POR: Lara Comunicação
Olhar para os espaços que a mulher vem se permitindo ocupar nos últimos tempos, não só do ponto de vista profissional como também pessoal, fazendo mais escolhas com relação a vida, se posicionamento diante de atitudes de falta de respeito e abusos, os quais quase sempre foram acompanhados pelo silencio, mostra uma retomada da mulher em uma conexão com o seu potencial criativo e seu sagrado.
E importante falar sobre isso, pois para chegar até aqui, muitos corpos foram mutilados, em outras épocas, muitas línguas caladas, muita aceitação de modelos mentais masculinos e patriarcais para sobreviver e ir retomando aos poucos o lugar que é por direito da mulher, um lugar de conexão com seu feminino, de reconexão com seu corpo, com sua fertilidade, prosperidade e amor benevolente. Características estas, presentes nas nossas ancestrais sacerdotisas, tratadas como uma joia, tinham o seu lugar no império, sua espiritualidade respeitada, sua mente e seus corpos também, consideradas verdadeiras divindades.
Os movimentos de novos tempos têm levado a uma conexão da mulher com o seu feminino consciente, com sua energia criativa e potencial, abrindo portas também para que o masculino se reconecte com um novo lugar de ser.
E esse movimento de forma fluida e constante também aos poucos vai ganhando espaços em esferas empresariais, institucionais, sociais e na formação do instituto família.
E se as mulheres já sentaram no seu devido trono? Ainda não, porque enquanto ainda existir muita força, sofrimento e manifestação requerendo reconhecimento é porque esse lugar do trono ainda não foi considerado.
Ainda existe um volume grande de violências e abusos contra a mulher, ainda existe preconceito com relação ao feminino ocupando lideranças, ainda existem julgamentos até mesmo entre mulheres, o que ainda representa uma barreira para que esse lugar de divindade e sagrado seja devidamente ocupado.
Claro que existe um processo de conscientização individual, um trabalho de autoconhecimento, de honra, resgate de si mesma, de sua sexualidade, da sua conexão com seu corpo, de reconexão curativa com o seu feminino, dos seus traumas ancestrais, gravados em cada memória celular. É importante olhar para essa memória, acolher, ir lá no seu ponto de criação e transmutar, trazendo novos downloads, atualizados nas esferas do sagrado.
Reconhecer todo o movimento realizado pelas ancestrais e honrar, tomando esse feminino e com gratidão, reconhecendo as que vieram antes abrindo portas e rompendo paradigmas para que outras pudessem ocupar devidamente o seu lugar de direito.
E que logo este dia da mulher seja celebrado, não como um dia de manifestação e lutas, mas de reconhecimento do sagrado, do feminino e do divino, a partir de um novo lugar de consciência.
E que possamos acolher e celebrarmos umas às outras, como as nossas ancestrais também faziam, pois se queremos ver mudanças que possamos começar honrando o feminino que habita em cada uma.
Feliz dia!