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Começou a 25ª CASACOR Minas

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Realizada no Palácio das Mangabeiras, a 25ª edição da maior mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo do estado conta com 60 ambientes, assinados por 94 profissionais. A programação segue até 13 de outubro.

POR: Fábio Gomides – A Dupla Informação

A 25ª edição da CASACOR Minas foi aberta oficialmente nesta terça e segue até 13 de outubro, no Palácio das Mangabeiras, imóvel tradicionalmente utilizado como residência dos governadores de Minas. Esta é a primeira vez que o imóvel está sendo aberto para visitação. O tema apresentado nesta edição é “PLANETA CASA“. A ideia é fazer com que os frequentadores tenham uma reflexão sobre como a nossa relação com o mundo influencia o nosso jeito de morar. Sendo assim, a proposta é apresentar uma série de projetos que reflitam sobre como a casa deve absorver o estilo de vida de seus moradores. Atentos à questão da sustentabilidade, diversos ambientes da mostra foram inteiramente construídos a partir de técnicas capazes de reduzir a geração de resíduos, reduzindo consequentemente os custos de produção, além do ganho na agilidade deste processo construtivo.

A CASACOR Minas conta com 60 ambientes ao todo, envolvendo a participação de 94 profissionais do setor.  Cerca de 500 profissionais entre arquitetos, design de interiores, paisagistas, pedreiros, pintores, marceneiros, jardineiros e soldadores trabalharam diretamente na elaboração, construção e finalização dos ambientes. Só na parte de construção foram investidos aproximadamente R$ 10 milhões.

Com todo esse aporte financeiro, além, é claro, do local escolhido para ser sede da mostra deste ano, que será aberto pela primeira vez ao público, faz com que a expectativa do número de visitantes da CASACOR Minas 2019 seja o maior da história do evento. De acordo com Juliana Grillo, diretora comercial da mostra, cerca de 70 mil pessoas são esperadas ao longo dos 40 dias de visitação. “Estamos radiantes com a oportunidade de comemorar 25 anos da CASACOR Minas em uma das construções mais emblemáticas do estado”, comemora.

E para conseguir atrair milhares de visitantes, um time de peso formado por renomados profissionais e jovens talentos foi convocado para encantar os visitantes. Nomes como Flávio Bahia, que esteve na primeira edição da mostra, em 1995, assim como Gustavo Penna, Pedro Lázaro, Estela Netto e Júnior Piacesi retornam em grande estilo para esta edição comemorativa. Outros expoentes com diversas participações ao longo de suas carreiras e que também estarão no time de 2019 são: Mário Caetano, Ângelo Coelho, Cristina Morethson, Juliana Vasconcellos e Valéria Junqueira.

Soma-se ao elenco Rodrigo Aguiar, Will Lobato, Rodrigo Castro, Rodrigo Maakaroun, Maurício Bomfim, Sílvia Carvalho, Luis Gustavo, João Lucas, Joana Hardy, Antônio Valadares, Tereza Valadares, João Diniz, Bel Diniz, José Lourenço, Mariza Rizck Magalhães, Felipe Fontes, Betina Marques, Gabriel Passos, Túlio Manata, Fernanda Boratto, Vera Valenzuela, Nagela Rigueira Aud, Wanderlan Pereira, Lucas Lage, Andréia Campolina, Bárbara Drummond, Carolina Melgaço, Cynthia Silva, André Prado, Paula Zasnicoff, Tina Barbosa, Júlia Belisario, Carol Horta, Filipe Pederneiras, Karina Polatscheck, Érika Steckellberg, Graziela Costa, Kívia Costa, Mira Mundim, Renata Paranhos, Sheila Mundim, Juliana Couri, Maria Gabriela Nogueira, Natacha Nacif, Felipe Soares, Renata Basques, Érika Viana, Flávia Freitas, Flávio Lobato, Erly Hopper, Evaldo Rios e Maluh Amorim.

Entre os estreantes desta edição estão Marina Diniz, Paula Guimarães, Nídia Duarte, Carla Cruz, Rita Cruz, Philipe Pinheiro, Letícia Longuinho, Carolina Campos, Maria Clara, Igor Zanon, Daniel Tavares, Marcus Paschoalin, Bárbara Barbi, Murad Mohamad, Jéssica Sarriá,Uriel Rosa, Filipe Castro, Atamar Lorrani, Francisco Mascarenhas, Carol Quinan, Andréa Pinto Coelho, Mário Caetano, Aline Castro, Natália Freitas e Laura Penna.

Destaques

Recuperar parte da história da obra feita por um mestre do paisagismo. Esse é o desafio que é Nãna Guimarães se propôs a realizar na mostra deste ano. A profissional é a responsável pelo Jardim Burle Marx. Com aproximadamente 400 metros quadrados, a proposta foi restaurar o projeto inicial assinado por Burle Marx nos jardins do Palácio das Mangabeiras. Para recriar parte desse ambiente da década de 1950, ela teve acesso ao projeto original e foi atrás de seis espécies nativas brasileiras utilizadas pelo reconhecido paisagista como Guaimbé, Camará, Bela Emília, Trapoeraba Roxa, Giesta e Agave.

Presente pela primeira vez na mostra, Janaína Pacheco se uniu ao veterano Maurício Bomfim no projeto Casa dos Eucaliptos, uma das construções mais audaciosas da mostra. Bomfim inclusive é o nome por trás de todo o design de interiores, além de várias peças do mobiliário. A casa criada pela dupla está totalmente integrada à natureza, uma vez que o espaço está localizado dentro de um bosque de eucaliptos, que foi inclusive incorporado ao projeto. Nos jardins, o destaque fica por conta do lançamento da linha de mobiliário para área externa, assinada pelo premiado Jader Almeida, além de um jogo de espelhos, convidando para que os visitantes possam olhar para si enquanto estão imersos em uma pequena floresta, estabelecendo uma conexão com o meio-ambiente.

Com aproximadamente 250m², o Living, assinado pela arquiteta Estela Netto, é outra atração à parte. Certamente chama a atenção do visitante pela imponência e pelas grandes proporções. Construído a partir de uma técnica em treliça metálica espacial e steel frame, o espaço reúne diversos ambientes como Home Cinema, Espaço Gourmet, Adega e Lounge da Lareira e é um dos exemplos de construções que prezam pela redução do volume de resíduos gerados, apresentando métodos construtivos limpos e inovadores.  O conceito é ser de um espaço totalmente voltado para o lazer e diversão, seja em uma reunião familiar ou encontro entre amigos. Entre os destaques, a presença marcante da luz natural, por meio de um pergolado e grandes vãos em vidro, o uso de materiais e texturas naturais, além da inserção de tecnologia no espaço, que é totalmente automatizado.

Em sua quarta participação na CASACOR, Flávia Roscoe assina um dos ambientes que certamente será um dos mais visitados, a Suíte do Governador. O conceito nasceu da seguinte reflexão feita por ela: “O que é ouro para você?”. Essa observação tem como objetivo apontar as responsabilidades que os políticos que ocuparam o local possuíam, não no sentido material, mas no de valorizar o que é do povo, no verdadeiro propósito de habitar aquele espaço. Os visitantes encontrarão, ao longo do ambiente, tons discretos em dourado, uma mesa de trabalho, uma poltrona de leitura de frente para uma bela vista, uma mesa para tomar o café da manhã, um painel atrás da cama que remete à época da construção da casa na década de 1950, além de várias obras de arte. A ideia foi criar a sofisticação e a leveza do acolhimento em um mesmo local.

Norah Fernandes e a estreante Bárbara Nobre são as responsáveis pelo projeto Gabinete. Por meio de uma pesquisa realizada para entender como era o uso do local, além de valorizar os objetos originais da década de 1950, as profissionais optaram por contar a história do lugar por meio da decoração. Peças como um painel e uma sanca de iluminação de estrutura metálica daquela época foram restauradas. Um sofá do período também compõe o ambiente. Para trazer contemporaneidade, móveis no estilo Hi-Tech, como cadeiras ergonômicas, irão compor a cena. O grande diferencial é que o público encontrará um novo conceito de layout para escritório, seguindo um conceito turco, onde todos conseguem interagir sem precisar se virar na cadeira.

A Cozinha Leroy Merlin é outro projeto que merece destaque. Assinada por Felipe Soares, a proposta foi criar uma cozinha tipicamente mineira. O ambiente de 38m² procura ressignificar o mobiliário tradicional de armazéns e cozinhas do interior do estado de uma maneira extremamente minimalista e sofisticada. O projeto possui uma ilha central integrada a uma bancada, mesa e um fogão a lenha na extremidade. Materiais artesanais como tijolo de barro, vermelhão e ladrilho, além de obras de arte de importantes artistas mineiros contemporâneos, como Mabe Bethônico e Flávia Bertinato, também compõe o local. Um armário aberto, nos moldes das antigas vendas/armazéns, completa o espaço.

Valorizar a experiência de se degustar um bom vinho, além de compartilhar uma adega, literalmente, em meio aos jardins do Palácio das Mangabeiras, para que se possa vivenciar momentos agradáveis com familiares e amigos. Essa é a proposta da Casa de Vinhos, assinada pela arquiteta Silvia Carvalho. O ambiente possui elementos naturais como a pedra, de caráter mais fechado, que reveste tanto as paredes externas como internas, além de madeira e couro, tudo pensado para que a experiência dos amantes da bebida seja inesquecível. O ponto alto do projeto é a adega, que tem capacidade de armazenar 400 garrafas. Uma mesa redonda de oito lugares que serve para as confrarias, além de uma bancada gourmet para apoio da confecção de pratos e higienização de taças, uma prateleira com várias taças e rótulos raros compõe o projeto.

O Pavilhão Office, assinado por Fernanda Villefort, traz a concepção de espaço corporativo onde a afetividade ganha espaço e aproxima o usuário de elementos multissensoriais. O ambiente propõe um percurso em forma de galeria para contemplação e comunicação com a arte, além de uma setorização integrada entre três esferas: BUSINESS (reuniões/conexão com o outro) + MEETING (treinamento / palestras / conexão com o mundo) + COWORKING (trabalho individual / conexão consigo mesmo / foco). Uma grande bancada de apoio serve para oferecer desde o típico cafezinho até o atual happy hour. Já na parte da arquitetura, a proposta é de trabalhar com materiais naturais e muita integração entre o interior e o exterior. Para isso, foi criado um invólucro em aço corten com faixas ritmadas e intercaladas com o vidro incolor para gerar sensações e intensidades de luz também variadas. Há ainda a presença de um jardim vertical natural que dialoga com o entorno e enfatiza a importância da conexão com a natureza.

Um espaço de pesquisa e de descobertas. Assim, Ana Bahia e Sarah James descrevem o projeto Cozinha Funcional. O objetivo foi criar um espaço propenso às experiências, sejam elas sensoriais ou espaciais. A cena propõe diversas maneiras de uso e ocupação do local, como aulas de culinária, jantares, palestras e reuniões ao ar livre. Um dos pontos altos do ambiente é o design de mobiliário feitos com materiais como ônix, inox, pedra sabão e feltro, que serão utilizados de uma maneira inusitada. A arquitetura foi pensada como um bloco cujos ângulos não retos provocam diferentes visadas a cada ponto de partida.

Preservação e patrimônio

O convênio de cooperação celebrado em junho entre o Estado e a Codemge destaca a importância da adequada manutenção e preservação do Palácio das Mangabeiras, que tem projeto inicial de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer, com jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx. Além do evento, a proposta é que a CASACOR continue promovendo uma série de benfeitorias, obras de infraestrutura, restauro, recuperação, manutenção e vigilância do espaço que está sendo ocupado por ela durante o período médio de seis meses ao ano, pelos próximos quatro anos.

Durante a 25ª edição da mostra, o público pode conferir o resultado do trabalho, promovido pela CASACOR Minas, de resgate e restauro do projeto paisagístico e arquitetônico do Palácio. Uma parte do jardim, inclusive, já pode ser vista com as espécies originais do projeto, em conformidade com o desenho de Burle Marx. Para Eduardo Faleiro, a mostra é uma oportunidade de abrir a porta de edifícios emblemáticos, que todos têm vontade de conhecer. “Só valorizamos aquilo que conhecemos. Então, temos uma luta muito grande na valorização do patrimônio histórico e consideramos a importância de que a população conheça, entre, entenda a beleza e ajude, de uma forma conjunta, a preservar mais o que ainda nos restou de memória da cidade”, conclui.

Sustentabilidade

Encarregada pela gestão dos resíduos gerados na CASACOR, a Aterra é a parceira sustentável da CASACOR Minas e atende a todos os projetos desta edição. A empresa é responsável pela correta destinação de rejeitos de obra. Todo o material recolhido até o momento está sendo destinado a um aterro de resíduos da Construção Civil – Classe A, que tem como característica reutilizar ou reciclar os sedimentos condicionados. De acordo com o diretor operacional da instituição, Bruno Giovannini, foram recolhidas até o momento 61 toneladas de resíduos, sendo 70% de entulhos/podas de árvores e plantas, 10% de papelão, 8% de metais e 12% de outros materiais. Esse volume de detritos representa 47% do total dos sedimentos retirados na mostra de 2018, quando foram coletados 13.000kg de entulhos, 1.902 kg de papelão, 1.493kg de metalon, 102kg de plástico e 3.000kg de entulho reaproveitado. A expectativa é de que até o final da mostra deste ano, quando ocorrerá a desmontagem de todos os ambientes, sejam recolhidas 200 toneladas de rejeitos. Os materiais de revestimentos de parede e pisos serão destinados a projetos sociais.

Sobre o Palácio das Mangabeiras

Inaugurado oficialmente em 1955, o Palácio das Mangabeiras foi construído entre 1951 e 1955 para ser a residência oficial dos governadores de Minas Gerais. A edificação vem sendo utilizada para esta finalidade desde a sua inauguração, ocorrida durante o governo de Juscelino Kubitschek. Tudo indica que o projeto arquitetônico é assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Já o projeto paisagístico original é de Roberto Burle Marx, duas grandes referências em suas áreas de atuação. Localizado aos pés da Serra do Curral, o Palácio segue o estilo modernista. Apesar de não ter as dimensões que outros palácios tradicionais da cidade como o da Liberdade, por exemplo, o Palácio das Mangabeiras tem uma importância histórica para a política de Minas Gerais, sendo palco de inúmeras reuniões e encontros decisivos.

Sobre a CASACOR Minas

A CASACOR é reconhecida como a maior e melhor mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas e reúne, anualmente, renomados profissionais. Em 2019 chega à sua 25a edição em Minas Gerais e com mais de 20 eventos nacionais (Alagoas, Bahia, Brasília, Campinas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Interior de SP, Litoral de SP, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina) e seis internacionais (Miami, Peru, Chile, Equador, Bolívia e Paraguai).

Redes

SITE: www.casacor.com

FACEBOOK: www.facebook.com/casacorminas

INSTAGRAM: @casacorminas

Sobre a Multicult

A Multicult é uma empresa promotora de eventos diversos, entre eles a CASACOR Minas, que, em 2019, completa 25 edições ininterruptas. A proposta da empresa é promover e empreender projetos e iniciativas nas áreas de Cultura, Arquitetura, Design, Gastronomia e Urbanismo. O portfólio de ações desenvolvidas com a assinatura da Multicult reúne eventos diversos que se destacam por promover não apenas entretenimento, mas também uma plataforma de inspiração, informação e networking. Outro foco de atuação da empresa é a promoção de iniciativas que contribuam para a preservação da memória e da identidade urbana.

Redes

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FACEBOOK:  https://www.facebook.com/multicultpromocoes/

INSTAGRAM: @multicult.cc

 

CASACOR Minas Gerais

Datas: De 03 de setembro a 13 de outubro

Local: Palácio das Mangabeiras(Rua Mário Costa Tourinho, s/n – Mangabeiras – BH/MG)

Ingressos: R$60 inteira e R$30 – meia /Passaporte(visitas ilimitadas): R$180,00

Vendas na bilheteria ou pelo site: https://www.ingresso.casacor.com/

Horários de funcionamento:

De terça a sexta, das 15h às 22h
Sábados: das 12h às 22h
Domingos e feriados: das 12h às 19h

Informações: www.multicult.cc

 

Descritivo de Ambientes CASACOR Minas 2019

Bilheteria, por Juliana Vasconcelos

Com inspiração minimalista e gráfica, a bilheteria se vale de poucos materiais em seu projeto de interiores. No ponto principal do ambiente, dois tons de vermelho, com paginação em diagonal, sobem paredes e balcão. A ideia é criar pontos de fuga, como se fossem caminhos, dando uma direção ao olhar. A mesma linguagem também está na iluminação, mínima: algumas lâmpadas tubulares em led fazem o caminho no teto e descem por uma parede que não foi revestida. Na área da bilheteria há ainda cortinas, também em dois tons, o vermelho e o rosa. Teto e parede sem revestimento ganharam tom mais dramático de vermelho. No foyer, detalhe para o banco em madeira e para a linha de produtos desenvolvidos pela Hardy inspirados nas espécies escolhidas por Burle Marx para os jardins do Palácio. Bem à vista para o visitante que chega, eles podem ser adquiridos na saída do evento. 

Espaço Globo, por OBJ Design e Arquitetura 

O espaço é cênico e, aqui, luz e som são protagonistas. E andam juntos: a trilha sonora criada exclusivamente para o ambiente interage com a luz, proporcionando várias propostas de intensidades e cores variadas. Para que essa ideia se tornasse eficiente, o ambiente foi todo projetado no branco, criando uma tridimensionalidade com a disposição de bolas de isopor que interagem com a marca da emissora. O revestimento em grama sintética do piso oferece sensação sinestésica e o espelho com recortes tridimensionais amplia o leque de sensações. Um amplo pano de vidro de 6m de largura e 3m de altura faz a integração com a área externa. 

Refúgio, por Júnior Piacesi

Desprendido do chão, o projeto dessa casa pretende estimular conexões e se inserir no contexto em que está implantado, sem interferir com ruído na paisagem. Graças à fachada mimética integralmente revestida por um espelho que cria jogo de esconde-esconde em meio ao bosque de eucaliptos. Uma grande passarela liga a rua ao espaço e investe em uma penumbra branca de reciclado têxtil, dando transparência e leveza à edificação. A casa voa, a seis metros do solo firme, permissão dada pela estrutura metálica de seu esqueleto, uma proposta que soma em volume à experiência de se estar presente consigo mesmo. Internamente estão dispostos a cozinha, a mesa, a cama, o closet, o banheiro e um espaço de meditação, tudo integrado com a leveza do concreto do piso e das placas de cimento que encapam uma parede longitudinal. Do lado oposto, o fechamento é em vidro, assim como uma parte do teto, que traz a luz natural e as árvores do terreno para participar desse momento. Destaque para as poltronas Carlos Motta, poltrona Lina, da Líder, em homenagem à Lina B oBardi, cama da São Romão e luminárias da Floss, da A. de Arte. Sobre a iluminação, mais um detalhe: ela também vem dos eucaliptos lá de fora. 

Ateliê do Chef, por Nídia Duarte  

Mais intimista e propício para receber amigos e familiares, a proposta deste ambiente é ser um espaço que funcione como um laboratório de experimentações, mantendo tudo ao alcance da mão. Para isso, conta com uma estilosa horta de especiarias, distribuída em vasos suspensos que mais parecem discos voadores. Se o lounge é um convite explícito ao descanso, o gazebo é um aceno prazeroso para o ato de cozinhar. No acesso principal, patamares irregulares foram feitos na pedra Hitam. Já na parte lateral ele aparece em forma de rampa, que dá acesso ao lounge que, embora descoberto, foi pensado como um living, com móveis orgânicos dispostos de maneira irregular. Sobre uma prancha de madeira, o sofá grafite, em tecido que remete ao linho, é próprio para áreas externas e tem como complementos, as almofadas e mantas, em tons terrosos e cinza claro. Em um canto, uma composição de mesas de madeira em laca e alguns vasos dão o toque de sofisticação. Criando uma conexão natural, um jardim vertical suspenso atravessa o lounge e adentra o gazebo. Para reforçar o encantamento do lugar, duas poltronas Painho, de Marcelo Rosenbaum, pufes em corda náutica e tapete de Elisa Atheniense, em tons de cinza, também em corda náutica fazem composição harmoniosa. Destaque para o teto com iluminação embutida em colmeia irregular em madeira e para a frente do gazebo, toda feita em ripado de madeira natural, disposta de forma irregular tanto na largura quanto na profundidade.

Escritório do Jardim, por Marina Diniz e Paula Guimarães

Um home office em pleno quintal comprova que tempo é mercadoria de luxo e mostra como pode ser agradável um espaço que parte de um contêiner para se transformar em puro conforto, charme e estilo. Na parte externa, o revestimento em ecogranito é bastante resistente, de fácil aplicação e fica lindo iluminado. A pedra sabão faz o caminho pelo gramado até se chegar, ainda do lado de fora, ao ambiente pontuado por poltronas e pufes em corda náutica e mesas de apoio em fórmica, que antecipam a informalidade de possíveis reuniões, ou mesmo o prazer de momentos de contemplação. A sobriedade das paredes internas deixam o impacto para o bom design do mobiliário, presente nas peças de Sérgio Rodrigues, Jorge Zalzupin e Jader Almeida e também para a montagem ao fundo com 22 telas de Alessandra Rehder, formando uma espécie de janela. Delícia para os olhos e vontade de ficar um sem tempo de tempo. Simples assim. 

Ateliê da Vila, por Casa Tereze  

Nem parece um container, mas é. Tudo por causa do revestimento externo, um lambri de pinus, pintado em dois tons de verde, que dá um ar de casinha rústica a um ambiente em que até o tempo parece ser menos eletrônico e mais artesanal. O deck em madeira é uma extensão do espaço interno e tem um charmoso pergolado em fibra de coco natural criando um divertido jogo de luz e sombra. Internamente, além de um pequeno e confortável estar, chama a atenção a simplicidade das cadeiras de serralheria artesanal com estofado em tecidos de diversas padronagens. Elas dão um toque de ternura à mesa de madeira maciça que serve como bancada para aulas ou reuniões, com desenho bem ao estilo de oficina, em linhas retas e robustas. Revestidas em tecido, as paredes reforçam o abraço que se sente ao entrar nesse ateliê, pensado para a realização de cursos coletivos de artes manuais como cartonagem, cerâmica, costura e bordado. 

Cuboesia & Jardim de Aço, por João Diniz e Bel Diniz

Cuboesia é uma instalação híbrida que une arquitetura, design, escultura, paisagismo e poesia resultando numa peça de ‘land-art’ instalada  no gramado do Palácio Mangabeiras palco da CasaCorMG 2019.  A intenção é que as pessoas interajam com esse espaço –  literalmente – entrando na poesia e através de seu texto – que é um poema de seis versos vazado em cada face do cubo – passem a admirar a luz, as sombras e a paisagem montanhosa do entorno.  Em volta deste cubo de metal está o Jardim de Aço, que é uma composição escultórica que interage com a vegetação local. O espaço sugere que o metal é também um elemento da natureza. O Cubo e o Jardim  foram totalmente produzidos com os aços da ArcelorMittal.

Jardim das Palmeiras, por Rita Cruz

Aqui, a opção foi reforçar a sensação da rigidez do concreto da edificação com a presença de um mandacaru disposto entre agaves. Tal aridez cria um jogo estético e brinca com as sensações, já que, neste caso, o frescor vem de dentro, ou seja, faz parte do ambiente interno. Nele, um maciço de palmeiras Phoenix pode ser visto de fora e, ao fundo, uma árvore Eugênia tem a companhia de um maciço de moreias. Rita opta por utilizar poucas espécies e tem trabalho inspirado em profissionais como Luís Carlos Orsini e também Burle Marx.

Sala das Palmeiras, por Carla Cruz e Philipe Pinheiro

Um ambiente que se propõe sem limites entre o interno e o externo e que contrasta a rigidez externa da arquitetura brutalista das placas cimentícias aparentes, em formato ortogonal, com a fluidez interna. Com living, jantar e adega, o espaço é delimitado pelo uso e não por divisões físicas e se destina à convivência e à contemplação do entorno. O layout e o mobiliário tem caráter orgânico, com poucos itens e uma paleta bem clean. A simplicidade do ambiente funciona como uma tela em branco em que as pinceladas são os móveis e a luz que toca as superfícies. Destaque para a mesa de jantar orgânica, desenhada pelo escritório em lâmina de madeira natural Grigio Italiano e para as duas arandelas douradas Vent, da Foscarini, a luminária de piso Galáxia da Archela, e a arandela da adega Arco, do Estudio Rain. 

Minas Workpod, por José Lourenço

Pensado para ser o escritório móvel do governador, que pode ser implantado em qualquer lugar, o edifício orgânico cujo formato reforça o elo forte com a natureza que o abraça, tem breeze em mármore paginado no janelão, criando uma função arquitetônica inovadora. Refletido em dois momentos, o externo em aço virgem do contêiner, que oxida com o tempo e em azul Ives Klein; e o interno, em contraste, com madeira vinílica cobrindo teto e chão e paredes em cinza claro. Industrial por fora e aconchegante por dentro. Do lado oposto ao breeze do janelão, uma democrática cozinha que se abre para a população foi montada na porta do contêiner. Na sequência, um pequeno estar com mesinha e duas poltronas e, mais adiante, finalizando, o espaço oval, com mesa de design autoral em mesmo formato, em mármore e madeira incrustada no centro e pé em madeira com o mesmo desenho da madeira do tampo, destinada a reuniões maiores. 

Jardim do Encontro, por Carol Quinan

Um estar ao ar livre, com o mesmo conforto, charme e aconchego de um ambiente interno. Para que isso fosse possível, foi utilizado mobiliário próprio para uso externo em múltiplas opções: do estar ao momento de refeição, passando pelo carinho da lareira, do delicioso balanço e também das chaises com mesa que tem champanheira embutida. A elegância fica por conta do pontual bordeaux e do preto em paleta em que predomina o cinza clarinho e das curvas tanto na passarela quanto na implantação do terraço, à la Burle Marx. O paisagismo lançou mão do jasmim manga em grande quantidade, oferecendo uma proposta mais árida, além de usar a pleomeli variegata e clúsias na composição entre as árvores preservadas. Iluminado, a beleza do jardim se sobressai também à noite.

Pavilhão Office, por Fernanda Villefort

O que se quer aqui é mostrar um olhar renovado sobre os espaços corporativos, ambientes que costumam mudar de cara com frequência. Como hoje as pessoas permanecem por um período muito grande no ambiente de trabalho, esses espaços não podem ser os mesmos de antigamente. Por isso, o projeto desse pavilhão é todo integrado. Logo ao entrar, é fácil perceber o ambiente. Na área central concentra-se o espaço social, uma grande bancada que oferece café, vinho ou espumante. Aqui já começa a mudança, um novo momento do corporativo: o espaço central é onde tudo começa e onde tudo termina, destinado a reuniões, treinamentos e palestras. É a conexão da pessoa com o mundo, com o outro ou consigo mesma. Há também áreas para quem prefere trabalhar mais isolado. Em paralelo, a passarela galeria, na única parede cega do pavilhão, tem a intenção de evocar e potencializar a sensibilidade e a criatividade nas pessoas.

TransPLANTE, por Mariza Rizk

Um jardim-instalação criado para provocar e levantar uma série de questionamentos nos visitantes a partir da importância sobre a preservação de nossas florestas. A proposta é romper com a ideia tradicional de um jardim, estabelecendo um diálogo com a arte e com a contemporaneidade.

Espaço de Palestras, por Betina Marques, Gabriel Passos e Túlio Manata

Entre árvores, com o paisagismo como elemento potente, e projetado em U que abraça as árvores mais densas, o espaço tem layout variável e mutável para receber palestras e lançamentos. Um lounge com mobiliário em corda náutica deixa a entrada mais convidativa e dá visadas interessantes para outras paisagens do entorno. A permeabilidade visual é obtida pela utilização de brises que, na fachada frontal são móveis e, na posterior, fixos. A estrutura metálica na cor chumbo foi projetada para não causar interferências e, ao mesmo tempo, permitir que a pegada industrial promova um contraste com o entorno. A iluminação tem balizadores no piso e trilhos no teto e ainda algumas luminárias de chão. O mobiliário recebeu tons complementares: azul fechado, verde militar, bege e preto. Para o piso foi especificado um emborrachado em material reciclado de pneu.

Jardim das Dracenas – Marble Lab, por Felipe Fontes

Esse projeto de paisagismo foi pensado para ambientar o espaço da Marble Lab e criar um ambiente, que se assemelha a uma praça, com uma atmosfera tropical contemporânea. A escolha foi pela Dracena arbórea, ícone do universo tropical, para ser a única espécie vegetal e pedra como forração, ocasionando assim termos um jardim mais limpo e moderno. Um espaço de impacto, com forte presença do verde em plantas escultóricas. Exuberante, com bela volumetria, baixa necessidade hídrica e de manutenção.

Marble Lab – Ana Bahia e Sarah James

A proposta aqui é ultrapassar o conceito de cozinha e ser um laboratório de experiências, sejam elas sensoriais ou espaciais. A fachada principal, um grande vão aberto, convida a entrar. As demais são fachadas cegas, que não revelam o que acontece ali dentro. Ainda na área externa, o mobiliário é constituído de poltronas e mesas em chapa de metal e mármore. Mas mais inusitada ainda, a chegada é pelos fundos, através de um grande corredor revestido em concreto branco. O espaço propõe várias maneiras de uso e ocupação. Aulas de culinária, jantares inusitados, palestras, reuniões ao ar livre estão no cardápio e, para fugir completamente do padrão, foram utilizados materiais e elementos inovadores, com o poder de transportar os usuários a algum lugar fora do comum. Até o design do mobiliário foge do usual, com pufes e cadeiras revestidos em feltro cinza. Entre os materiais presentes, além do feltro, o aço, a pedra sabão e o ônix que está no balcão, com torneiras escondidas e apelo hightech. A tela iluminada ao fundo é mesmo destinada a causar sensações. Quando se entra no ambiente, é este painel que puxa todos os olhares logo de cara. Sintonizado com toda a proposta, o sistema construtivo escolhido foi o Steel Frame, que pode ser facilmente transportado para outros terrenos.

Living, por Estela Netto

Construída a partir do zero, a edificação utilizou técnica construtiva feita em treliça metálica espacial e  fechamento steel frame. O florim foi usado na fachada, permitindo um grande impacto estético. A proposta foi a de criar um espaço removível, focado no lazer e naquilo que as pessoas mais utilizam nesse sentido. Com aproximadamente 250 m2, e valendo-se dessa amplitude em um layout fluido, o espaço apresenta home cinema, espaço gourmet, adega e lounge da lareira, todo em piso cimentício, bem clean. No mobiliário, o design assinado por nomes como Jáder Almeida, Mauricio Bonfim e Tidelli reforçam a proposta contemporânea, bem como as obras de arte presentes. A automação da iluminação e sonorização foi pensada como ferramenta de conforto, mas não é o objetivo final. A ideia é que o visitante se sinta impactado e contagiado pela boa vibração da música no ambiente e, para isso, ele apresenta uma TV de 85 polegadas, da Sony. Entre os pontos altos do projeto está a marcenaria revestida no florim, presente na cozinha, dando ao espaço uma nova conotação. 

Estúdio do Artista, por Daniel Tavares e Marcus Paschoalin

Um estúdio galeria, pensado para que o artista possa produzir e também expor seu trabalho. Utilizando de muita criatividade para sair do formal, o espaço é todo desmontável, com estrutura feita em andaimes multidirecionais e cobertura em sombrite, material fácil de instalar e também de remover. Ele foi todo pensado dentro do conceito da sustentabilidade, gerando o mínimo de lixo em sua execução. São dois vãos livres de cinco metros, cada um destinado a uma finalidade. O piso cimentício de chapas grossas é rústico e tem traços que remetem ao travertino. No primeiro vão, foi criado um estar em paleta neutra para contrapor o colorido das obras, com sofá modular e poltronas assinadas Mula Preta e proposta bem no estilo galeria de arte. No outro ambiente, o de trabalho do artista, destaca-se o armário em laca vinho fechado e a mesa com estrutura metálica e tampo em porcelanato e banquetas, em pegada industrial. Foco também no tapete, um capacho em fibra de coco e no verde do paisagismo que está por toda parte.

Casa dos Eucaliptos, por Janaina Pacheco e Maurício Bonfim

Com conceito intimamente ligado à sustentabilidade, a proposta aqui é descomplicar. Desde o sistema construtivo em estrutura metálica, que permite uma obra mais limpa, praticamente sem resíduos, proporcionando grandes vãos que integram os ambientes com mais fluidez, até a opção por um fechamento frontal em panos de vidro, permitindo uma utilização mais abrangente da iluminação natural e maior ventilação.  Concreto, madeira e mármore somados aos tijolos de vidro conferem leveza e amplitude, sem abrir mão da sensação de refúgio, de lar. Materiais simples como a ardósia do banheiro ou a pedra sabão no piso do quarto do casal servem para mostrar que, com novas leituras. Com uma paleta de cores neutras que evidencia o branco, o projeto ganha ainda mais luminosidade. Unindo cozinha e estar, uma mesa em pedra natural dá ainda mais fluidez ao ambiente único. No quarto, a cama solta no ambiente inova o layout que tem banheiro integrado ao espaço e a majestosa presença da natureza com a presença de dois frondosos troncos das árvores de eucalipto: árvores nativas que permitem uma intimidade absoluta com a natureza em um ambiente tão reservado. Mimetizada ao terreno, a Casa dos Eucaliptos sobrevoa o espelho d´água da fachada e o paisagismo à sua volta. Luxo puro e simples. 

Casa dos Vinhos, por Silvia Carvalho

O universo das vinícolas foi a inspiração para a construção deste espaço com forte presença de elementos naturais como pedra, madeira e couro. Em tom sauvignon, o revestimento das paredes externas e internas, estabelece forte diálogo com a madeira natural presentes no forro e no deck e também com o piso orgânico em pedra. O ponto alto do projeto é a adega, totalmente automatizada, que tem capacidade de armazenar 400 garrafas e está localizada no estar.  Protegida e isolada do meio externo, a adega possui formato de cubo de vidro e possui capacidade para 400 garrafas. Os rótulos ficam suspensos por tubos de madeira. A escolha de qual vinho degustar acontece por meio de um aplicativo, onde o visitante consegue selecionar o país em que a bebida é produzida. Depois de realizar essa escolha, uma luz de led se ascende para iluminar todos os rótulos oriundos daquela região. Caso a proposta seja brindar na área externa, o deck oferece um banco que abraça toda a casa e que também serve de guarda corpo, uma mesa de madeira de tronco cerrado, uma poltrona com espaldar alto e outras menores, além de bancos espalhados que deixam tudo fluido e orgânico. Ligando o momento ao ar livre com a área interna, uma grande janela se transforma em banco, diminuindo significativamente esta fronteira. Logo abaixo dela, um rasgo serve de biblioteca, abrigando uma série de volumes sobre o assunto. Aí se situa uma deliciosa poltrona de leitura em couro natural em tom de marrom fechado, de onde se avista tanto a adega quanto o jardim.

Jardim das Xerófitas, por Wanderlan Pitangui Pereira

O conceito de carência permitiu que o diferente aflorasse com características de regiões semiáridas e desérticas. Assim, sobre a forração de areia, a composição das plantas busca reproduzir o mais próximo do que se vê na natureza: não há uma forma pré-estabelecida. Os agrupamentos se diluem aos poucos, como se a ação dos ventos, dos pássaros e de outros agentes polinizadores tivessem contribuído nessa composição. Com uma paleta de cores bem variada, cactus, aloe vera, aloe arbórea, suculentas (echevirias) e agaves fazem a festa. As xerófitas só não estão no espaço que fica sob uma amendoeira porque ali não há sol. Por isso, a opção para esse pedaço de jardim foi lançar mão de outras espécies, típicas da restiga, como é o caso do bromélis bilbergias, gênero da Mata Atlântica próxima ao litoral.

Jardim das Bromélias, por Ñana Guimarães

A inspiração vem de Burle Marx. Primeiro, porque ele era um apaixonado pela planta. Em seu sítio na região de Barra de Guaratiba (RJ), rebatizado de Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx e hoje aberto à visitação, há um acervo gigante dessa espécie. Ao todo, ele catalogou mais de 500 bromélias nativas do Brasil. Além da homenagem, Ñana se propõe a desmitificar a planta que, constantemente, têm sido vítima de informações incorretas que a colocam como vilã em tempos de surto de dengue. Ela comenta que as bromélias definitivamente não são uma ameaça para a proliferação do Aedes aegypti, já que a água que costuma ficar acumulada entre as folhas serve como reservatório de nutrientes a para a planta, e contém um suco biológico nada propício para a reprodução do inseto. Para o Jardim das Bromélias, Ñana resgatou o uso de espécies nativas brasileiras, cuja beleza exótica e sofisticação enfatizam o diferencial de seu trabalho pelas cores e também pela harmonia entre texturas e diferentes volumes.

Jardim de Vasos, por Vera Valenzuela

Exuberantes vasos artesanais de ferro fundido foram dispostos de forma aleatória, formando conjuntos, para compor um dos jardins mais peculiares da área externa. Neles, a alegria das flores impatiens vermelhas rendem poesia dentro de um harmonioso diálogo entre peso e leveza. Como arremate da composição, um detalhado jardim vertical alterna orquídeas, chifres de veado, renda portuguesa e oncídios, em bordado preciso, permitindo a interação entre a natureza e a arquitetura, já que o volume serve como isolante térmico e também acústico.

Espaço do Encontro, por Barbara Drummond, Carolina de Paula Melgaço

A forma octogonal do espaço abaixo do nível do chão tem, ao centro, o conforto de uma lareira a álcool e jeito de praça fora dos conformes. Revestido em madeira, ele ainda oferece um banco em seu perímetro, que acompanha todo o desenho geométrico, onde cabem cerca de 20 pessoas. Na grama ao lado, o deck de apoio brinca, com desenho no mesmo recorte de oito lados. Os móveis são todos em alumínio e corda. Destaque no deck para o amplo sofá azul, poltronas de corda, cadeiras mais robustas na cor Bordeaux e mesinhas de apoio. No mais, muitas almofadas, para se jogar, e ampliar a permanência gostosa junto à natureza.

Jardim Contemplação, por Andreia Campolina

Com a piscina de forma ameboide ao lado e a Serra do Curral ao fundo é fácil entender o nome que lhe foi atribuído. Seu desenho curvilíneo reverencia também a característica do trabalho de Oscar Niemeyer, enquanto as formas e texturas exaltam, mais uma vez, a obra de Burle Marx. Nesse jardim, há uma jabuticabeira onde é possível sentar embaixo dela e uma bananeira ornamental, pontuada por muitas bromélias porto seguro. Chama a atenção os tons de amarelo e roxo que delineiam as curvas e fazem um movimento que segue o formato da piscina. Entre volumes baixos e altos, uma mancha com forração de Asa de Barata (Hemigraphis) finaliza com o movimento permitido pela altura das Dianelas. Na sequência, maciços de bromélias porto seguro e neoreglelias vão contornando e ladeando o caminho.

Bar, por Lucas Lage

O bar de drinks à beira da piscina foi inspirado nos rooftops novaiorquinos. A madeira do deck, de seis centímetros de espessura, com desenho cartesiano, chama atenção pela técnica japonesa de queima Shou Sugi Ban, que ao carbonizá-la, cria uma casca resistente ao tempo. Em contraponto, a estrutura de aço da cobertura segue a organicidade da piscina. O bar, todo em madeira natural tem balcão em pedra Perla Santana retroiluminada e, sobre ele, pendem luminárias latão natural escovado que ganharam pintura dourada em estilo art déco. Multifuncional, o mobiliário é colorido, leve e fácil de transportar. Pufes são usados como mesa e como pufes mesmo. Outras mesas de formatos variados, quadradas, redondas ou ovais seguem a onda de bom humor, com destaque para a mesa com tampo de vidro de Zanini de Zanine. Na composição descontraída, cadeiras, lounge chairs e espreguiçadeiras dão ritmo ao cenário. Há ainda drinkerias na beira na piscina, montadas em carrinhos de bar, típicos de clubs novaiorquinos e com um toque bem brasileiro de material e de uso. Uma proposta ambígua de uso faz com que, de dia, a protagonista seja a piscina e, à noite, com o glamour das luzes acesas, ceda lugar para o bar.

Jardim do Bar, por Nagela Rigueira Aud

Bromélias, dracenas e filodendros, também alinhados ao conceito de Burle Marx, acompanham as duas jabuticabeiras e o imbé majestoso, já presentes no terreno. O verde circula o ambiente do bar, que tem área central livre. Aqui, o conceito paisagístico é mais limpo, com menos espécies e maciços em determinados cantinhos que utilizam, por exemplo, a dracena borboleta. Uma bordadura no entorno da piscina foi feita com fórmios verdes, cujas folhas em formato de lâmina têm grande apelo ornamental. A tropicalidade é ainda reforçada pela presença da cores: o roxo das bromélias imperiais e o amarelo da espécie porto seguro.

Área de Convivência(OCA), por Bárbara Barbi, Murad Mohamad e Jéssica Sarria Martins

Um ambiente de descompressão, de convivência e também de contemplação de um entorno único que tem como moldura a Serra do Curral. A peça principal, um elemento arquitetônico com ares de intervenção artística, de estrutura metálica vazada na cor do aço corten, foi formatado em curva áurea e posicionado estrategicamente. Um extenso banco em madeira muiracatiara acompanha o movimento em caracol que tem, ao centro, uma escultura feita com pedaços de troncos de madeira e trançados de cestas. A peça, instalada sobre um deck com a mesma madeira do banco, comunga o espaço com duas outras áreas, delimitadas pelo mobiliário, entre sofás, chaises e mesas baixas de diferentes alturas com tampo de mármore tricolor, em branco, vermelho e verde. Na saída do deck, um corredor com painel de madeira ripada flutua sobre ele e tem, em frente, uma parede de espelhos, espaço onde estão presentes dois balanços.

Armazém Origem Minas, por Cynthia Silva

Esqueça os armazéns convencionais. Aqui, a proposta é de um armazém boutique, que apresenta de forma peculiar, uma vitrine com uma seleção com o que há de melhor em Minas, para explorar experiências sensoriais, com destaque para o paladar e o ofalto. As curvas da arquitetura interna, com teto abaulado, lembram porões, lugares propícios para a cura da cachaça. O diferente é que, em vez da penumbra desses ambientes, é tudo bem claro. No piso branco, pensado como elemento da arquitetura mineira, foi utilizado refugo de pedras naturais, aqui, trabalhadas à mão, de forma bem artesanal, levantando a questão da sustentabilidade e reforçando o conceito e a história de cada produtor e o cuidado por trás da produção de cada item exposto. Nas paredes, também brancas, a textura lembra um reboco rústico. O mobiliário, desenhado pela arquiteta, tem o em freijó como elemento principal, entre mesas de canto de parede, bancadas de exposição e guarda-estoque em forma orgânica, suportes de madeira para queijos, prateleiras e um grande balcão de venda e exposição dos produtos. A iluminação embutida na maior parte do espaço conta ainda com o charme de os pendentes sobre o balcão. O projeto conta com a parceria do Sebrae-MG, idealizador do projeto Origem Minas que apresenta uma seleção de produtos do agronegócio regional para o espaço. 

Banheiros Públicos, por Valéria Junqueira

A primeira ideia foi convidar o artista Alexandre Mancini, azulejista discípulo de Athos Bulcão, que realizou inúmeros trabalhos marcantes na arquitetura de Niemeyer. Ele fez para os ambientes o painel da parede que se avista da porta, uma homenagem ao modernismo brasileiro. O piso é em porcelanato cimentício e as outras paredes receberam textura cimento: além de valorizar o trabalho de Mancini, elas exibem telas de James Kudo, um brasileiro que viu parte de sua cidade, Novo Oriente, ser alagada pela hidrelétrica Três Irmãos.  Kudo trabalha em seus desenhos a memória desse lugar, que vem se transformando, ao longo da história: de floresta em cidade e de cidade em lago. A pedra sabão,  elemento muito  utilizado em Minas, foi usada nas bancadas que apoiam o design arrojado das cubas de Jader Almeida para a Deca. O designer também assina os bancos do ambiente. Ainda em evidência o espelho assinado por Ronald Sasson. A iluminação foi feita em trilhos no estilo industrial, com o detalhe dos spots em amarelo. Por falar em cor, ela chega como elemento surpresa, dentro das cabines, que têm fundo em laranja.

Mels Brushes, por Atamar Lorrani, Filipe Castro e Francisco Mascarenhas – Studio Mineral

O projeto parte da ideia dos elementos essenciais da arquitetura contemporânea: os naturais e os artificiais, para criar uma dualidade. Colocados em cheque, o natural rústico e o artificial perfeito, apesar de parecerem distantes, convivem muito bem. São dois ambientes: a sala de exposição e um destinado ao caixa da loja. No primeiro, estão presentes uma ilha central em cobogó iluminado e uma generosa estante em chapa metálica dobrada, além de prateleiras espalhadas pelo ambiente em mesmo material. Na parte do caixa são duas bancadas: uma de exposição e outra destinada à atendente do caixa, ambas com o topo em corian e laterais em cobogó, uma iluminada e outra com armário.

Mirante Backer, por Angelo Coelho e Cristina Morethson

O nome “mirante” já diz tudo. O espaço é quase um observatório que avista a Serra do Curral e o entorno do Palácio das Mangabeiras. Inspirado por tantas belezas, o projeto utilizou materiais oriundos da terra, como pedras naturais e madeira em diversas versões, hora aparelhada, hora bruta. O Mirante Backer foi concebido em quatro ambientes que se completam: o lounge, com sofás, laleiras e ombrelones; o terraço descoberto, composto por mesas de madeira e cadeiras em corda naval; o bar propriamente dito, para cervejas, drinks e petiscos, com balcão de atendimento em pedra quartzito translúcida com iluminação embutida em led; e, finalmente o espaço composto por mesas bistrô e mesa de banquete com 6m de comprimento, em tora de madeira guarantã denominada “cascata”. Toda a iluminação do ambiente foi pensada com objetivo do aconchego e sustentabilidade. A estrutura da cobertura é em madeira laminada colada e em vidro habitat refletivo, que reduz o calor em 70% e bloqueia 99% dos raios UV, diminuindo também o ruído. Como elemento afetivo, as luminárias pendentes em madeira no formato de flores.

Pavilhão Niemeyer, por André Prado

O Pavilhão Niemeyer faz uma releitura da forma expressiva de um dos edifícios mais famosos do patrono da arquitetura brasileira e cria uma inversão da implantação do edifício da Praça da Liberdade, transformando os vazios das bordas da quadra em volumes e deixando vazio o volume cheio do edifício. Assim, a forma do Edifício Niemeyer, que normalmente é reconhecida de fora para dentro, passa a ser vista como espaço, de dentro para fora, como se ele tivesse sido virado do avesso. A utilização da mesma sequência de lâminas horizontais do edifício e a transformação da forma da sua laje de cobertura em uma abertura no teto reforça a relação entre o edifício e o pavilhão.  Forma vira Espaço. O Pavilhão propõe uma reflexão sobre o contraste entre o construído e o vazio na cidade, mostrando como os espaços vazios são tão importantes para a vida urbana como os edifícios.

Jardim Burle Marx, por Nãna Guimarães

A paisagista procurou inspiração nos trabalhos do mestre, sempre marcados por um diálogo com a arquitetura modernista da época, contrastando curvas e linhas retas, dureza e simplicidade. Assim, esse espaço busca se integrar com a arquitetura do Palácio, valendo-se de espécies nativas brasileiras para enfatizar a tropicalidade, que, segundo Ñana, nos aproxima das nossas raízes. As formas orgânicas utilizam de vegetações com distintas tonalidades, texturas e volumes e, ao mesmo tempo em que se harmoniza com a construção, busca quebrar a rigidez do concreto de sua estrutura. 

Café, por Rodrigo Aguiar

O espaço do café é, antes de tudo, um ponto de encontro, de convivência e, ao mesmo tempo, de contemplação do entorno. Para a área externa, o balcão e um banco de 9m de comprimento, foi usado o porcelanato Pulpis, de 1m x 1m, bastante versátil. O mobiliário tem detalhamento das cadeiras assinadas pelo arquiteto em forma orgânica e revestimento em tecido impermeável em tom de cinza com detalhe em grafite. O espaço ganhou toldo motorizado e ombrelones, tudo azul marinho. Internamente, o revestimento do pavilhão é em porcelanato grafite em relevo, que, com iluminação cria efeito tridimensional, tanto na parte externa quanto interna, dando efeito de caixa. A cor aparece de forma mais vibrante na parede com painel pintado pelo artista Thiago Mazza, com folhagens que remetem a Burle Marx e também na parede instagramável com a frase VOCÊ É A SUA CASA, em neon, junto a um jardim vertical.

Salão Nobre, por Gustavo Penna, Laura Penna e Tina Barbosa  

Um espaço nobre que se vale de elementos impactantes para reforçar essa ideia de nobreza, fugindo de uma solução óbvia que seria a de apresentar apenas peças decorativas. O primeiro desses elementos de impacto é um tapete orgânico em cor sólida, o verde, que abraça os pilares e vai se derretendo no meio do espaço, como um convite a quem está entrando. A tela que cobre a fachada que dá para o poente e ganha potência no teto impressiona sem conflitar: controlando a luz natural, ela se impõe no lugar da cortina e serve ainda para outras funções, embutindo a iluminação e também as caixas de som. Lembra o muxarabi, trazido para o Brasil pelos portugueses e muito usado no Brasil Colonial, que aqui ganha linguagem contemporânea. Em respeito ao piso original em peroba, todas as peças de parede foram atirantadas. É o caso do espelho gigante que rebate o espaço e trás o verde da área externa, que, assim, também participa da cena de forma mais efetiva. Uma única obra de arte foi eleita para o projeto. Presente na também única parede cega, ela vai de parede a parede, do teto ao chão e, além de levar cor para o espaço, faz referência sutil aos grandes painéis da época modernista. Trata-se de um trabalho feito exclusivamente para o lugar a que se destina, assinado pelo mineiro Fernando Luchesi. A cadeira que se assemelha a uma escada, desenho do arquiteto Gustavo Pena é uma licença poética em meio ao mobiliário, que utiliza somente dois modelos da Vitra, que se repetem em layout solto.

Sala de Música, por Igor Zanon

Minimalista e funcional, a sala foi idealizada para que aqui a música seja apreciada em sua forma mais pura. Para isso, o espaço valoriza a simplicidade e a atmosfera humanizada. Com essência escandinava no uso de materiais secos, o projeto se vale de peças de design assinado e obras de arte de peso, com curadoria precisa. Tudo serve para apurar os sentidos: até o aroma, que proporciona uma experiência única e reconfortante. Detalhe para o tapete, que remete às teclas do piano.

Espaço CAPE – Evaldo Rios

Situado próximo à entrada de acesso à mostra, o pequeno espaço funciona como um estande a céu aberto, com cobertura feita por dois ombrelones pretos que setorizam os usos: de um lado, destinado a uma ação social e, do outro, servir como lojinha da CASACOR Minas. Na composição, um só tablado em ecobloc, que à noite tem contorno da base toda iluminada e parece estar solto do chão e painel em mesmo materiail que o acompanha fechando a parte posterior. Nele, de forma localizada, um outro painel, de menor dimensão, na pedra amarantita retroiluminada foi aplicado de um lado e, do outro, está a logo do Cad. Os dois espaços foram separados por bancos secos, que também fazem o fechamento das laterais externas. 

Sala da Lareira, por Carol Horta e Júlia Belisário

Não poderia ser diferente: para um espaço tão nobre, os gigantes do design brasileiro marcam presença em grande estilo e mostram que o sofisticado pode ser muito aconchegante, mas pode estar longe de afetação. Pelo contrário. Ele está na beleza da mesa pétala, de Jorge Zalzupin, autor também do instigante banco onda em frente ao claro e amplo sofá em linhas orgânicas. Está na pequena poltrona em madeira e estofada também, de Zanine Caldas, na gostosa Tonico, de Sérgio Rodrigues

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