Dormir parece ter cada vez menos importância dos dias de hoje. E o quanto menos você dormir, mais produtivo tende a ser. Mas será mesmo?
O sono tem um papel importantíssimo quanto se trata de saúde. A tolerância à glicose e a secreção de insulina são marcadamente moduladas pelo ciclo sono-vigília. A regulação da liberação de GH, cortisol, assim como de hormônios de fome/saciedade como leptina e grelina são resultantes da qualidade/tempo/duração do sono. E essas características são controladas pelo sistema nervoso central e estão ligadas ao ciclo circadiano e à homeostase sono-vigília.
O sono humano é composto pelo sono de movimento rápido dos olhos (REM), sono não REM (ondas lentas no EEG) e a vigília. São regulados também pelo ritmo circadiano, processos homeostáticos (vigília anterior) e ultradianos (alternância sono REM e não-REM).
E esse ciclo/ritmo circadiano é um “relógio biológico natural” – período de 24 horas no qual a maior parte dos seres vivos se baseia. Sinaliza a hora de dormir e acordar e seus devidos hormônios (como a melatonina por exemplo) assim como variação da capacidade cognitiva e é influenciado por variações ambientais e alimentação. Com ele, não existe “trocar o dia pela noite” pois isso resultaria em desrregulação hormonal e metabólica.
A liberação de cortisol é alta pela manhã e tende a decrescer conforme o dia passa, liberação de leptina – saciedade e grelina – fome também se altera conforme o passar do dia e todas são desregulados na privação do sono. O impacto também é percebido na tolerância à glicose, que normalmente é estável no período da noite/jejum noturno e a restrição crônica do sono pode alterar funções neuroendócrinas e metabolismo glicídico aumentando as chances do desenvolvimento de diabetes e obesidade.