Educadora Financeira explica como evitar problemas desta ordem, regra é organizar os gastos e entender se a parcela cabe no orçamento
POR: PRESS FC
Foi notícia na última semana a decisão da justiça de bloquear as contas bancárias da cantora Pabllo Vittar para o pagamento de uma dívida referente a compra de um imóvel no valor de R$ 140 mil. Situação parecida ocorreu com o comentarista Caio Ribeiro, que teve o apartamento duplex leiloado por conta de uma dívida de R$ 2 milhões.
Esse é um problema que tem atingido cada vez mais brasileiros. Segundo dados da Sold, empresa especializada em leilões, o número de lojas, salas comerciais, casas, apartamentos e terrenos recuperados e colocados à venda cresceu 84% durante os meses de quarentena pela pandemia de Covid-19.
Para a educadora financeira Bruna Allemann, do Acordo Certo, antes de assumir qualquer compromisso financeiro, é essencial ter cautela, organizar os gastos e entender se o valor da parcela assumida não irá comprometer o orçamento doméstico. “Grande parte dos brasileiros sonha em ter a casa própria, mas não imagina o peso da responsabilidade que é ter uma dívida por 20 ou 30 anos. Pense que esse tipo de investimento é a realização de um sonho, por isso fazer o pagamento correto das parcelas é fundamental para que não se torne um pesadelo”, ressalta Allemann.
A lei da alienação fiduciária (911/69) prevê que, em caso de inadimplência do financiamento, a propriedade do imóvel pode ser transferida em definitivo para o credor, no caso, o banco. Com isso, a dívida é extinta, mas o proprietário perde o imóvel. Foi o que aconteceu com Caio Ribeiro.
A advogada Juliana Biolchi, diretora da Biolchi Empresarial, um dos primeiros escritórios do país especializado em recuperações extrajudiciais, esclarece que, no caso de Caio Ribeiro, houve um acordo entre ele e o credor segundo o qual a propriedade se tornou a garantia de que a dívida seria paga. “Deste modo, a única forma de evitar que o imóvel vá a leilão é seguir as cláusulas do contrato. O indicado é sempre estar acompanhado de um profissional para compreender o risco que está sendo assumido ao fazer uma operação de crédito”, explica a advogada.
Segundo Fernando Lamounier, diretor da Multimarcas Consórcios, uma das alternativas de controle de dívidas que está se popularizando é o consórcio de imóveis. “Estamos em um período de altas taxas de juros pelos sucessivos aumentos da taxa Selic, os valores de financiamento e empréstimo se tornam impeditivos para quem realmente coloca o custo da dívida na ponta do lápis”, explica.
“O consórcio, por não contar com juros, mas sim taxa de administração, passa imune a esse fenômeno e se torna cada vez mais atrativo ao público em geral como uma ferramenta de ajuda financeira em longo prazo”, recomenda Lamounier.