* Por Laura Porto, Administradora, Escritora e Mentora Organizacional
Todos os anos, famílias do mundo todo se reúnem para celebrar o Natal. Independentemente do que motivou essa data, o mundo e toda a humanidade se sensibilizam com os encantos do Natal. A maioria das pessoas vive, sente e gosta do Natal; porém, há povos e uma parcela da humanidade que não o celebra. São apenas escolhas.
Nessa época, as pessoas ficam mais sensíveis e até um tanto quanto amorosas. Parece que precisamos de uma data para nos puxar para esse eixo, para nos tirar, por alguns dias e horas, do piloto automático.
Até a véspera de Natal, tudo tem um ritmo, mas parece que, no dia de Natal, tudo muda. Inconscientemente, nos permitimos ficar mais leves e carinhosos. Refiro-me à maioria das pessoas, não àquelas fadadas ao rancor. É como se fosse quase uma obrigação sermos mais sensíveis, amorosos e humanos.
Nessa época, muitas pessoas passam a enxergar os necessitados: as crianças sem brinquedos, sem comida e sem expectativa. Generosas contribuições são feitas, como se somente nessa época as pessoas precisassem de ajuda.
O Natal é lindo, e todos os sentimentos positivos que ele desperta são ótimos. As emoções e sensibilidades dessa época ajudam a melhorar o mundo.
Por outro lado, essa magia também mascara o antes e o depois dessa data. Não quero, de forma alguma, tirar a magia do Natal, muito menos menosprezar o que as pessoas fazem, mesmo que apenas nesse período do ano.
Queria apenas lembrar que tudo isso pode continuar durante o restante do ano: esses sentimentos, essa força para ajudar, a empatia — essa, principalmente, deveria ser obrigatória, quem sabe até com multa caso não fosse praticada.
Gostaria que ousássemos pensar mais em melhorar o mundo como um todo, e não apenas o que está ao redor dos nossos próprios desejos.
Existe, sim, um mundo bem grande, logo ali, a menos de 20 metros de cada um de nós.
Existem, sim, sonhos e desejos que nunca serão realizados, por uma infinidade de motivos. Existem, sim, pessoas carentes do “mínimo do mínimo” para sobreviverem e terem um pingo de dignidade. E essas pessoas precisam de só um “pouco do pouco” que cada um de nós tem para melhorar os seus dias.
Mas é fato: gostamos mesmo de não pensar nisso diariamente. É mais fácil e muito mais cômodo.
É fácil pensar apenas em nós mesmos. É mais fácil fingir que nada está errado e que ninguém precisa de nada.
Claro que é mais fácil. Mas poderia ser mais humano: pensar, entender e, quem sabe, ajudar durante o ano todo.
Feliz Natal!