Todas partindo da hipótese que nossas crianças e jovens gostariam de um estudo mais divertido, hypado, imersivo e gamificado. Ocorre que ensino não é diversão, assim como trabalho não é lazer. Podemos tornar o trabalho mais divertido e o ambiente de estudos melhor, mas ambos são fins em si mesmo, parte relevante da vida de qualquer pessoa. E que, portanto, têm resultados que devem ser medidos.
Existem diversos métodos de avaliação de desempenho no trabalho. Em empresas modernas, o trabalho é medido por tarefas, KPIs ou NPS. Já nas escolas, os alunos são avaliados por provas mensais e bimestrais. Mas nesse momento do mundo, o que importa é como tornar nossas escolas mais eficientes.
Neste cenário, o ChatGPT entra para ajudar no dia a dia do professor. Com a ferramenta, conseguimos dialogar com profundidade sobre qualquer assunto, ele é um tutor paciente e informado. É versado em áreas infinitas de conhecimento e capaz de avaliar e sugerir abordagens diferentes. Como um espelho de nós mesmos. Em muitos casos, dos melhores de nós.
Isso é um problema e uma oportunidade para a educação. É um problema porque o sistema educacional tradicional, em que o professor é responsável por todo o conhecimento, funciona bem em muitos casos. No entanto, também é um sistema frágil, pois depende de coisas que nem sempre podem ser garantidas: a habilidade e a preparação do professor, as condições em que ele trabalha, a capacidade de aprendizado e a realidade social de cada aluno.
Por outro lado, essa situação também é uma oportunidade para melhorar a educação. Com novas abordagens e tecnologias, podemos encontrar maneiras de superar esses desafios e tornar o ensino mais eficiente e acessível para todos. Ao trabalharmos juntos e explorarmos alternativas, podemos transformar a educação em algo ainda mais poderoso e impactante.
O que o ChatGPT permite é demolir o império secular da média. Com ele, a gente pode finalmente perguntar, “Ei, aluna, o que é bom para você? A Inteligência Artificial existe para ampliar e estender o potencial humano, não estou sugerindo a abolição do papel do professor, pelo contrário, a IA dará superpoderes aos professores. Será um fator de libertação do educador.
Se queremos manter a parte essencial do ensino, que é convivência em sala de aula e tornar o aprendizado mais poderoso, aqui estão algumas sugestões simples para começar essa conversa:
• Que os melhores mestres em cada matéria gravem vídeos explicando o conteúdo no qual se destacam (porque professores são humanos e não conseguem ser bons em tudo);
• Que o ChatGPT, numa versão controlada (sim, é possível, estou afirmando), reforce o aprendizado, passe e corrija exercícios;
• E, assim, os professores em sala de aula poderão se concentrar em promover a convivência social, aprofundar os temas, tirar dúvidas complexas, avaliar e corrigir o rumo dos estudos de cada aluno, conforme a necessidade específica de cada um.
É preciso abrir a sala de aula para a Inteligência Artificial, sem preconceitos. Para termos uma educação que valorize profundamente os 4 Cs: pensamento crítico, criatividade, colaboração e comunicação. Afinal, é disso que cada um de nós precisa, e nossos filhos e netos também, para criar um mundo mais educado, mais inteligente – e mais humano.
(*) Alex Winetzki é CEO da Woopi e diretor de P&D do Grupo Stefanini, referência em soluções digitais.