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Finanças

Embedded Finance: qual o impacto da novidade para o futuro do setor bancário?

3 Mins read

Por Nedyr Pimenta

A recente evolução do setor bancário no Brasil está diretamente relacionada ao desenvolvimento de tecnologias inovadoras que suportam o surgimento de ferramentas disruptivas. Alinhado a isto, o uso crescente das tecnologias demonstra a eficácia do investimento nestas ferramentas por parte das empresas.

De acordo com uma pesquisa da Telebrasil, os brasileiros passam quase 5 horas conectados ao celular todos os dias. Com esse tipo de dado, as empresas querem que os clientes passem a maior parte deste tempo dentro do aplicativo destas companhias. E, o Embedded Finance é exatamente sobre isto.

Para que se entenda, o termo, que em tradução livre significa “Finanças Embutidas”, se refere à inclusão de serviços financeiros em empresas que não sejam necessariamente do ramo. Ou seja, é “embutir” atividades habitualmente prestadas por bancos ou Fintechs em companhias de diversos outros segmentos como varejistas, alimentícias, bigtechs, entre outras. Esta nova modalidade, no entanto, coloca em dúvida o futuro do setor bancário no país, uma vez que a concorrência no setor financeiro não ficará somente entre as instituições que atuam exclusivamente nesta área.

De um modo geral, o principal objetivo destas companhias ao adotar o Embedded Finance é criar um ecossistema digital que ofereça soluções facilitadas para as mais diversas necessidades dos clientes, bem como garantir que o usuário fique o maior tempo possível dentro do ecossistema deste determinado grupo ou empresa. Como esta não é a atividade fim das companhias, elas podem oferecer benefícios financeiros, como, por exemplo, transações gratuitas e juros baixos, para que este ecossistema continue funcionando com a participação constante do cliente.

Os principais efeitos para o setor bancário

A posição do mercado e as mudanças que estão acontecendo no setor bancário são muito profundas. Com a chegada do Embedded Finance, pode ser que o próximo competidor do banco não seja uma instituição bancária, nem mesmo uma fintech, mas, sim, uma empresa varejista ou bigtech que ofereça soluções financeiras embutidas.

Com relação às vantagens para os clientes, a primeira é que não precisarão aprender todo o fluxo de processos das instituições financeiras. Atualmente, quando um usuário precisa de um banco, é necessário que ele entenda o conceito bancário e como funciona o banco e seus processos. Estar em um ecossistema que seja relacionado ao ambiente do cliente, faz com que a comunicação entre usuário e aplicativo seja mais simples e prática, se comparado às burocracias do sistema bancário.

Além disto, a criação de novos ecossistemas possibilitará o aprendizado sobre as demandas dos clientes e, consequentemente, a oferta de soluções personalizadas para cada um. Este tipo de solução customizada favorece, inclusive, a entrada de usuários, até então, desbancarizados no mercado financeiro, uma vez que não se encaixam na estratégia dos grandes bancos.

Entre todos estes benefícios, o principal ainda é o financeiro. Neste caso, não só para os clientes, mas, também, para as empresas que adotam esta nova ferramenta. Do ponto de vista do cliente, as vantagens acontecem exatamente pela existência de planos adequados à realidade daquela pessoa, que, invariavelmente, contará com opções de descontos, facilidades de pagamento, bem como preços e juros mais baixos.

Enquanto isso, por parte das instituições, além de oferecer um serviço que não fazia parte do escopo da empresa, ainda contará com a fidelização do cliente dentro das soluções da companhia, uma vez que o usuário poderá resolver diversas demandas dentro de uma única plataforma.

O futuro do setor bancário

Há espaço para todos no mercado. Entretanto, as grandes instituições devem, de certa forma, perder parte de sua base de clientes. Não aqueles considerados estratégicos, mas sim os que, hoje, não são apropriados para o portfólio da companhia e que deverão, futuramente, buscar por soluções mais aderentes a determinadas necessidades.

Em contrapartida, o Banking as a Service permite que estes grandes bancos estejam integrados à estas plataformas, oferecendo um serviço B2B2C. Ou seja, o serviço final é ofertado por determinada empresa que não é do setor bancário, mas que é suportada por uma grande instituição do setor financeiro.

O que podemos projetar para o futuro é um grande ecossistema digital. E, da mesma forma que um ecossistema natural, haverá uma pluralidade de espécies e grupos permeando este mesmo lugar.

Nedyr Pimenta Filho é Diretor de Inovação da Provider IT, uma das principais consultorias e provedoras de serviços de TI do país.

Enviado por: EPR

Crédito foto: divulgação

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