Por Cássio Krupinsk, CEO da BlockBR *
Se você ainda não ouviu a expressão tokenização, é bom não perder mais tempo. Cedo ou tarde, esse novo modelo de negócio vai fazer parte da sua vida – esteja preparado para ele ou não. A transformação de ativos físicos em digitais é a grande tendência tecnológica que se aproxima nos mais diferentes setores, a ponto de transformar áreas inteiras e criar uma dinâmica econômica própria.
Essa expressão ganhou força nos últimos anos por nomear uma consequência direta da transformação digital que vivenciamos atualmente. Ora, se a maioria dos processos que regem diferentes aspectos da nossa vida está migrando para o ambiente virtual, era evidente que os ativos financeiros seguissem o mesmo caminho. A questão era como fazer isso de forma segura, transparente e, claro, eficiente sem colocar em risco os bens e ativos de pessoas e empresas.
A resposta passa pela popularização da tecnologia blockchain, que se potencializou a partir das criptomoedas na última década. Passada a resistência inicial, ficou claro para todos que não existia recurso melhor para digitalizar ativos reais. Além de proteger as informações por dividi-las em pequenos blocos criptografados, tornando quase impossível sua alteração, ela oferece a possibilidade de um smart contract (contrato inteligente), que serve como documento para determinar as regras de funcionamento daquele ativo.
Portanto, em um cenário que se discute a possibilidade do metaverso e da aceleração digital em praticamente toda a nossa vida, são os tokens que irão garantir o sucesso das operações financeiras nessa nova realidade. Hoje esse conceito pode soar estranho ou até despertar preocupação em muitos profissionais. Mas não se engane: num futuro próximo vai ser tão popular quanto a própria internet.
Tokenização ainda está em seu início
A despeito de toda empolgação e dos diferentes projetos que já existem pelo mundo, o processo de tokenização está apenas em seu início. Ou seja, ainda há um grande espaço de crescimento e consolidação por meio do sucesso (e até do fracasso) de alguns cases. Diversos setores começam a explorar as possibilidades que esse conceito tem a oferecer em seus modelos de negócio.
Para se ter uma ideia, um levantamento da consultoria MarketsandMarkets estima que o mercado global de tokenização deve crescer 19% ao ano até 2026. O setor vai passar de US$ 2,3 bilhões em 2021 para US$ 5,6 bilhões daqui a cinco anos. O crescimento é impulsionado justamente pelo amplo espaço de adesão entre os consumidores, o que faz com que diferentes empresas comecem a investir pesadamente no assunto.
Além disso, é necessário ressaltar mais dois tópicos. Primeiro, é o número baixo de empresas e, principalmente, de profissionais dedicados a facilitar esse procedimento – como toda novidade, é necessário aprofundar novos conhecimentos. Isso se reflete na segunda questão, que é a necessidade de atualizar os marcos regulatórios que regem temas como tecnologia e finanças.
Sendo assim, encontra-se a combinação perfeita para a consolidação da tokenização nos mais diferentes mercados: há uma demanda crescente entre os usuários, espaço para construção de projetos inovadores, debate público intenso acerca de suas possibilidades e avanço da mão de obra em conjunto com a própria tecnologia. É questão de tempo para avançar ainda mais no cenário global.
E até onde pode chegar?
Evidentemente, toda fase de crescimento exponencial de uma tecnologia é sucedida por uma etapa de consolidação e amadurecimento. Mas como seria em relação à tokenização? Simples: a utilização completa em todos os setores. Por suas inúmeras possibilidades, uma vez que pode servir como chave de acesso, moeda de troca e plataforma de engajamento, a tendência é ganhar espaço nos mais variados mercados.
O varejo, até por suas características de inovação e aproximação com os consumidores, saiu na frente nessa corrida, segundo o levantamento já citado da MarketsandMarkets. Não é difícil encontrar grandes redes varejistas que utilizam os tokens para promoverem programas de relacionamento e oferecerem descontos e promoções como forma de atração e fidelização de clientes.
Entretanto, outros setores bem mais complexos também exploram as oportunidades da tokenização. O mercado imobiliário, por exemplo, começa a desenvolver os primeiros projetos com a missão de desburocratizar e democratizar o acesso a empreendimentos. A indústria de mineração, por sua vez, utiliza os tokens para facilitar a negociação de metais preciosos. Já empresas automotivas fazem a antecipação de recebíveis com essa tecnologia.
Como se vê, até mesmo as áreas bem mais complexas e burocráticas percebem na tokenização uma forma eficiente de fazer negócios e encontrar novas oportunidades. Esse novo modelo vai crescer muito justamente por facilitar processos e ampliar possibilidades. Portanto, não se espante com o que vai acontecer no futuro. A revolução dos tokens está só começando!
*Cássio Krupinsk é CEO da BlockBR, fintech de digital assets marketplace e investimentos – e-mail: blockbr@nbpress.com
Sobre a BlockBR
A BlockBR é uma fintech especializada em tokenização e investimentos em ativos digitais. O objetivo é transformar não somente ativos financeiros em ativos digitais (tokens) como também ativos físicos em negócios inovadores e rentáveis que requerem tokens superestruturados, não limitando-se apenas à emissão do token na blockchain. A BlockBR trabalha com equipe multidisciplinar e fundamentos nas áreas jurídica, financeira, comercial e tecnológica, que validam e tornam a migração de operações físicas em digitais de forma segura, legal e adaptada a uma nova cultura econômica. O objetivo é criar novos produtos financeiros para o mercado de forma descentralizada, aumentando a liquidez e democratizando a oferta, a fim de tornar tudo mais eficiente e fácil. A BlockBR tokeniza de ponta a ponta, desde simples negócios para captações ou recebíveis até produtos superestruturados para ofertas no mercado secundário no Brasil, na Suíça e nos Emirados Árabes. Para mais informações, acesse: www.blockbr.com.br