Por Felipe Criniti, CEO da Box Delivery*
O entregador é, sem dúvida, personagem central no processo do segmento conhecido como delivery ou, para quem preferir, entrega rápida. E não é de hoje. Bem antes da pandemia, o setor já era parte essencial da economia de grandes e médias cidades brasileiras. Em um cenário que reúne agilidade, crescimento do e-commerce e adaptabilidade do mercado, é impossível pensar em uma vazão logística eficiente que não envolva as entregas expressas. Imagine trafegar com automóvel ou caminhão em municípios de regiões metropolitanas como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte ou Porto Alegre, entre outras, considerando o trânsito caótico no horário comercial.
Mas esses entregadores, por mais importantes que fossem, ainda eram invisíveis para grande parte da sociedade. Até que veio a pandemia e, com ela, as restrições de horário para funcionamento de estabelecimentos comerciais e até mesmo para circulação de pessoas nas ruas. Nesse tempo, além dos restaurantes, os entregadores se tornaram fundamentais para outros setores dos quais os clientes necessitavam, como pet shops e farmácias.
Além de atender a este cenário clássico de agilidade necessária durante os dias úteis da maioria dos moradores de grandes cidades – como alimentação, entrega de documentos, e-commerces e itens perecíveis – existe um público quase invisível para o mercado que são pessoas com deficiência e idosos. Eles são beneficiados com serviços rápidos, bom custo-benefício e praticidade.
Com tudo isso, a sociedade passou a dar mais importância para o trabalho dos entregadores. E, além do reconhecimento, há outro ponto muito favorável, que é o espaço aberto para que esses profissionais possam reivindicar mais qualidade de vida, entre outras demandas que ajudem a suplantar os diversos obstáculos ainda existentes na profissão.
Entre esses obstáculos está o alto grau de informalidade, que transforma a profissão de entregador em trabalho temporário para muita gente. Na realidade, existem diversas motivações por trás da escolha da entrega como trabalho. Alguns buscam apenas um complemento de renda, outros querem flexibilidade de horário ou enxergam ali uma oportunidade de conseguir a primeira fonte de renda.
Em um cenário econômico desfavorável como o atual, é possível que muitos optaram pelo delivery como ajuda momentânea. Certamente, porém, boa parte desse contingente de trabalhadores passa a ter carinho pelo dia a dia de trabalho, principalmente com a busca – tanto por reivindicação quanto por reconhecimento das empresas – em oferecer cada vez mais tranquilidade e benefícios. A tendência é que esse segmento evolua, do ponto de vista da qualificação dos profissionais em si, da responsabilidade social e da valorização por parte das empresas envolvidas nessa cadeia de serviços.
A razão para essa evolução é óbvia. O entregador consegue fazer o que outros métodos de entrega nunca conseguiram: um trabalho rápido, eficiente e satisfatório para o cliente. As entregas expressas se tornaram grande parte da demanda do mercado de vendas online, além de setores essenciais, como vimos nesta pandemia. Impossível mudar isso; pelo contrário, com mais e mais gente comprando pela internet, a demanda por entregadores só tem um caminho a seguir: o do crescimento.
*Felipe Criniti é CEO da Box Delivery, empresa especializada em soluções tecnológicas para serviços de logística – boxdelivery@nbpress.com
Sobre a Box Delivery
A Box Delivery é uma empresa especializada em soluções tecnológicas para serviços de logística, no modelo “last mile”. Foi criada em 2016 pelo empresário Felipe Criniti, em Santos. Está presente em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal, com mais de 8 mil estabelecimentos comerciais cadastrados. A companhia conta com, atualmente, cerca de 128 mil parceiros entregadores e realiza, em média, cerca de 25 mil entregas diárias, ultrapassando 7 milhões desde sua fundação.