Hoje 04 de fevereiro é o Dia Mundial do Câncer
Jornalista e apresentadora morreu, nesta quinta-feira (2/2), no Rio de Janeiro. Ela estava internada em um hospital na capital fluminense, em tratamento de metástases
Os últimos quatro anos da jornalista foram marcados pelos tratamentos de problemas de saúde como câncer no pulmão, tumor no cérebro e metástases.O câncer se trata de um dos tipos mais graves de doenças que podem existir na atualidade e também possui uma alta taxa de mortalidade. Por conta disso, o Dia Mundial do Câncer, neste 4 de fevereiro, é uma ótima oportunidade para conhecer mais sobre a doença e ter mais atenção para o problema.
Para entendermos um pouco melhor sobre esse tipo de doença, conversamos com o médico especialista em neurocirurgia, dr Cesar Cimonari, que começou explicando a diferenciação entre tumor cerebral e câncer cerebral.
“Nem todo tumor cerebral vai ser câncer, a gente tem por exemplo os tumores que são os nódulos, que as pessoas costumam conhecer, que são benignos como os meningiomas. E no caso da apresentadora Gloria Maria, realmente estamos falando de um câncer, que é diagnosticado da seguinte maneira: os principais cânceres cerebrais vão ser, ou primários (quando eles nascem do próprio cérebro, que é o caso do gliobastoma) ou no caso dela, as metástases que são casos de tumores que se espalharam de algum outro câncer de outra parte do corpo”, comenta o médico.
Sobre os fatores de risco o neurocirurgião explica: “a gente não tem uma definição muito clara ainda do porquê um câncer nasce diretamente no cérebro ou porque que ele se espalha de uma parte do corpo para outro, mas sabemos que os principais fatores de risco vão ser relacionados principalmente com o câncer original. Por exemplo, uma pessoa que fuma tem mais risco de câncer de pulmão, mulheres que tenham algum histórico familiar com risco, câncer de mama, e esses podem sim se espalhar pelo cérebro”, aponta o especialista.
Dr Cesar Cimonari comenta ainda que o câncer não necessariamente vai ter algum sintoma logo de cara. “A primeira coisa que a gente pensa é se a pessoa tem algum sintoma neurológico, por exemplo uma dor de cabeça muito fora do seu padrão normal, ou uma pessoa que nunca teve dor de cabeça e começou a ter sem motivo, ou crises convulsivas, alterações na visuais e até mesmo de consciência. É importante saber inclusive, que o câncer pode ser silencioso também”, comenta.
O especialista em neurocirurgia acrescenta também que pacientes que já tenham outros tipos de câncer em alguma parte do corpo, é necessário investigar ainda mais o caso. “Alguns tipos de câncer de pulmão por exemplo, depois que se descobre eles, pra tentar melhorar o tratamento, faz parte dessa investigação, a realização de exames específicos, como é o caso da ressonância magnética, que pra investigação do câncer de cérebro vai ser o exame mais indicado”. Disse o médico.
De acordo com o médico, tratamentos complementares como radioterapia, quimioterapia e imunoterapia também podem ser realizados depois da cirurgia, mas que isso depende muito do caso. Ele aponta ainda que é preciso levar em consideração se o câncer no cérebro pode ser removido com cirurgia.
“Na maior parte das vezes a gente precisa no mínimo de uma biopsia ou em algumas condições remover o tumor o máximo possível. Como estamos falando de lesões malignas, cancerosas, agressivas, nem sempre é possível removê-las inteiras, até por conta do risco de sequelas do paciente. É uma cirurgia bastante delicada”. Conclui o profissional.
Em 2019, quando foi diagnosticada com o câncer pulmonar, Gloria Maria passou por procedimento de imunoterapia. A doença, no entanto, se espalhou pelo organismo e formou um tumor no cérebro.A apresentadora, então, fez uma cirurgia, também bem-sucedida. Mas, ela precisou voltar a se tratar no ano passado, já que haviam sido constatadas metástases no cérebro.
Diferente dos tratamentos anteriores, Glória Maria não resistiu à continuidade das sessões de imunoterapia para combater essas metástases e veio a óbito essa semana.
*Por Jairo Rodrigues