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Sustentabilidade na cadeia produtiva do agro é destaque do segundo dia do Congresso Andav 2021

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Debates sobre crédito e seguro agrícola, Lei Geral de Proteção de Dados, oportunidades de mercado e startups agropecuárias nortearam o principal encontro da distribuição de insumos agropecuários no país
POR: COLETIVO DA COMUNICAÇÃO
Destaque do Congresso Andav 2021, promovido pela Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) e organizado pela Zest Eventos, a sustentabilidade no uso dos recursos naturais e nos negócios pautou o segundo dia de programação do encontro nesta quinta-feira (12/08).

O painel “Agricultura e Pecuária Sustentáveis”, por exemplo, contou com a participação de quatro especialistas para falar sobre o desafio de promover o aumento da produtividade e eficiência no setor, de forma sustentável e inclusiva.

O diretor de Sustentabilidade da Bayer, Eduardo Bastos, afirmou: “até 2050 chegaremos a 10 bilhões de pessoas e esses indivíduos consumirão 50% a mais de alimentos. É uma realidade que nos impõe o desafio de aumentar a produção, com a obrigação de agregar mais valor à forma com a qual produzimos”. Segundo Bastos, a Bayer definiu o objetivo de reduzir em 30% os impactos ambientais e emissões de gases – e ainda dar suporte aos pequenos produtores. “Podemos continuar sendo o grande exportador de alimentos no mundo”, acrescentou.

A diretora executiva do Sistema B Brasil, Francine Lemos, acrescentou que o próprio mercado passou a impor às empresas e gestores o comprometimento com políticas de ESG (Environment, Social and Governance) e no campo não é diferente. “E acreditamos que o empresário tem a possibilidade e a responsabilidade de criar um ambiente sustentável, positivo e integrador. Não é mais possível o empresário pensar que pagar impostos e gerar empregos é suficiente. ESG é uma realidade. O esforço deve ser por gerar um impacto positivo, com foco em preservar e regenerar, com transparência na tomada de decisões”, opinou.

O Sistema B Brasil é uma organização parceira do B Lab desde 2012, responsável pelo engajamento, divulgação e promoção local de todo movimento B em todo país e na América Latina. O Movimento Global de Empresas B foi criado em 2006, nos Estados Unidos, com objetivo de redefinir o conceito de sucesso na economia, para que sejam considerados não apenas o êxito financeiro, como também o bem-estar da sociedade e do planeta.

Outro desafio mencionado para a adoção das tecnologias e metodologias sustentáveis é a capacitação técnica dos profissionais e a consequente necessidade de prestar assistência personalizada para pequenos e médios produtores. “A adoção dessas tecnologias implica em aprendizado. A Rede ILPF está disponibilizando uma série de cursos de capacitação para que o conhecimento chegue até o produtor. E os distribuidores têm um papel muito estratégico na propagação dessas práticas e técnicas. Outra coisa importante é o acesso ao crédito, para que o produtor possa ir, gradativamente, incorporando e transformando a gestão e a produção”, disse o presidente da Rede ILPF e pesquisador da Embrapa Solos, Renato Rodrigues.

Segundo ele, é imprescindível transformar a forma com que se produz alimentos no Brasil e no mundo. “Temos 180 milhões de hectares de áreas de pastagens e cerca de 50% têm algum tipo de degradação ou subutilização. É uma área equivalente à dimensão da Noruega e Suécia somadas. Temos uma grande oportunidade de aumentar a produção com o desafio de sermos sustentáveis, modernos em termos de tecnologia aplicada e em conformidade com as novas exigências sobre formas de produção e de qualidade. É um grande desafio”, avaliou. A mediação do painel ficou por conta da advogada especialista em Direito Socioambiental, Samanta Pineda.

Crédito e Seguro Agrícola – Outro debate que chamou a atenção do público participante do 10º Congresso Andav, foi o que envolveu duas importantes ferramentas de garantia para a expansão do agronegócio, o crédito e o seguro agrícola, que geram expectativas no mercado nacional.

Entre elas, estão: modernização de leis, aplicação de tecnologias e um novo ambiente legal para o setor, com o intuito de melhorar o panorama do financiamento e da seguridade da produção no campo. “São propostas de mudanças para dar impulso a boas iniciativas”, disse o secretário adjunto de política agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), José Angelo Mazzillo, que moderou a rodada de discussões a respeito.

A Lei do Agro, a segurança jurídica dos negócios e o Fundo Garantidor Solidário, foram outros pontos destacados pelo advogado especializado em agronegócio, Rafael Molinari. “Há também uma iniciativa em um projeto de lei sobre ampla reforma e que inclui o Código Civil. Me parece um bom caminho para colocar as questões do agronegócio”, afirmou.

O chefe de subunidade do Banco Central do Brasil, João Ferrari Neto, concordou com a necessidade de uma atualização do marco do crédito rural, que, hoje, ainda segue acompanhando as mudanças impostas pela transformação no setor. “Atualmente, alimentamos o mundo. Precisamos que os direcionamentos sejam reduzidos, a gestão do risco agropecuário se consolide e o financiamento do mercado de capitais seja pleno. Antes extensa, a proposta é que a lei de crédito rural passe a ter apenas 11 artigos”.

No que se refere aos recursos alocados ao Seguro Rural, o diretor de gestão de riscos do Mapa, Pedro Loyola, assinalou que a pasta trabalha com uma política para priorizar a disseminação do instrumento de garantia. “Ainda temos muito a fazer para aumentar a área segurada no país: 80% da área de soja, por exemplo, não têm seguro. Precisamos ter um prognóstico de uma área segurada, no médio prazo, de 25 milhões de hectares”.

A participação das novas tecnologias têm papel importante na contratação de seguro e no financiamento de crédito rural, ajudando na análise e gestão de garantias e na celeridade da redução de riscos e de custos. “Com o sensoriamento remoto, por exemplo, é possível obter dados confiáveis sobre plantio e colheita, que auxiliam as seguradoras. O monitoramento histórico, para qualificações de área de plantio, também dá bastante segurança para o segurador tomar como garantia”, explicou o CEO da Brain Agriculture, empresa de big data para operações financeiras no agronegócio da Serasa Experian, Renato Girotto.

LGPD – Ainda no aspecto legal, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também esteve em evidência, com as sócias da Laure Defina Advogados, Heloísa Polo e Jaqueline Boaretto.

Para Heloísa, agora temos uma lei com grande relevância mundial, capaz de impactar a economia das empresas e também seu valor de mercado. “No setor do agro não poderia ser diferente, até por ser um dos principais segmentos econômicos do país. Essa é uma lei que tem o objetivo de proteger os direitos fundamentais, à privacidade e à transmissão de dados dos usuários, de forma a tornar as empresas aptas sob o aspecto de governança e compliance, com confiabilidade, ética, segurança e transparência”, declarou.

“A LGPD não veio atrapalhar os negócios do setor. Ela veio trazer limites e regras para que o uso de dados pessoais ocorra de uma maneira consciente e responsável, respeitando tanto o direito dos usuários quanto o das empresas”, destacou Jaqueline.

Oportunidades para o setor da distribuição – Não há dúvidas que a potência agropecuária brasileira cria muitas oportunidades de negócios para o setor da Distribuição de Insumos Agropecuários do país, em especial com a integração da lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que se firma no agronegócio. No entanto, é preciso saber como aproveitar melhor o enorme mercado disponível em todo o território nacional.

Foi o que ressaltaram os executivos da agroindústria, no painel “Oportunidades de mercado para o setor da distribuição”. Para eles, o caminho está na educação de todos os elos da cadeia de produção, sobretudo dos profissionais que atendem e informam o agricultor e o pecuarista no campo. “O revendedor que realiza a venda no campo é um educador”, salientou o sócio diretor da Biomarketing e da TCAI, José Luiz Tejon, moderador do debate.

“O desafio do nosso setor é o educacional. Precisamos educar e construir o conhecimento com os canais da indústria, distribuidor e produtor. Quanto mais qualidade tiver o serviço prestado, vamos ter melhores resultados no campo”, disse a gerente de produtos biológicos do Grupo Vittia, Cibele Medeiros, que acredita também na necessidade de uma mudança de estilo nas vendas, saindo da negociação transacional para uma venda consultiva. Segundo ela, o mercado de bioinsumos cresceu mais de 40% em 2020 e, neste ano, deve aumentar mais de 30%.

Para o CEO da Ourofino Saúde Animal, Kleber Gomes, é muito importante também que os distribuidores tenham equipes de zootecnistas, agrônomos e outros profissionais do ramo, com conhecimento especializado para fazer a extensão rural. “Vemos a importância para as revendas em ter um profissional especializado para falar a mesma língua que os produtores e levar soluções a eles”.

Na análise do gerente comercial da Unidade de Equipamentos Portáteis da Jacto, André Farias, outro fator relevante para promover aumento nas vendas é a integração de canais de distribuição de insumos, máquinas e equipamentos. “Tem que ter uma parceria, pois o produtor vai precisar de insumos e equipamentos. Além de parcerias com os canais, temos programas e plataformas digitais para capacitação do produtor, que podem fazer diferença lá na frente”, completou.

Agrotechs – As soluções das startups para o agronegócio também foram destaque da programação, com alguns dos maiores especialistas no assunto. Entre eles, o CEO da Valeouro Biotec, Renato Seraphim, que moderou o painel de debate.

“O que fazemos é conectar produtores, que passam a se beneficiar de nosso sistema, com a indústria, que passa a ter mais contato com os mesmos e a entender mais sobre os negócios. Nossa proposta é democratizar o acesso a esse tipo de plataforma, tanto para os produtores de todos os tamanhos quanto para empresas que, às vezes, não têm muito acesso à tecnologia”, explicou o co-fundador e CEO da Seedz, empresa de tecnologia voltada ao incentivo e à fidelização do setor agropecuário, Matheus Ganem.

Quem também se fez presente foi o CEO da Agromatic, startup especializada em soluções jurídicas digitais para o agronegócio, Laerte Júnior, que lembrou o que levou a criação da agrotech. “São quase 20 anos de atuação no âmbito jurídico para o agro, que nos fez ter uma visão macro de todos os problemas que o setor enfrenta. Diante disso, vimos a oportunidade de trazer a digitalização e uma maior efetividade para todo o processo de BackOffice das empresas, reduzindo toda a parte burocrática das companhias ao transformar o trabalho manual em virtual”.

O CEO da Conexa, hub de inovação do Grupo Siagri, Eduardo Bitu, também contou como surgiu a companhia e com qual propósito. “Começamos como uma startup, depois identificamos que deveríamos dar um passo adicional para nos conectarmos com outros agentes do setor. Então, criamos o hub Conexa, em 2019, e ali adotamos uma nova estratégia: não queríamos mais apenas desenvolver produtos, mas negócios com novas soluções. E esse ciclo tem sido positivo: já temos seis startups no nosso portfólio. Agora, nos preparamos para seguir nessa estrada da inovação em um terceiro passo, no qual vamos continuar reforçando tudo que temos feito internamente, mas abriremos espaço também para outros empreendedores que queiram se juntar a nós nessa jornada”, realçou.

Empreendendo em Família – Como visto na Pesquisa Nacional de Distribuição, estudo referencial do setor, praticamente metade das empresas de distribuição de insumos agropecuários do país possuem uma governança familiar. Nesta abordagem, o sócio proprietário e presidente do Grupo Famiglia Valduga, Juarez Valduga, apresentou aos participantes a sua história em um empreendimento de sucesso essencialmente familiar. “Manter a tradição e a vocação familiar no agronegócio, e sempre fazer o certo e com simplicidade, foram os pilares que deram condições para a gaúcha Casa Valduga tornar-se uma das principais vinícolas do Brasil, e, consequentemente, ser uma empresa premiada internacionalmente”, comentou.

Reescrevendo a própria história – Para finalizar os destaques do segundo dia do Congresso Andav 2021, uma palestra emocionante, com a comunicadora e palestrante Dani Amaral, que inspirou a todos com sua incrível história de superação e que deixou uma importante mensagem. “Qual a percepção que você tem sobre si mesmo, sobre seus negócios? Quem é você? Se você está se sentindo estagnado, com falta de motivação naquilo que faz, pare e se pergunte: É isso mesmo que quer para sua vida? Quais ações precisa colocar em prática para atingir os resultados que almeja?”, questionou.

“Tudo tem a ver com a forma que nos enxergamos e com aquilo que realmente queremos. A nossa vida é baseada em decisões e só chegamos onde estamos por causa delas. Além disso, nós precisamos aprender a sair de nossa zona de conforto, ela nos limita e faz com que não consigamos evoluir”, concluiu.

Serviço – 10º Congresso Andav
Data: De 11 a 13 de Agosto de 2021.
Site Oficial: www.eventosandav.com.br

SOBRE OS ORGANIZADORES

Andav: A Andav – Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários representa o Distribuidor de Insumos Agropecuários há mais de 30 anos e atualmente reúne cerca de 2.000 empresas de todas as regiões do Brasil, responsáveis por levar as boas práticas ao campo e, acima de tudo, zelar pelo bom funcionamento da cadeia produtiva ao estender conhecimento, produtos, serviços e tecnologia.

Zest Eventos: A Zest Eventos nasce da união de mais de 10 anos de excelência e sucesso em construir eventos e trabalhar em equipe. Uma empresa dedicada a entregar experiências: além de criar e promover eventos físicos, digitais e híbridos, é especialista em desenvolver consultorias especializadas em marketing, vendas e projetos especiais para o setor B2B.

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