Estudo realizado pela Olivia contou com a participação de 74 empresas brasileiras que passaram por alguma transação de fusão ou aquisição nos últimos meses
POR: Missão Comunicação
O número de empresas que passaram por operações de M&A cresceu nos últimos meses, mas nem sempre essas transações são bem sucedidas, é o que revela uma pesquisa realizada pela Olivia – consultoria focada em processos de transformação organizacional, com foco nas pessoas – com executivos de 74 empresas brasileiras, que apontou que em apenas 44% das operações a integração entre as duas companhias foi bem sucedida.
O levantamento revela que em 34% dos casos a integração foi parcialmente bem sucedida, 13% parcialmente mal sucedida e 9% mal sucedida. “Quando essas empresas se unem elas têm um propósito que normalmente inclui expansão de negócios, sinergias operacionais ou incorporação de novas soluções, porém quando a operação não tem êxito, a nova companhia que é resultado da união pode ser prejudicada, o que pode gerar diversos problemas como queda no nível de serviço ou relacionamento com o cliente que não percebe valor na integração”, explica Reynaldo Naves, sócio e country manager da Olívia Brasil.
A principal motivação para que as empresas passem por um processo de fusão ou aquisição foi apontada como a abertura ou entrada em novos mercados (42%). Na sequência, eles especificam a ampliação de base de clientes (19%), seguida de incorporação de novas tecnologias (8%), de know how (8%) e de talentos (2%).
Quando questionados sobre os fatores de sucesso para a transação, os executivos apontaram o contexto externo como o principal (42%), seguido do alinhamento da alta gestão (32%), da cultura organizacional (16%) e da captura de sinergias (10%). “Na pesquisa ficou claro que aspectos humanos são determinantes para o êxito da operação, e neste sentido os participantes reconheceram o papel da liderança como vital para conduzir todo o processo com clareza, transparência e governança, garantindo que os objetivos da fusão sejam atingidos”, explica Naves.
Embora a cultura organizacional tenha sido tratada como uma questão estratégica no processo de M&A em 79% dos casos, a pesquisa também revelou que na maior parte das fusões, a cultura vigente se tornou predominantemente a da empresa compradora (66%). Em apenas 32% das operações houve um mix entre as duas culturas e somente em 3% prevaleceu a cultura da organização adquirida.
“Cada processo de fusão ou aquisição deve ser analisado, respeitando-se suas peculiaridades, mas percebemos que se estiverem alinhadas, o potencial de geração de valor e novas oportunidades conjuntas é sempre superior aos ganhos de sinergias operacionais. E neste contexto garantir a integração positiva entre as duas culturas é uma das etapas mais importantes nessa jornada, para que todo o potencial da transação seja alcançado e a empresa resultado da operação realmente aumente sua competitividade no mercado”, explica Naves.