A empresa de fretamentos relata um rápido aumento nas solicitações de voos pelas embaixadas, agências de viagens, brokers e instituições de governo.
POR: Michel A. Gildin – mgapress
A busca por voos a jato particular e aviões corporativos de alcance transcontinental está atingindo um nível recorde, de acordo com a empresa brasileira Flapper. Sediada em Belo Horizonte, Flapper é uma das poucas empresas no mercado de fretamentos, que se especializa em voos internacionais. Em linha com os operadores locais de táxi aéreo, Flapper prevê alta demanda para voos na aviação geral nos próximos meses.
“Há inúmeras missões para trazer brasileiros do exterior”, de acordo com Paul Malicki, CEO da Flapper. “As solicitações variam de passageiros desembarcando de cruzeiros, solicitações de embaixadas ou pedidos dos governos”, continua o executivo. A empresa também fortalece a alta demanda de estrangeiros presos na América Latina. O CEO afirma: “Recebemos um grande número de solicitações de cidadãos europeus proibidos de voar na América do Sul. Juntamente com as autoridades locais, construímos corredores especiais e permissões temporárias para permitir que eles cheguem aos seus destinos finais”.
Paul Malicki, CEO da Flapper.
Com o fechamento da maioria dos aeroportos internacionais, estima-se que mais de 10 mil turistas e empresários brasileiros estejam presos no exterior. Somente no Peru, cerca de 3000 cidadãos brasileiros esperam para retornar à terra natal. As ações preventivas realizadas por vários países da América Latina estão intensificando, com muitos anunciando o fechamento de fronteiras internacionais por períodos de 14 a 30 dias. O prognóstico para abril pode ser ainda pior. Alguns governos, como do Peru, Colômbia e Venezuela, anunciaram uma suspensão de todas as viagens internacionais, incluindo voos de aviação geral. O Panamá e a Argentina, por sua parte, fecharam as fronteiras, mas estabeleceram voos aeromédicos sem restrições. Ainda, o México e várias nações do Caribe relutam em suspender os voos de países afetados pelo coronavírus, continuando a receber passageiros de jatos particulares.
A falta de coordenação entre países e uma política unificada é o que gera mais frustração entre as empresas do setor, argumenta Paul Malicki: “A América Latina carece de políticas semelhantes ao Single European Sky, onde, em vez de fronteiras, são criados os chamados “blocos de espaço aéreo funcional” para facilitar o tráfego e seu controle.” “Atualmente, dois países vizinhos, como Brasil e Bolívia, podem ter dois conjuntos de regras totalmente diferentes, o que dificulta a coordenação de missões diante da atual crise”, argumenta Malicki.
Ao analisar o segmento de clientes internacionais que solicitaram voos para/do Brasil, o número de pedidos nos primeiros três meses de 2020 obteve alta de 69%, comparado com mesmo período de 2019, segundo a empresa. Jatos executivos de longo alcance e aviões de linhas aéreas dominaram a demanda, respondendo por mais de 50% de todos os pedidos. Os voos aeromédicos e de turistas e empresários brasileiros que retornam da Europa, EUA e Peru são, particularmente, populares e correspondem a mais da metade de todos os pedidos internacionais. Cuzco-São Paulo e Lima-São Paulo foram as rotas internacionais mais cotadas, enquanto São Paulo-Rio de Janeiro continuou sendo a rota doméstica mais popular.
Sobre Flapper
Fundada em 2016, a Flapper é a primeira empresa de aviação executiva sob demanda do Brasil com serviço de voos compartilhados e fretamentos aéreos.
A empresa realiza voos frequentes na região Sudeste, além de mais de 10 destinos em períodos de alta temporada, e fretamentos para diversas cidades do Brasil. Para esses serviços a companhia agrega 350 aeronaves de táxi aéreo e conta com mais de 150 mil usuários cadastrados em seu sistema.