*Por Fernando Lamounier diretor da Multimarcas Consórcios
O planejamento é uma ferramenta fundamental na educação financeira. A partir dele é possível projetar o futuro, estruturar a forma que se deseja viver e, principalmente, definir o caminho que o fará chegar lá. É com planejamento financeiro que as pessoas têm condições de entender o momento atual de vida e construir um futuro viável.
Com a alta da inflação, o brasileiro vive uma realidade de endividamento crescente, algo que podemos observar claramente pelos levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que apontam o maior percentual de famílias endividadas desde o início da sua série histórica, em 2010. No total, são 77,7% de famílias com contas a vencer, oriundas, principalmente, de empréstimo pessoal e financiamento de bens e serviços de alto valor.
No momento de altas taxas de juros evidenciadas pelos sucessivos aumentos da Selic no último ano, os valores de financiamento e empréstimo se tornam impeditivos para quem realmente coloca o custo da dívida na ponta do lápis. Por não contar com juros, mas sim taxa de administração, o consórcio passa imune a esse fenômeno e se torna cada vez mais atrativo ao público em geral como uma ferramenta que ajuda na educação financeira.
Com a contribuição de forma mensal, o consórcio estimula a disciplina e serve como freio a gastos por impulsos ou para a saciedade de prazeres momentâneos. A economia comportamental explica o fenômeno de que o ser humano nem sempre é guiado por decisões racionais, pelo contrário, está sempre sujeito a decisões muitas vezes emocionais ou irracionais que causam arrependimento no futuro.
Analisando o mercado de forma ampla, a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (Abac) mostrou um crescimento significativo na procura por consórcios de imóveis. As vendas de novas cotas tiveram um aumento de 12% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2021. Também foi registrado um aumento de 16% no número de participantes ativos no primeiro trimestre.
Como qualquer produto financeiro, ele tem suas próprias características para as quais o consorciado deve estar atento. Não existe garantia de data de contemplação no consórcio, o que significa que ela pode ocorrer no começo, no meio ou no final do plano. Apenas o consórcio tem a possibilidade de conectar o cliente ao produto com um valor que ele só conseguiria em anos ou décadas de trabalho.
Mesmo em tempos de crise, não podemos deixar de sonhar. É isso o que nos move e o que nos leva adiante, sempre. Mas é preciso ter responsabilidade com o futuro para não assumirmos uma dívida maior do que o nosso bolso pode suportar.
*Fernando Lamounier é diretor da Multimarcas Consórcios, empresa que em quatro décadas de atuação no sistema consorcial, se tornou uma das maiores administradoras do país.