Há quem pense que a arte não promove o empreendedorismo e que a cultura, hoje em dia tão banalizada por algumas camadas da sociedade, não promove uma mudança significativa na vida das pessoas. Mas, o Clube de Autores, a maior plataforma de autopublicação de livros da América Latina, mostra que isso é um grande equívoco. Hoje, há autores, que são empreendedores, e escrevem livros que tratam de assuntos dos quais são autoridade – bem distante de romance ou ficção.
Dados da Pesquisa GEM (Global Entrepreneurship Monitor), com apoio do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), mostra que cerca de 52 milhões de brasileiros em idade produtiva estavam envolvidos com alguma atividade empreendedora em 2018. Em 2007, eram apenas 14,6 milhões de empreendedores no país, a categoria teve um aumento de 38% em pouco mais de 10 anos.
“Nos referimos a autores empreendedores no sentido de que são escritores que utilizam o Clube de Autores como sua plataforma profissional. Escritores que abraçaram a atividade literária como um negócio que exige os mesmos cuidados comuns a qualquer outro empreendimento, principalmente no que toca sua divulgação perante o público alvo”, revela Ricardo Almeida, CEO do Clube de Autores.
O diretor da plataforma comenta que eles até criaram uma expressão para se referir à esses autores: “self-made authors”, um trocadilho que remete à expressão inglesa “self-made man”, que significa “pessoa que se faz por si mesma, ou que alcançou uma situação social superior graças ao próprio esforço”.
Autores escrevem sobre suas áreas do conhecimento
Esse é o caso da costureira e escritora Marlene Mukai, que bate recordes de vendas mensais em suas obras sobre corte e costura na plataforma do Clube de Autores. Ex-professora, ela abandonou a profissão para abrir sua própria loja e confecção de roupas.
“Costuro desde criança, aprendi técnicas de costura com minha mãe, que já era costureira e fazia roupas sob medidas, das mais simples à vestidos de noiva e festa. Em São Paulo aprendi outros métodos como a alfaiataria Italiana, francesa e o Método Coreano”, conta.
Ela fala que quando abriu sua confecção, sentiu a necessidade de simplificar a modelagem para agilizar a produção e depois de pesquisar muitos métodos, decidiu por desenvolver o seu próprio.
“Daí veio a ideia e escrevi o livro ‘Modelagem Prática para Confecção de Roupas’ para divulgar meu método, obra que hoje é um sucesso de vendas. Após minha publicação no Clube de Autores, minha renda mensal aumentou em seis vezes”, comemora.
Semelhante é o caso de Fábio Silva, especialista em Legislação de Trânsito, tanto para a área de concursos quanto para a área de fiscalização de trânsito. Ele conta que escrever sobre o tema no Brasil é um grande desafio.
“Várias são as vertentes e os pensamentos acerca do assunto, além de que o Código de Trânsito Brasileiro sempre nos impõe novos desafios. Então, cabe a nós, especialistas no assunto, a sua análise e interpretação a fim de repassar aos alunos e aos agentes fiscalizadores, as novas diretrizes, oferecendo sempre o melhor da legislação de uma forma simples e didática, tornando o seu estudo prazeroso”, explica.
Para ele, ser um escritor empreendedor é vantajoso por permitir que idealizar, coordenar e realizar projetos e serviços dos quais ele se sente mais à vontade, o que torna sua atividade mais interessante. Toda a renda obtida através da plataforma é utilizada como uma complementação. “É um resultado do nosso trabalho desenvolvido ao longo desses anos”, diz.
A ideia do primeiro livro, das quatro edições que já estão publicados atualmente, veio em 2014 após o lançamento do seu site “Mestres do Trânsito”. “O Clube de Autores abriu as suas portas para diversos autores explorarem o universo da literatura através de inúmeras obras. Ser escritor do Clube, para mim, é um grande privilégio”, celebra.
Atuando com educação, Rafael Cunha, professor de Biologia e Ciências formado pela UERJ e Mestre em Ensino de Ciência da Natureza pela UFF, também está no Clube de Autores desde 2014. “A plataforma foi um divisor de águas na minha vida profissional, abrindo portas que jamais imaginei. Uma equipe fantástica de profissionais que permite ao autor ter segurança para lançar suas obras, mesmo com o mercado editorial de livros didáticos sendo muito competitivo”, revela.
O autor comenta que os livros didáticos têm abertura de vendas apenas uma vez no ano, o que torna o objetivo ainda mais desafiador, mas, para ele, a escrita foi uma descoberta que lhe permitiu escoar a imaginação e a capacidade de realização, além de ajudar outros jovens a se encantarem com os estudos das Ciências e da Biologia.
“Existem muitos autores com seus manuscritos escondidos no fundo de uma gaveta, mas que não conseguem organizar suas ideias ao colocar no papel ou sistematizar um processo de produção de um livro, seja por desconhecimento ou falta de iniciativa. Vejo a autopublicação como um ato de empreendedorismo”, afirma.
Almeida reflete que o Clube de Autores seguirá contribuindo com o trabalho e a realização dos sonhos de cada um de seus escritores cadastrados na plataforma. “Disponibilizando uma plataforma internacional de autopublicação, nosso objetivo é fazer que os nossos autores cresçam e se desenvolvam ainda mais. Acredito que daqui sairão os grandes best-sellers do Brasil em pouco tempo”, finaliza.