Autor do livro “A Era do Impacto”, da Editora Voo, aponta que este momento é uma grande oportunidade para promover uma sociedade mais justa e solidária
POR: Bolacha Comunicação
Nunca fomos tão afetados, globalmente falando, como agora. A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças profundas em três esferas: política, social e econômica. Mas, a despeito do doloroso e desafiador cenário, é preciso enxergar as possibilidades de aprendizado e os pontos positivos da crise. Para James Marins, escritor, advogado e fundador do Instituto Legado de Empreendedorismo Social, os efeitos da pandemia podem ser catalisadores para transformar valores e estruturas sociais.
“Temos um plexo muito grande que conecta e oferece dezenas de especialidades. O coronavírus se alimenta do egoísmo. Quando mais individualista o sujeito, a sociedade, o país ou o bloco econômico, mais ele se dissemina. Quão mais solidário, cuidadoso, empático e preocupado com o global, menos ele se espalha. Estamos tendo uma grande lição de solidariedade”, analisa Marins.
O isolamento social imposto para a prevenção da COVID-19 implica na mudança de um sistema de valores individuais: a forma de se trabalhar, consumir e enxergar a necessidade da interdependência. No livro “A Era do Impacto”, Marins aborda justamente as consequências em cada um de nós a partir de mudanças, mesmo sendo próximas ou não. O autor fez um estudo de muitos anos sobre os principais movimentos transformadores da humanidade e de como eles culminaram até os dias de hoje, mesmo antes de coronavírus.
Apesar de evidentes, o papel do Estado como articulador de políticas a favor da saúde pública e da economia, além da responsabilidade das empresas sobre o bem-estar de seus stakeholders, ambos precisam ser permanentemente revisados, segundo Marins. “É encargo do governo utilizar todos os meios possíveis para evitar um colapso no sistema de saúde e na economia. Já as empresas precisam assumir a sua função positiva na sociedade”. No entanto, no meio corporativo, observa-se dois movimentos: as organizações que se importam com a economia e as que se preocupam com vidas: “Há uma diferença muito grande entre as companhias egoístas e as que se conectam com a coletividade. Esses valores precisam ser perenes”.
Problemas novos exigem soluções novas. Por isto, o autor afirma que há um papel reservado ao ecossistema de inovadores e empreendedores sociais e startups de impacto, neste contexto. Desta ideia, nasceu o “Inova contra o coronavírus”, uma ação liderada pelo Instituto Legado, que mostra iniciativas de combate ao COVID-19 e seus nefastos efeitos econômicos causados pelo remédio preventivo, que é o isolamento. O Inova já conta com mais de 50 projetos inscritos, metade aprovados e muitos já em ação. Há grupos de trabalho coletivos nas áreas da saúde, da comunicação, da psicologia, da arrecadação e doação de alimentos e da produção de EPI’s.