Presentes nos principais estádios da elite nacional, empresa especializada em acessos por biometria facial estima faturar R$ 12 milhões até o fim de 2024
O mercado de biometria facial no segmento esportivo tem experimentado um crescimento significativo potencializado pela aprovação da Lei Geral do Esporte (Lei nº 14.597/2023 – LGE), estabelecendo a obrigatoriedade da adoção de biometria por reconhecimento facial em estádios com capacidade acima de 20 mil pessoas até junho de 2025. A medida busca oferecer medidas de segurança mais avançadas, além de uma experiência do espectador aprimorada.
Com apenas dois anos de operação, a Bepass já se consolidou como o principal player desse mercado atendendo os principais palcos do Brasileirão: Allianz Parque, Arena das Dunas, Arena Fonte Nova, Maracanã, Nilton Santos e Vila Belmiro
“Nossa meta é chegar a doze clubes atendidos ainda em 2024. Para o próximo ano nossa intenção é atender times da série B e C, além de expandir para outros países da América Latina, Europa e Estados Unidos”, afirma Ricardo Cadar, fundador e CEO da empresa.
Palmeiras: case de sucesso e implantação de nova tecnologia
O alviverde foi o primeiro clube a assinar com a Bepass e, nesse pouco mais de 1 ano e meio de parceria, se tornou o primeiro estádio do mundo com 100% de acesso por biometria facial, tendo em seu cadastro mais de 800 mil torcedores. Além disso, o local é conhecido por sua segurança. O uso da biometria com o programa da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), em parceria com o Palmeiras, por exemplo, resultou na prisão de 170 pessoas em partidas disputadas no local.
Além das quatro linhas: empresa busca consolidação no setor de shows e eventos
Embora seja relativamente novo no âmbito esportivo, o uso do reconhecimento facial já é consolidado em diversos setores da sociedade como, por exemplo, em aplicativos de banco e portarias. Essa tecnologia tem se tornado cada vez mais presente em grandes eventos ao solucionar diversos problemas para organizadores e o público, como diminuição do tempo de filas, fim do cambismo, além de contribuir para a segurança, evitando desde falsificação de documentos até mesmo impedindo a entrada de pessoas com algum tipo de pendência na justiça. E, justamente no setor de entretenimento, que a Bepass busca ampliar sua atuação.
A empresa foi a responsável pela implantação da biometria facial da 69º edição da Festa do Peão de Barretos 2024, maior rodeio da América Latina, que recebeu cerca de 900 mil visitantes, segundo o Centro de Inteligência da Economia do Turismo (Ciet), da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo, nos dias 15 a 25 de agosto. Diferente da edição de 2023 quando contou apenas nos camarotes, Arena VIP e Arena Premium, a edição desse ano adotou o sistema em todos os setores.
“Eliminamos o uso do plástico em crachás, cartões e ingressos gerando comodidade para o público, pois o ingresso passa a ser a face. E, desta forma, eliminamos também toneladas de emissão de C02, além de reduzir toneladas de resíduos plásticos”, finaliza Cadar. A empresa também foi responsável pelo sistema de reconhecimento facial no Jaguariúna Rodeo Festival e Brasil Game Show (BGS) 2024.
Investimentos e modelo de negócio
O modelo de negócios prevê um serviço turn key, ou seja, com todo o trabalho feito apenas pela startup, da instalação dos equipamentos até a operação do software. No caso dos estádios, a empresa mantém contratos de longa duração, que podem ter cobranças por jogos ou por mês. No caso de outros eventos, é definido um único que valor que envolve todos os processos necessários para a realização do serviço.
A Bepass recebeu um aporte de R$ 5 milhões em investimentos da Ingresse, Outfield e Linkinfirm para a auxiliar nessa expansão. Com isso, o capital será destinado principalmente para a contratação de novos colaboradores, com foco na equipe de desenvolvimento. Em 2023, a startup contava com oito funcionários e, em 2024, ampliou para 32 pessoas. Com os planos de expansão, depois de faturar R$ 2 milhões em 2023, a startup projeta um faturamento de R$ 12 milhões para 2024.