POR: Tuddo Assessoria
No último sábado (21 maio), o Pátio do Colégio, na região Central de São Paulo, se transformou em uma sala de pronto atendimento. A ONG “Médicos nas Ruas” e os estudantes do curso de Medicina da FAM (Centro Universitário das Américas) se reuniram para prestar atendimento médico aos moradores de rua.
Ter um atendimento médico adequado nem sempre é a realidade de muitos brasileiros. De acordo com o Ministério da Saúde, o SUS é o único sistema de saúde pública do mundo que atende mais de 190 milhões de pessoas – 80% delas dependem, exclusivamente, dos serviços públicos para qualquer atendimento de saúde.
Mas existe aquela parcela da população que, em situação de vulnerabilidade social, precisa que a saúde vá ao seu encontro provendo-lhe o cuidado necessário.
“Essa parceria do Centro Acadêmico de Medicina, com a participação dos alunos do curso em conjunto com a ONG Médicos nas Ruas, é uma forma de oferecer atenção para pessoas que vivendo em situação de vulnerabilidade precisam de cuidado e atenção”, afirma Rodrigo Varotti, coordenador do curso de medicina da FAM.
“Eu adoro fazer parte desse projeto, é meu terceiro evento, a gente junta o útil ao agradável, eu amo medicina. Foi através da ONG que eu conheci o trabalho voluntário. Sempre quis fazer e eles me abraçaram. A população de rua não é vista pelas pessoas, até mesmo dentro de uma UBS, eles já me relataram que não recebem um atendimento adequado, percebem um olhar de preconceito e com a gente eles se sentem acolhidos e vistos. É algo muito importante para o ser humano, afirma Bruna Santos, (25), estudante do 10 período de Medicina da FAM.
Para a médica e preceptora da FAM, Thisbe Vidal, (40), o projeto é de extrema importância, pois o dever do médico é global. “Nós temos que prestar atendimento ao paciente em todos os lugares: no consultório, hospital. Mas tem paciente na rua que também precisa de atendimento à saúde. E o dever que nós médicos temos que cumprir”.
A ação teve duração de duas horas e muitas pessoas foram atendidas, inclusive crianças. Muitos casos respiratórios por causa do frio.
Priscila Cursi, (30), pediatra, e uma das médicas voluntárias da ONG “Médicos nas Ruas”, está no projeto há um ano.
“Para mim é um privilégio fazer parte dessa ação. A gente os enxerga com outro olhar. É como um deles me disse na primeira vez que estive aqui: vocês nos enxergam como gente. Aquilo tocou meu coração de um jeito. Porque a gente faz um acolhimento, uma conversa. É pouco, mas para eles é muito. Tudo que conseguimos de medicação é doado. Mas não conseguimos fazer um acompanhamento. Se tem alguma emergência chamamos a ambulância.”
É a primeira vez da aluna Karen Arezes, (28), do curso de medicina da FAM. Ela se mostra empolgada de poder ajudar as pessoas de alguma forma.
“Ajuda quebrar a barreira, o atendimento tem que ser para todos, estou muito feliz em participar”.
A ação acontece duas vezes por mês, mas já atende a outros estados como: Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.
*Sobre o Médicos nas Ruas *
A ONG “Médico nas Ruas” surgiu no final de 2015 e foi idealizada pelo médico neurologista, Dr. Mário Guimarães, hoje contando com a participação de outros profissionais e alunos que aderiram ao seu engajamento nesta nobre missão.