Por Felipe Criniti, CEO da Box Delivery*
O segmento de delivery cresceu muito em 2020 e em 2021 por se tratar de uma solução para quem não pode ou não quer sair de casa para comer ou fazer outros tipos de compras. Não só a demanda aumentou como também cresceu a concorrência com a entrada de novos players. O momento atual, porém, é de mudança de cenário. Com o comércio aberto desde o ano passado, como fica o segmento de delivery?
O crescimento do ramo nesses dois últimos anos foi acompanhado por uma forte mudança na cultura de consumo das pessoas. Quem nunca tinha comprado por meio de aplicativos começou a fazê-lo, e muita gente que achava que a entrega rápida só tinha sentido no ramo de alimentos descobriu que não é por aí. Segmentos como vestuário, eletroeletrônicos, autopeças etc. também se encaixam no perfil do delivery. Por exemplo, um mecânico que precisa de uma peça para concluir um serviço e resolveu comprá-la pelo app vai exigir agilidade.
A mudança de cultura, a comodidade de receber o produto em casa, de não ter que procurar vaga para estacionar são fatores que caíram no gosto da clientela. Até o mais resistente à tecnologia aprovou. Com isso, a tendência é que o segmento continue a se expandir em 2022. O mercado continua bastante aquecido, e o last mile se provou uma experiência prática e constante no dia a dia. O que se observa é o crescimento do número de comércios que optam pelo delivery ou abram as portas com a intenção de funcionar apenas como delivery, caso das dark kitchens e dark stores.
Há uma preocupação inicial de que, havendo melhora econômica e geração de vagas de empregos formais, os entregadores comecem a migrar para essas novas oportunidades de trabalho com carteira assinada. Isso poderia gerar uma crise de falta de mão de obra e prejudicar o desempenho das empresas de delivery. Mas o que vemos atualmente é um crescimento de pessoas procurando trabalhos com mais flexibilidade, além dos benefícios que o mercado de delivery tem oferecido. Assim, o risco de falta de mão de obra é bem pequeno.
O maior desafio que as empresas de entrega terão em 2022 é a diferenciação na hora de ofertar serviços para um mercado mais nichado. Por enquanto, muitas empresas têm se aventurado no delivery, mas não encontraram um mercado específico para realmente ter a oportunidade de crescer, uma vez que oferecem os mesmos serviços que outros players. Então, quem já está estabelecido leva bastante vantagem.
Por fim, além da diferenciação, é importante se manter atualizado tecnologicamente. Há um movimento do mercado que visa unificar o sistema de logística com o delivery através de sistemas que conseguem fazer todo o gerenciamento de estoque, levando em conta as diferentes lojas e/ou unidades, ao mesmo tempo que entregam o last mile com eficiência. As empresas que conseguirem trabalhar dentro desse novo modelo vão se sobressair em termos de custos e também na eficiência da entrega ao consumidor final.
*Felipe Criniti é CEO da Box Delivery, empresa especializada em soluções tecnológicas para serviços de logística – boxdelivery@nbpress.com
Sobre a Box Delivery
A Box Delivery é uma empresa especializada em soluções tecnológicas para serviços de logística, no modelo “last mile”. Foi criada em 2016 pelo empresário Felipe Criniti, em Santos. Está presente em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal, com mais de 9 mil estabelecimentos comerciais cadastrados. A companhia conta com, atualmente, cerca de 140 mil parceiros entregadores e realiza, em média, cerca de 27 mil entregas diárias, ultrapassando 7 milhões desde sua fundação.