Muito embora ainda seja uma exceção, há casos de companhias que têm mais mulheres do que homens em cargos de gestão.
POR: RPMA
Pesquisa global realizada pela plataforma LinkedIn mostra que muito ainda precisa ser batalhado para que se atinja a almejada igualdade de gêneros. As mulheres ainda são minoria em todas as faixas salariais e hierárquicas. Mas algumas empresas já mostram resultados ao adotar uma presença massiva de mulheres em cargos de gestão. É o caso da ADP, líder mundial em soluções de gestão de folha de pagamento. Na empresa, mais de 50% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
“Não se trata de priorizar o sexo feminino quando da contratação. Mas reconhecer a excelência daqueles currículos que nos chegam. Diversos levantamentos mostram que as mulheres estudam e se capacitam mais. Assim, nada mais justo do que elas serem maioria entre nossa alta gestão”, explica Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos Humanos da ADP na América Latina.
Mariane tem razão. De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23,5% das mulheres com mais de 25 anos possuem ensino superior. Entre os homens, o percentual é de 20,7%. Outro levantamento, da consultoria Expertise Educação, mostra que 56% dos alunos de pós-graduação na área de administração e negócios são mulheres.
Um exemplo dessa dedicação é Michelle Kaplan, que lidera um time de gerentes comerciais na ADP desde 2019. Com passagens anteriores por grandes empresas, como o Grupo Michael Page, Adecco, Agência Estado e Thomson Reuters, possui especialização em gestão de pessoas, além de ter morado por sete meses em Londres, onde concluiu o curso de business management na London School of Business and Finance (LSBF).
“Não acredito que tenha tido um único fator decisivo para que eu me tornasse líder com apenas 25 anos e permanecesse nessa posição até hoje. Penso que tenha sido por uma junção de fatores, que incluem competências técnicas e comportamentais. Além disso, acredito que ética e credibilidade são mandatórios para ocupar um cargo de liderança. Resiliência é fundamental para lidar com as mudanças, inerentes ao ambiente corporativo”, afirma Michelle.
“Temos visto um aumento do número de mulheres na liderança e, naturalmente, é algo muito positivo. Esse equilíbrio é saudável e gera inovação. Vejo as mulheres com bastante aptidão para gerenciar diferentes projetos e times e não à toa elas vêm provando ao mercado que é possível conciliar carreira com maternidade ou projetos pessoais, por exemplo”, opina.
Outro exemplo dessa conquista da liderança feminina na ADP é Gisele Mantovani, executiva com mais de 22 anos de experiência em empresas de tecnologia. Gisele tem formação em comunicação social e marketing, além de pós-graduação e MBA em marketing de serviços. Desde 2018, atua como gerente de operações de vendas para a América Latina.
Gisele entende que a barra da meritocracia é, em geral, mais elevada para as mulheres. “E, em grande parte, nós, mulheres, somos quem a colocamos tão alta. Tive muita sorte de, durante minha trajetória profissional, ter trabalhado em empresas que se preocupam com a igualdade de gêneros e investiram em programas para o empoderamento feminino. Ao longo da minha carreira de liderança, essa combinação de entregar resultados, ter me posicionado e aceitado novos desafios aliada a ter excelentes líderes me tornaram a mulher na liderança que sou hoje”, comenta.
Vivência parecida possui Renata Souza. Formada em administração de empresas com pós-graduação em gestão empresarial, iniciou sua carreira vendendo voltas de bicicleta no bairro. “Estudei, me capacitei, venci barreiras. Sou da geração dos ‘nãos’. Foram esses ‘nãos’ que me fizeram ser e querer mais. Entendo que a liderança é instintiva. Mas, somada a resiliência e energia, temos todo o potencial e capacidade para nos conduzir ao sucesso”, observa Renata, há 10 anos atuando na ADP. Hoje ela é gerente de vendas.
Já Maeve Zanetti, líder de equipe de Inside Sales da ADP na América Latina, entende que o fator decisivo para se tornar uma líder foram certamente as parcerias estabelecidas com outras mulheres durante sua trajetória profissional: “Pessoas incríveis e despretensiosas que em momentos distintos me impulsionaram, ao identificar oportunidades de carreira, e articularam para que eu fosse considerada como a melhor opção, como acreditavam”, analisa.
Maeve reforça, ainda, que a rede de conexão entre as mulheres é uma poderosa ferramenta de alavancagem. “Hoje me sinto em posição de retribuir. É o que busco em cada interação que tenho com outras mulheres, quando me questiono se estão na posição ideal e se há algo que eu possa fazer”, enfatiza a profissional, com mais de 20 anos de experiência na área comercial.
Pesquisa aponta que o Brasil ainda tem longo caminho a percorrer na busca por igualdade de gêneros
O Fórum Econômico Mundial publicou, em março, seu Relatório Global de Gênero. De acordo com o levantamento, a diferença entre homens e mulheres no tocante à igualdade no mundo corporativo só será resolvida na região da América Latina e do Caribe daqui a 69 anos, levando em conta o ritmo atual de mudanças.
Entre 156 países pesquisados, o Brasil ocupa a posição 93ª no ranking de igualdade de gêneros. Entre os 26 países da América Latina que participaram do levantamento, o País ficou em 25º lugar.
Algumas áreas da sociedade estão mais avançadas do que outras. Ainda há poucas mulheres na política, por exemplo. Elas representam 15,2% do total de parlamentares. Por outro lado, na área de saúde, a paridade de gênero foi alcançada em quase todos os níveis de ensino (98%).
Sobre a ADP (Nasdaq-ADP)
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