“Muitas Vozes Uma Canção”, dos autores Ted Rau e Jerry Koch-Gonzalez conta com campanha de financiamento coletivo para lançamento em português
POR: Bolacha Comunicação
Colaboração e coletividade são conceitos com significados próximos à palavra sociocracia, onde o objetivo principal é uma forma de governar na qual as decisões são tomadas com base no consentimento, envolvendo, direta ou indiretamente (por meio da representação), pessoas afetadas pelas próprias determinações. O livro “Many Voices One Song” detalha, de forma simples e objetiva, como implementar a sociocracia e a autogestão em organizações. A obra poderá ser lançada em breve no Brasil, pela editora Voo, sendo viabilizada pela campanha de financiamento coletivo que está no ar pelo site Benfeitoria. As pessoas que colaborarem com o projeto ganharão contrapartidas, que envolvem exemplares, dedicatórias exclusivas e outros benefícios. A campanha está no ar pelo site https://benfeitoria.com/livrosociocracia.
A tradução e publicação da obra é uma parceria da editora com a Sociocracia Brasil, instituição responsável pela gestão da metodologia no nosso país. “Muitas Vozes Uma Canção – Autogestão por meio da Sociocracia” detalha, de forma simples e objetiva, como implementar a sociocracia e incentivar autonomia nas pessoas em universos corporativos. Os autores Ted Rau e Jerry Koch-Gonzalez, fundadores da Sociocracy For All (SoFA) – uma organização sem fins lucrativos criada para difundir a sociocracia pelo mundo todo, já trazem na obra, a ideia central do conceito: ouvir e integrar a diversidade de ideias e opiniões por meio da equivalência. “Quando escutamos o outro, abrimos espaço para uma maior conexão e resolução. Ouvir a voz de pessoas afetadas assegura maior propriedade na hora da tomada de decisões”, explica Tanya Stergiou, uma das fundadoras da Sociocracia Brasil
Para esclarecer melhor os conceitos e como a sociocracia pode trazer grandes impactos às organizações brasileiras, seguem abaixo alguns detalhes da metodologia, de acordo com Stergiou e Anne Trummer, facilitadora no nosso país:
- O que é sociocracia?
A sociocracia é uma metodologia de administração em que o poder é exercido pela sociedade como um todo. Nela, considera-se a opinião de cada indivíduo a fim de uma tomada de decisão mais consciente e assertiva. Pautada na liderança distribuída e tomada de decisão por consentimento, ela produz maior engajamento, comprometimento, responsabilidade, criatividade, efetividade e felicidade às organizações e indivíduos que a praticam.
- De que forma a sociocracia deve ser implantada e até que ponto ela ajuda no desenvolvimento pessoal, social, corporativo e político?
Entender o contexto em que ela será utilizada é o primeiro passo. A partir das dores e tensões de uma organização, desenvolvem-se padrões com foco na colaboração. Os três pilares da sociocracia, de acordo com o livro, são: design organizacional por círculos e elos duplos, tomada de decisão por consentimento e ciclos de feedback. Compreender as ideias, explorar as várias possibilidades de resolução ao invés de buscar pela solução mais rápida e decidir por algo que seja bom o suficiente fazem parte do processo. No método, como as tomadas de decisão acontecem por consentimento, os participantes se tornam mais responsáveis e responsivos pelo que está ocorrendo. Responsabilizar-nos pelas decisões que estão impactando nosso entorno nos faz parte do sistema e responsável por ele. Isso é um grande passo no desenvolvimento pessoal, social, corporativo e político.
- Qual o maior desafio enfrentado por pessoas ou organizações para aderirem à sociocracia?
Um dos maiores desafios é não ter clareza de que do que se trata o processo da sociocracia. É preciso entender que a sociocracia se trata de uma mudança cultural e não apenas estrutural. É a distribuição do poder. Quem tem muito controle passa a ter menos e quem tem pouco passa a ter mais. Isso mexe com o ego, pois crescemos em uma sociedade hierárquica. O desconforto surge tanto para quem “perde” o poder quanto para quem precisa assumir mais responsabilidades.
- Como é possível medir os impactos da Sociocracia?
Notamos uma melhora no fluxo de comunicação pelo aumento da transparência nos processos e nas responsabilidades. As tomadas de decisão ficam mais ágeis. Também observamos maior proatividade e responsabilidade individual pela autonomia e autoridade distribuída. Há mais dinamismo e adaptabilidade, o que faz com que as organizações respondam às demandas emergentes. Como os gargalos ficam evidentes, o foco fica nas necessidades organizacionais e seus cuidados. Isso gera aprendizado e crescimento pessoal. Descobrem-se mais talentos, pois as pessoas têm mais escolhas sobre sua atuação dentro da organização. Como transparência e equivalência são valorizadas, o ambiente de trabalho fica mais saudável e agradável, pois há espaço para o desenvolvimento pessoal e das relações. Mas a metodologia também trabalha com indicadores de resultados.
- Quais mudanças de mindset primárias devem ser adotadas por uma pessoa/empresa/organização que anseia por aderir à Sociocracia?
É preciso quebrar paradigmas. Adquirir auto responsabilidade e senso de equivalência. Sair da autocracia, meritocracia ou de um sistema em que a maioria decide valendo mais que a minoria, para dar espaço à inteligência coletiva, sabendo que é o mais rico que pode acontecer com a organização da qual fazemos parte. Também é necessário entender os três principais princípios da sociocracia:
Empirismo: olhar o local de trabalho como experimentação e aprender com os possíveis erros.
Equivalência: utilizada na tomada de decisões, a equivalência dá voz aos afetados que participam através da representação.
Eficácia: dar atenção ao que agrega ao invés de desperdiçar energia com o que não gera valor ao propósito da organização.
Completa e didática, a obra disserta sobre o conceito de Sociocracia e ensina, detalhadamente, como implementá-la por meio de exemplos práticos e cases de sucesso. O passo-a-passo é ilustrado, desde sua implementação, por tabelas e diagramas. Seu título é uma metáfora que transmite a ideia central do termo, de que é possível cantarmos juntos a mesma canção, atendendo às necessidades e demandas das diferentes vozes do nosso cotidiano e convívio. A ideia é que nos tornemos uma sociedade mais conectada, colaborativa e integrada. A quantia arrecadada cobrirá os custos de tradução, editoração, impressão e recompensas aos colaboradores. A participação na campanha pode ser realizada através do link:
https://benfeitoria.com/livrosociocracia
A Voo
Criada em 2013, a editora independente tem o propósito de despertar a consciência para um mundo que funcione melhor para todos. Seu objetivo é publicar histórias e ideias que impactam leitores, a fim de inspirá-los a fazer a diferença, nos ambientes corporativos, comunidades e até em suas próprias vidas, além de motivar para uma cultura organizacional com propósito e valores sustentáveis.
Certificada desde 2018 como Empresa B, a Voo é reconhecida como negócio que causa impacto positivo no mundo e possui compromisso formal com o bem-estar socioambiental de todos os envolvidos no negócio. Com essa certificação, a empresa passou a fazer parte do Sistema B, uma comunidade global de empresas que acreditam nos negócios como uma força para o bem.
Impacto social a partir da venda dos livros
A obra “Muitas Vozes Uma Canção” faz parte do projeto Um por Um, da editora. Consiste em reverter parte da renda obtida com a venda dos livros à promoção de atividades e encontros literários com adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, como forma de despertar uma cultura leitora e prover novas perspectivas de futuro.