*Por Gustavo Tozzo
O desafio da ambidestria organizacional trouxe a gestão da manufatura a necessidade em otimizar processos a serem ainda mais customizáveis ou flexíveis, a ofertar conforme demanda de mercado, além de manter competitividade. Isto gerou diversos caminhos e métodos para empresas conquistarem resultados mais rápidos. Um dos conceitos que está em evidência no linguajar mundial é a Indústria 4.0, incorporando tecnologias de ponta e o Lean Manufacturing, por mais de meio século, trazendo a jornada e métodos para eliminar desperdício e/ou atividades que não geram valor agregado.
Diante disso, combiná-las significa trilhar maneiras eficientes para escalar o potencial das companhias. Tanto o Lean quanto a Indústria 4.0 não são para qualquer corporação, mas segundo recente pesquisa global do Boston Consulting Group, empresas líderes já reconhecem a importância da gestão Lean munida a uma cultura digital em seu planejamento. Além disso, afirmam que as organizações que aderiram puderam reduzir os custos de conversão (mão-de-obra direta e despesas gerais de fabricação) em até 40% em cinco a dez anos, além de ser um espelho importante para a eficiência de processos produtivos. Sendo assim, benefícios iminentes começam a fazer parte do dia a dia dessas indústrias, fazendo com que todas estejam um passo à frente daquelas que seguem aderindo a métodos arcaicos.
Vale comentar ainda que, se os fabricantes adotarem uma metodologia enxuta juntamente com ferramentas da indústria 4.0, é mais fácil realizar tarefas com mais sucesso do que se tivessem implementado essas iniciativas separadamente. O CPS – sistemas ciberfísicos – e a IoT – Internet das coisas – podem tornar o chão de fábrica realmente enxuto. Os dados em tempo real e a comunicação entre pessoas, máquinas e sistemas fornecem uma visão holística da produção e capacitam os funcionários da linha de frente a fazer ajustes em tempo real. A mesma pesquisa do Boston Consulting Group, afirma que a combinação de ambos gera um aumento de 100% na economia em relação à aplicação de cada um deles separadamente.
Para que tudo isso funcione de forma eficaz, é necessário definir os esforços e entender o porquê se faz necessária cada uma dessas tecnologias. Depois disso, é preciso convencer a organização de que esse investimento é preciso, para que isso aconteça basta mostrar a real necessidade da organização, definir o budget, produzir um projeto piloto e entender como eles impactam outras áreas. Além disso, aprenda a compartilhar conhecimento com sua equipe, pense em condições não óbvias do que pode atenuar o seu negócio, revisite seus objetivos e os ganhos esperados. Se desafiar é o melhor ponto de partida para resultados.
Não posso deixar de ressaltar a infinidade de oportunidades que essas tecnologias trazem para o setor. Estamos vivendo em uma constante evolução, então precisamos implementar soluções que nos acompanhem para o sucesso. Não tem mais como acreditar que os modelos tradicionais conservadores são eficientes e não permitem aderir a disrupções. Se isso ainda acontecer, pode ter certeza de que a empresa ficará para trás e perderá mercado.
*Gustavo Tozzo é gerente de desenvolvimento de negócios da Universal Robots Brasil, empresa dinamarquesa líder na produção de braços robóticos industriais colaborativos.