POR: Vivaldo José Breternitz
A Tesla comprou US$ 1,5 bilhão, o equivalente a R$ 8 bilhões, em bitcoins, de acordo com informações enviadas pela empresa à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês). As informações foram enviadas à SEC em 8 de fevereiro, embora a compra tenha sido feita em janeiro passado.
A Tesla diz que a aquisição foi feita de acordo com sua política de diversificar investimentos e buscar maximizar retornos – além de bitcoins, a empresa informa estar investindo naquilo que chama de “ativos alternativos”, como barras de ouro e fundos de investimento nesse metal.
Disse também que em futuro próximo, se a legislação vigente permitir, espera poder aceitar bitcoins como forma de pagamento de seus produtos, inicialmente, de forma limitada.
As informações foram prestadas em função de exigências legais, e por essa razão a Tesla também diz estar ciente dos riscos de investir em criptomoedas, especialmente em função da volatilidade de suas cotações, da incerteza quanto à sua ampla adoção por investidores, consumidores e empresas e das dúvidas quanto aos aspectos regulatórios. Ainda não está claro se haverá uma legislação consolidada internacionalmente acerca do assunto; muitos países, em termos práticos, proíbem a circulação do bitcoin, talvez lembrando sua utilização em mercados negros da internet, como o Silk Road.
Há também desconfianças motivadas por razões de ordem tecnológica: as transações com bitcoins são baseadas na tecnologia de blockchain, que apesar de até agora ter se mostrado bastante segura, ainda não é consenso no mundo dos negócios.
O fato é que Elon Musk, o dono da Tesla, parece acreditar no bitcoin; suas falas acerca do tema em redes sociais, especialmente Twitter e Clubhouse contribuíram para que as cotações da moeda chegassem, no dia 8, a US$ 44,3 mil (R$ 237,7 mil); aqueles que compraram bitcoins por volta de 2011, pagando US$ 0,30 e ainda os tem, devem estar muito felizes.
Os leigos que estão se entusiasmando com investimentos em bitcoins, devem se lembrar que comprar na alta nunca é um bom negócio, embora não seja possível prever até quando as cotações seguirão subindo. Também é bom lembrar que grandes altas são sempre seguidas por quedas espetaculares.
Vivaldo José Breternitz é Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Sobre a Universidade Presbiteriana Mackenzie
A Universidade Presbiteriana Mackenzie está na 103º posição entre as melhores instituições de ensino da América Latina, segundo a pesquisa QS Quacquarelli Symonds University Rankings, uma organização internacional de pesquisa educacional, que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação. Possui três campi no estado de São Paulo, em Higienópolis, Alphaville e Campinas. Os cursos oferecidos pelo Mackenzie contemplam Graduação, Pós-Graduação Mestrado e Doutorado, Pós-Graduação Especialização, Extensão, EaD, Cursos In Company e Centro de Línguas Estrangeiras.
Em 2021, serão comemorados os 150 anos da instituição no Brasil. Ao longo deste período, a instituição manteve-se fiel aos valores confessionais vinculados à sua origem na Igreja Presbiteriana do Brasil.