira, produzido pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas.
Esse relatório, realizado para a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e o Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai CETIQT), apresenta um recorte relativo à atividade não industrial do setor, no qual predomina o trabalho autônomo, executado, em sua maioria, por mulheres donas de casa acima de 50 anos e em tempo parcial, abaixo de 30 horas semanais. “Numerosas dessas trabalhadoras são arrimos de família e conciliam o ganho na cadeia produtiva com outras atividades”, frisa o dirigente da Fiesp/Ciesp.
Cervone pondera ser necessário, em todos os setores, continuar trabalhando muito pela igualdade de direitos e a isonomia salarial entre mulheres e homens. “Para isso, além do permanente e necessário combate ao preconceito e à discriminação, é fundamental a capacitação das trabalhadoras, assim como de todos, para a Quarta Revolução Industrial. Haverá profundas e rápidas transformações do mercado de trabalho, que deverão acelerar-se após a pandemia da Covid-19, que já antecipou a digitalização de numerosas atividades”.
Nesse contexto, a indústria, pelo número de mulheres que emprega, por pagar os melhores salários dentre todos os ramos e por ser a área na qual mais se aporta tecnologia na estrutura produtiva, tem um papel importante. “Entendemos que o Sesi, na educação de base, e o Senai, na formação técnica e acadêmica para todos os segmentos manufatureiros, devam ser protagonistas na capacitação dos recursos humanos para o trabalho desse futuro muito próximo, no qual mulheres e homens serão os gestores da tecnologia, sem que seu trabalho seja substituído por ela”, conclui.
Eleição no CIESP
Rafael Cervone é o candidato da Chapa 2 para a eleição do CIESP. O grupo tem representatividade nos seus 42 departamentos regionais da entidade e conta com número expressivo de mulheres e jovens empreendedores. O candidato a primeiro-vice-presidente é Josué Gomes, que concorre, em chapa única, à presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Seu primeiro-vice é Rafael Cervone, estabelecendo-se, assim, um elo entre as duas entidades, atendendo a um anseio das bases setoriais, que manifestaram querer presidentes diferentes, mas total sinergia entre as duas casas.