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Gastronomia

Comerciantes de vinho esperam retomada do crescimento após fim da substituição tributária no Paraná

3 Mins read
Decreto que mudou o mercado do vinho no Estado foi eliminado e a partir de agora empresários mantêm boas expectativas para o futuro

POR: Engenharia de Comunicação

Um decreto de 2013, que mudou o mercado de vinhos e causou sérias alterações na maneira como o vinho chega até o consumidor, não existe mais no Paraná desde o dia 01 de Novembro.

O Governador Ratinho Junior (PSD) retirou do regime de Substituição Tributária (ST) no Estado mais de 60 mil itens do setor de alimentos.

Dessa forma, não haverá mais antecipação de pagamento do imposto ICMS, o que deve levar a uma queda no preço final do produto aos consumidores e a um reaquecimento do setor como um todo.

“A instituição da substituição tributária fez os vinhos ficarem mais caros e impossibilitaram pequenos comerciantes de concorrer com grandes varejistas, como os supermercados. Muitas lojas fecharam e houve muito desemprego no Estado”, conta o Sommelier Jonas Martins, Gerente Comercial da MMV Importadora e especialista em vinhos há 12 anos.

Ele explica que a alíquota de ICMS, que para bebidas alcoólicas no Paraná é de 29%, no caso dos vinhos chegava a 50%. “O importador/distribuidor pagava 12% e o lojista, geralmente do Simples Nacional, era quase isento. Com a substituição tributária, este pequeno comerciante passou a ser responsável por uma taxa de quase 40%, fixada pelo governo como uma média de lucro com que revendia o vinho para o consumidor final. Ou seja, o vinho vendido a R$20,00 chegava a R$30,00 aos clientes em pequenas lojas”, diz Jonas.

Já os supermercados saíram beneficiados neste cenário, por estarem enquadrados em outros regimes tributários como o Lucro Real e assim não recolherem na fonte e ainda se creditarem do restante do ICMS. 

Jonas explica que a substituição tributária facilitava o controle de toda a operação fiscal e ajudava a reduzir a sonegação por parte do Governo Estadual. Contudo, as empresas sofreram um forte impacto no fluxo de caixa. “Era preciso ter dinheiro em caixa para bancar o pagamento antecipado do imposto, pois sempre os importadores recebem a prazo e parcelado”, afirma Gustavo Martins, proprietário da MMV Importadora. 

Desta maneira, vinhos mais baratos tomaram conta do mercado e mantiveram as empresas de portas abertas. “Com a alta nos preços desde 2014 até mesmo o consumo do vinho mudou. Os vinhos um pouco mais caros acabaram perdendo mercado”, explica o Sommelier. 

Um exemplo foi a da MMV Importadora, com sede em Curitiba, que se manteve o mercado vendendo um vinho de marca própria produzido exclusivamente por um vinícola do Chile, na região de Curicó: o Felitche. 

“Mantivemos o vinho Felitche como nosso carro chefe por possuir qualidade com um preço atrativo ao mercado. Também mudamos o rótulo para um visual mais alegre e cores mais vibrantes para atrair a atenção do cliente nas prateleiras dos estabelecimentos”, explica Jonas Martins.

Contudo, sem o imposto, a MMV já planeja crescimento para seus negócios. “Com a baixa nos preços, o consumidor poderá ter acesso a vinhos mais caros e de melhor qualidade, que estavam praticamente fora do mercado devido a diferença nos preços. Pensando nisso, também estamos investindo em vinhos de alta gama. Acabou de embarcar na Itália direto para o Brasil um vinho produzido com uvas orgânicas e por pequenos produtores que mantém métodos tradicionais e ecológicos de cultivo e produção dos vinhos”, afirma Jonas Martins. 

Chega em Novembro ao Brasil, o INSERRATA: produzido no interior da Itália, proveniente de uma pequena fazenda agrícola de 5 hectares de gerência familiar, situada a poucos quilômetros da pitoresca vila de San Miniato, em Toscana.

Será comercializado no mercado brasileiro um vinho branco peculiar – o INUSUALE – produzido com a variedade Sangiovese, uva tinta e de suma importância, especialmente na Toscana. Esta uva é uma das mais famosas da Itália e produz grandes vinhos, como os excelentes Brunelo di Montalcino e Chianti. Este exemplar nos apresenta os aromas florais e de frutas cítricas que esta uva pode apresentar, raramente presentes em um vinho tinto da mesma variedade.

Serão trazidas 1.200 garrafas por ano, sendo nesta primeira importação dois rótulos brancos e dois rosés. Seu valor de venda previsto será de R$240,00 a R$350,00.

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