A traqueostomia (TQT) é um procedimento cirúrgico onde ocorre a abertura da parede anterior da traqueia, fazendo uma comunicação da mesma com o meio externo, com o objetivo de dar ao paciente uma possibilidade para respirar.
Este procedimento é indicado quando há acúmulo de secreção traqueal, inativação da musculatura respiratória ou para promover uma via aérea estável em paciente com intubação traqueal prolongada. O método tem aumentado durante a pandemia da Covid-19, uma vez que, quem é acometido pela doença, pode ter complicações respiratórias.
De acordo com médica especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, dra Debora Vianna, a traqueostomia é utilizada nos seguintes casos:
Na proteção de via aérea (quando se tem edema – inchaço) na garganta (boca, orofaringe, laringe), quando se tem sangramento nestas áreas, para impedir do sangue ir para os pulmões, quando se tem queimadura das vias aéreas.
Quando se tem um tumor avançado de cabeça e pescoço, e precisamos fazer com que o ar chegue aos pulmões, mas o tumor o impede
Em paciente que ficaram muito tempo intubados, em ventilação mecânica, para auxiliar no processo de extubação, para se ter melhor cuidado das vias aéreas para se evitar estenose da traqueia pela intubação prolongada.
“O objetivo da traqueostomia é permitir que o ar chegue aos pulmões, diretamente, sem passar pelas vias aéreas superiores”, afirma a especialista.
Sobre o tempo que cada paciente fica com a traqueostomia Dra. Debora Vianna explica que depende de alguns fatores.
“Caso seja uma traqueostomia de proteção de via aérea, ira ficar com ela ate que o evento seja revertido (que o edema reduza, ou que o sangramento seja controlado, por exemplo). Caso a traqueostomia seja por intubação prolongada, logo que o paciente saiu da ventilação mecânica ja iniciara o processo de desmame da traqueostomia, com a retirada desta assim que reabilitado. Existem casos, em que se é feita traqueostomia por tumor de cabeça e pescoço, em que a traqueostomia deve ser usada para sempre (por exemplo em alguns casos de câncer de laringe). Conta a médica
A cirurgiã de cabeça e pescoço fala sobre os riscos de uma traqueostomia e em quanto tempo o paciente pode retirá-la.
“É um procedimento considerado de porte pequeno a médio; seu maior risco é de sangramento no pós-operatório imediato e nas primeiras 24 horas. Dependendo do motivo de ter sido realizada, a traqueostomia pode ser definitiva, ou temporária. Quando temporária, pode ser retirada alguns dias após a sua realização, assim que não for mais necessária. Em casos em que existe estenose de traqueia, pode ser necessário realizar alguns procedimentos cirúrgicos antes da retirada da traqueostomia, para manter a viabilidade da via aérea”, finaliza.
Doutora Debora Vianna é médica especialista em cirurgia de cabeça e pescoço e doutorada pela USP.
*Publicado por Jairo Rodrigues