A Closet Collection, que nasceu após a empresária Marcia Santos ser demitida, é sucesso em todo o Brasil e produz, a cada duas semanas, 40 novas peças.
No mundo do empreendedorismo, é preciso ter ousadia. Cautela nunca é demais, mas é preciso arriscar. Determinada, foi exatamente isso que a empresária Marcia Santos fez: após ser demitida da empresa em que trabalhava, pegou todo o valor que recebeu de rescisão e investiu em seu próprio negócio. O que parecia ser arriscado, na verdade, foi seu grande acerto. Hoje, ela é CEO e diretora criativa da Closet Collection, loja que nasceu no Espírito Santo e que faturou 12 milhões no último ano.
“Eu tinha acabado de ser demitida e precisava fazer algo para dar a volta por cima. Como sempre tive vontade de empreender, decidi que iria arriscar e dar o pontapé que faltava para alcançar esse sonho. Foi quando peguei toda a minha recisão trabalhista e investi naquele projeto. Medo não faltou, mas fui assim mesmo”, relembra.
Diariamente, as vendas acontecem através do e-commerce próprio da marca, das redes sociais, que é de onde saem a maior parte dos pedidos, e, mesmo sem uma loja física, também por todo Brasil. É que a Closet Collection tem suas peças vendidas em mais de 100 lojas multimarcas em todo o território nacional. Apesar de ter nascido em 2012, foi em meio à pandemia, em 2021, que aconteceu o boom da marca.
“Passamos a produzir, em média, 6 mil peças por mês e o nosso faturamento cresceu 44%. Hoje, produzimos cerca de 40 novas peças a cada duas semanas, mas também focamos em melhorar a gestão do negócio para impulsionar nossa rentabilidade, que queremos aumentar de 13% para 20%”, revela a empresária, e acrescenta: “O fato de produzir muitas peças, realmente, poderia ser um desfeito da marca. Mas, na verdade, é uma qualidade. Através dessa ação, conseguimos realizar um bazar com peças a preços baixíssimos e, em questão de horas, esvaziamos o estoque e vendemos mais de 100 mil reais”, diz.
Estratégias utilizadas
No bazar em questão, que aconteceu à beira mar da Praia de Camburi, em Vitória, no Espírito Santo, Marcia colocou à disposição dos clientes peças que eram de desejo deles, mas com um valor extremamente inferior ao que seria em dia normal na rotina da loja.
“Foram 16 horas de vendas e o faturamento total foi cerca de R$110.000, sendo que as peças iam de R$30 a, no máximo, R$199. Nos preparamos muito para esse momento e contamos com a participação de nano influenciadores, e, através disso, fizemos a divulgação do evento e das peças nas redes sociais. Essa foi uma estratégia que usamos para gerar o desejo de compra nas clientes, já que seriam vendidas aquelas mesmas peças que elas já tinham interesse, mas com um valor muito menor do que o habitual”, diz a CEO da fast fashion.
Fabricadas em um espaço de 250 m², que fica na cidade de Cariacica, região metropolitana da grande Vitória, as peças costumam ter o valor médio de R$ 400. Feitas em linho, a empresária garante a excelência do seu produto e, inclusive, atribui à isso o sucesso que a loja faz.
“Roupa de qualidade, inevitavelmente, vai ter um preço mais alto. Mas isso não é um problema porque sei que meu público não quer peças descartáveis e a prova disso foi o bazar que fizemos. Esgotamos nosso estoque, aumentamos o fluxo de caixa e abrimos espaço para darmos o start, com o pé direito, na temporada de primavera-verão, que é a principal coleção da marca”, completa.