A pneumonia é a principal causa de morte de crianças em todo o mundo. Antes da crise sanitária provocada pela Covid-19, cerca de 700 mil crianças de até cinco anos morriam devido à doença anualmente. Isso significa, de acordo com dados da Unicef, uma morte a cada 43 segundos. Com a pandemia, especialistas avaliam que esse número pode até aumentar. Apesar dos dados alarmantes, o risco relacionado à pneumonia pode diminuir consideravelmente se houver diagnóstico precoce e tratamento adequado, como explica a pneumopediatra Drª. Paula Sellan.
A especialista conta que a pneumonia é uma infecção que atinge as vias aéreas inferiores (nos pulmões). Ela costuma ser de origem viral ou bacteriana e, ao começar, provoca febre persistente, tosse, coriza, cansaço e falta de ar. Geralmente, o contágio ocorre pelo contato com pessoas infectadas, mas o período de incubação pode variar entre três e sete dias, quando aparece o quadro de sintomas.
O diagnóstico é feito através do exame clínico e de exames de imagem, como raio-X do tórax. Em muitos casos, a auscultação dos pulmões com o estetoscópio já pode ser suficiente para identificar sinais que caracterizam a pneumonia. Se a infecção for bacteriana, é receitado um tratamento com antibióticos. Já a infecção viral tende a se resolver espontaneamente e o uso de medicamentos ocorre apenas para aliviar os sintomas. “Quando tratamos a criança adequadamente, ela se recupera muito rápido, sem necessidade de nenhuma outra intervenção”, afirma Drª. Paula Sellan.
Ela acrescenta, porém, que a pneumonia pode evoluir para formas mais graves ou provocar outros problemas, como derrame pleural (água nos pulmões) ou sepse (infecção generalizada) quando não é tratada. Também existem outros tipos de pneumonia, como a de origem fúngica e a produzida por bactérias atípicas. Nesses casos, os sintomas podem ser diferentes, exigindo mais exames para o diagnóstico e intervenções no tratamento. Drª Paula destaca, no entanto, que esses casos são bastante raros.