POR: Cesar Sponchiado
O aplicativo não se trata apenas de mais uma rede social para interagir e acompanhar, ele foi pioneiro e apresentou um conceito que deve se tornar tendência. Assim como o extinto Orkut, que trouxe a ideia de comunidade, mas depois foi substituído pelo Facebook, uma plataforma mais evoluída. Após o boom dessa semana, descobrimos outros players que estão criando soluções para concorrer com o Clubhouse, como os gigantes Facebook e Twitter. Sem dúvidas o áudio é o hype do momento. Os “hits”, sejam na área que forem, costumam trazer algo novo com uma pitada de algo familiar e o Clubhouse acertou em cheio.
Ao entrar no app me senti como se estivesse em uma grande conferência. Várias salas temáticas paralelas com debatedores influentes em seus nichos como Thiago Nigro, Alfredo Soares e Ricardo Amorim. É um sentimento de roda de conversa, uma aproximação diferente das que são proporcionadas por outras redes. Ali é um local de encontro para debater temas diversos. Ao vivo, sem roteiros, sem cortes nem edição. Esse conceito é familiar e foi apresentado pelo rádio, o grande precursor da comunicação que se manteve vivo desde então.
Notei também certa semelhança com os talk shows das rádios porque o público tem a liberdade para realizar qualquer outra atividade enquanto consome o conteúdo. Nunca foi preciso parar de fazer alguma coisa para escutar o programa Pânico ou um debate do saudoso Boeachat com seus convidados. A revolução do Clubhouse está na interação, na comunicação bidirecional. É mais prático e tem menos fricção do que telefonar na emissora ou enviar uma mensagem e esperar que seja ouvida. Basta levantar a mão e o moderador terá a escolha de puxar o ouvinte como “speaker” daquela sala também. O mais importante, tudo ao vivo, em tempo real. Estamos vivendo a geração da criação de conteúdo coletivo e esse tipo de conversa estimula maior tempo de retenção.
Os modelos de negócios e a monetização ainda estão sendo desenvolvidos, mas já imaginamos que logo os anunciantes poderão entregar campanhas nas salas através de uma plataforma de Ads como ocorre hoje com Spotify Ads, por exemplo. Enquanto isso não avança, nos EUA algumas marcas já estão aproveitando eventos de grande audiência para criar salas com influenciadores para debater o assunto em tempo real. Podemos imaginar a Budweiser patrocinando uma sala onde o tema é NFL? A C&A com uma sala exclusiva para falar de BBB com o participante eliminado da semana? Enfim, o Clubhouse abriu uma nova janela de oportunidades e as possibilidades para consumidores, marcas e veículos de mídia são infinitas.
Cesar Sponchiado é fundador e CEO da TunAd
Clubhouse: @cesarspo
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