Especialista em segurança digital e tecnologia fala sobre o crime muito comum no Brasil
POR: Alma 360
Um dos golpes e fraudes mais frequentes infelizmente que sempre pegam as pessoas de surpresa é a clonagem do cartão de crédito. Só quem já teve o cartão clonado, sabe o desespero que é descobrir compras que não foram feitas na fatura do seu cartão. A sensação é de insegurança e dúvidas de como, onde e quando clonaram o cartão surgem.
Com isso, surge a dúvida: Como um cartão de crédito é clonado? E o mais importante, o que fazemos para nos proteger deste tipo de golpe?
A primeira coisa a saber é como acontece a clonagem de cartões. Em um levantamento feito pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), quase 4,0 milhões de usuários já tiveram o cartão de crédito ou débito clonados no Brasil.
Uma curiosidade é que antigamente, os cartões possuíam apenas uma tarja magnética (aquela faixa preta no verso do cartão) logo, os golpistas perceberam a oportunidade e desenvolveram uma tecnologia que copiava os dados destes cartões no momento da compra.
O tempo passou, chegaram os cartões com chip de segurança, com a promessa de que não podem ser clonados. Na teoria, o chip impossibilita que as informações sejam copiadas na hora de passar o cartão na maquininha.
Então, porque os cartões continuam sendo clonados? Mesmo com esta tecnologia, os criminosos sempre conseguem um meio de enganar estas camadas de proteção e realizar as transações.
“Quando isso acontece, de alguma maneira, os dados do cartão como número, nome do titular, data de vencimento e código de segurança, foram roubados e são usados por outras pessoas. Logo, se o cartão ainda não possui um chip de segurança, é ainda mais fácil de cloná-lo, isso pode acontecer até em caixas eletrônicos de bancos 24horas. Basta um leitor adulterado e copiar a trilha magnética que existe atrás do cartão”, explica Jefferson Meneses, especialista em segurança digital e tecnologia, e CEO do Canal JMS.
Respondendo a pergunta anterior, cartões com chip são impossíveis de clonar apenas em locais com acesso físico ao seu cartão, com isso, os criminoso instalam um sistema dentro das máquinas de pagamento. Com isso, é possível ler as informações do chip e copiar os dados. Depois eles trocam o aparelho, copiam os dados, e fazem novos cartões com os dados.
“Também é possível, ter o cartão clonado em site de compras, ou aplicativos com cobranças internas. Ou seja, os fraudadores não precisam mais ter o cartão físico para aplicar o golpe. Basta ter seu nome, número do cartão, data de validade e código de segurança”, conta Jefferson.
Com isso, é preciso se prevenir de algumas formas. Nas compras em lojas virtuais, a pessoa sempre deve usar o cartão virtual, caso o banco ainda não disponibilize esse serviço o ideal é contratar outro cartão. Pelo aplicativo no celular pode gerar um cartão virtual novo, apagar o anterior, e melhor bloquear e desbloquear apenas quando for usar.
Evite também, deixar o cartão cadastrado nas lojas online, melhor usar o cartão mas não deixá-lo cadastrado, assim se houver vazamento dados, o cartão não correrá riscos.
O cadastro de cartão de crédito em aplicativos também pode ser usado para clonagem, assim, novamente, é importante que se use apenas o cartão virtual para esses cadastros, porque sempre que desejar o usuário pode excluir o cartão virtual de tempos em tempos, e gerar um novo.
“Evitar de sair de casa com o cartão físico na carteira também é o ideal, geralmente as pessoas não usam mais o cartão, pois podem ativar no aplicativo o uso da aproximação, e pagar diretamente com o celular. Ou se necessário, colocar o cartão na carteira, usar para o que precisa, e ao chegar em casa, lembrar de guardá-lo em um local seguro. Nada de sair com ele na carteira em seu dia a dia sem necessidade”, alerta o especialista.
E o que fazer se o cartão for clonado?
O que todos precisam fazer, ao perceber algo de errado é bloquear imediatamente o cartão pelo app ou ligar para a administradora ou banco. Registrar um Boletim de Ocorrência em uma delegacia. Em algumas regiões, isso pode ser feito pela Internet. Este documento é importante, pois geralmente a apresentação é exigida pelas instituições financeiras que apuram as denúncias de clonagem de cartão.
Se fizer o bloqueio pelo app, em seguida, entrar em contato com a emissora ou administradora de cartão para informar sobre transações que não reconhece. O que acontece normalmente é que o cartão é cancelado, o valor das compras estornado e a administradora envia um novo cartão para o cliente.
O especialista Jefferson Meneses dá dicas de como se proteger desse crime:
- Nunca poste fotos de seu cartão na internet e nem envie essa foto pelo whatsapp para ninguém, mesmo que seja da família, os dados por apps de mensagens podem vazar. Se alguém tem acesso as mensagens, o cartão poderá ser copiado.
- Use sempre o cartão virtual caso sua administradora ofereça. E sempre deixe ele bloqueado quando não estiver usando. É muito mais seguro dessa maneira. Lembre: Sempre de desbloqueá-lo quando for usar, e bloquear imediatamente depois de usar.
- Fique de olho sempre que precisar entregar o cartão físico a alguém. Quando for usá-lo em algum estabelecimento comercial, não tire o olhar dele e nem permita que um atendente o leve para outro lugar.
- Prefira levantar no restaurante e pagar a conta no caixa. Ao se descuidar, seu cartão pode ser fotografado e seus dados, copiados.
- Em postos de combustíveis, lojas de conveniência, ou caixas eletrônicos em locais mais suspeitos, tome cuidado redobrado. Criminosos se aproveitam de locais assim, para trocar a maquininha ou o leitor do cartão, para copiarem os dados. Dê preferência sempre a estabelecimentos que você já conhece e confia.
- No mais, usar senhas fáceis para acessar qualquer ambiente é um dos erros mais comuns. Crie senhas que você pode guardar facilmente na memória, sem precisar anotar em um papel ou no próprio celular, mas elas não podem ser óbvias.