No cenário atual, repleto de desafios como Burnout, Síndrome do Pânico e crises de ansiedade, o equilíbrio emocional se torna uma necessidade fundamental tanto para empresas quanto para famílias. E é animador notar que gestores e líderes estão cada vez mais atentos a esse aspecto da saúde mental, embora seja válido questionar se estão adotando a abordagem mais eficaz.
Um exemplo é o entendimento de que a habilidade de manter o equilíbrio emocional se torna um diferencial competitivo e, muitos indivíduos, erroneamente, resumem esse estado como resultado de técnicas de relaxamento, como meditação ou terapias corporais. E o fato é que existem outras influências mais significativas sobre nosso equilíbrio emocional que merecem nossa atenção mais cuidadosa e reflexiva.
Antes de nos aprofundarmos nesse tema muitas vezes negligenciado, é importante reconhecer a eficácia de práticas como a meditação matinal e a atenção à respiração, bem como o valor das terapias corporais. Contudo, na coluna desta semana, buscarei destacar um aspecto menos explorado.
Você sabia que o mau funcionamento do nosso corpo físico pode impactar diretamente nosso estado emocional e mental? E que, de forma recíproca, o desequilíbrio mental afeta tanto o corpo físico quanto o emocional? Esses três aspectos estão intrinsecamente interligados, sendo impossível abordá-los de forma isolada, apesar das tentativas frequentes nesse sentido.
A medicina tradicional chinesa e outras práticas orientais estabelecem vínculos entre cada órgão do corpo e determinadas emoções. E, ao analisarmos mais profundamente nosso corpo, torna-se evidente a lógica subjacente a essas conexões. No entanto, para uma compreensão completa, é essencial definir com clareza o conceito de emoção, evitando interpretações equivocadas que possam obscurecer a aplicação prática dessas conexões em nosso cotidiano.
Emoções, essencialmente, são reações químicas que ocorrem em nosso corpo em resposta a estímulos reais ou mentais. Portanto, é possível experimentar alegria tanto ao recordar momentos felizes quanto ao antecipar situações promissoras. As emoções não estão restritas ao presente, transcendendo o tempo e o espaço.
Na verdade, ao integrarmos os princípios da medicina tradicional chinesa, as emoções podem ter três gatilhos distintos: eventos externos presentes, eventos internos mentais e eventos internos viscerais. Por exemplo, a raiva pode ser desencadeada por uma ofensa atual, pela lembrança de algo passado, pela antecipação de uma ofensa futura ou até mesmo por um desequilíbrio físico, como uma inflamação no fígado.
Assim, fica claro que o desequilíbrio emocional pode ser resultado de diversas causas, incluindo reações a estímulos atuais, desequilíbrios mentais ou problemas de saúde física. Isso quer dizer que, cuidar exclusivamente do aspecto emocional não é suficiente para garantir o equilíbrio; é essencial atentar também para o bem-estar físico e mental.
Alcançar o equilíbrio emocional vai além de simples práticas de relaxamento, como respiração e meditação. É necessário cuidar simultaneamente aspecto tríade do nosso corpo: físico, mental e emocional, para promover mudanças duradouras e significativas em nossas vidas.
Se sua empresa, organização ou família enfrenta uma epidemia de estresse, ansiedade ou conflitos interpessoais, é crucial ampliar o foco e considerar soluções que abordem as causas profundas desses problemas. Ajustar a alimentação e explorar possíveis questões mentais, como padrões de pensamento, hábitos e traumas, torna-se tão importante quanto investir em momentos de relaxamento. Muitas vezes, a verdadeira raiz dos problemas reside nessas áreas negligenciadas, exigindo uma abordagem holística para sua resolução.
O desequilíbrio emocional, assim como uma dor de cabeça, é um sintoma, não a causa subjacente. Portanto, é essencial abordar tanto os sintomas quanto suas raízes mais profundas para garantir uma cura genuína e duradoura, em vez de apenas aliviar os efeitos temporários.
Para oferecer uma compreensão mais tangível, abaixo está uma lista de alguns órgãos e algumas conexões emocionais. Ao observar se algum desses órgãos está apresentando desconforto, é possível identificar padrões emocionais recorrentes que merecem atenção especial:
Fígado: Raiva (frustração e ressentimento)
Coração: Alegria (euforia)
Pulmões e Baço: Preocupação
Baço: Melancolia (remoer pensamentos)
Pulmões: Tristeza (mágoa, pesar)
Rins: Medo
Rins e Coração: Choque
Coração: Ódio
Rins e Coração: Culpa
Estômago, Baço e Pâncreas: Estresse
Ao reconhecer e compreender essas conexões entre corpo, mente e emoção, podemos adotar uma abordagem mais holística para promover nosso bem-estar emocional e físico, tanto no ambiente profissional quanto pessoal. O equilíbrio emocional não é apenas uma aspiração; é a chave para o sucesso e felicidade duradouros.