Apenas 18% do total de profissionais de TI no Paraná são mulheres
POR: Engenharia de Comunicação
A Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro – PR) cria a primeira diretoria feminina da entidade. A ação tem como objetivo incentivar a inclusão de mulheres no setor de TI, já que a proporção entre homens e mulheres na área ainda é bastante desigual: apenas 12% dos profissionais que trabalham com inteligência artificial, por exemplo, são do gênero feminino, segundo estudo realizado pela revista americana Wired em parceria com a empresa canadense Element AI.
Ainda segundo estudo realizado pela Assespro-PR e o Departamento de Economia na UFPR em Agosto de 2019, apenas 18% do total de profissionais de TI no Paraná são mulheres.
A nova diretoria da gestão 2019-2020 da Assespro-PR tem a Ana Lucia Bittencourt Starepravo, da Genialnet, como diretora adjunta da Mulher na Tecnologia e a Marcia Regina Munaro, da Lume Tecnologia, como diretora adjunta de Infraestrutura e Segurança.
“A criação da diretoria feminina foi um ato de muita sensibilidade e mostra a preocupação em fortalecer a Associação, criando uma comunicação verdadeiramente inovadora para discutir os mais variados assuntos de interesse para os empresários da área. Foi uma atitude inédita e tenho certeza de que, agora, outras regionais farão o mesmo”, declara Ana Lucia.
Ana Lúcia conta que um dos seus projetos é visitar escolas de ensino médio, públicas e privadas, e fazer uma pesquisa entre as alunas para verificar quais carreiras pretendem seguir: “Já posso prever o resultado, poucas irão para a área de tecnologia e quero entender o porquê”. Depois, ela pretende levar profissionais de tecnologia para dar palestras nessas escolas: “É preciso desmistificar que mulheres ‘são cuidadoras’ e, portanto, escolhem em sua maioria carreiras que focam no cuidado com o outro, como medicina, enfermagem, nutrição, assistência social, pedagogia etc”, afirma.
Outra iniciativa é apostar nas redes sociais e em encontros presenciais: “Vamos trocar ideias, apresentar cases, mostrar detalhes das carreiras, depoimentos de mulheres de sucesso. Também quero promover encontros mensais, como palestras e rodas de conversa”, afirma Ana.
A Marcia Regina Munaro, por sua vez, lembra que muitas vezes ao longo de sua trajetória estudantil e profissional foi a única mulher e conta como é trabalhar em um ambiente predominantemente masculino:
“Sempre foi um desafio, mas isso fez com que eu me posicionasse com mais firmeza”. E acredita que, apesar dos obstáculos que ainda existem, as mulheres estão mudando esse cenário: “Através do trabalho competente de muitas mulheres, estamos derrubando a ideia de que TI é um ambiente exclusivamente masculino. Precisamos continuar compartilhando experiências e nos fortalecendo”, declara.
“Os objetivos para essa gestão são mostrar a importância da mulher na tecnologia, já que a visão holística feminina é fundamental para projetos tecnológicos, e instigar a curiosidade para as diversas áreas de TIC. Acredito muito no trabalho conjunto de homens e mulheres, há uma complementação. A equidade de gêneros é importante em qualquer área”, conclui Ana Lucia Starepravo.