*Lucas Esteves, Diretor de Criação na MCM Brand Experience
Quando falamos de inclusão em canais digitais de comunicação, para mim, tem a ver majoritariamente com visibilidade e representatividade das minorias. Além disso, tem a ver também com a necessidade de mostrarmos que existimos e merecemos respeito, independente de quem somos. Levando esses pontos para dentro do âmbito profissional, principalmente em tempos de pandemia, precisamos mencionar o quão importante é que as empresas não esqueçam que um outro pilar fundamental da inclusão é dar oportunidades. As corporações têm contratado minorias? Apoiam projetos que são voltados para elas? Quais as iniciativas práticas para mudar a realidade vivida atualmente por esse público?
A pandemia e o aumento do digital em nossas vidas não nos impede de pensar em mudanças. Por exemplo, muitos falam sobre implementar uma comunicação universal, mas acredito que ser inclusivo tem muito mais a ver com as particularidades. Não dá pra pensar que você tem uma forma de disponibilizar um conteúdo que seja universal, mas que você pode disponibilizá-lo em formatos diversos, cada um voltado para torná-lo acessível diante do público-alvo. Dessa forma, você alcança mais pessoas. Como fazer isso? Bem, esse é o desafio.
Muitas empresas e profissionais acreditam que a linguagem inclusiva é simplesmente neutralidade de gênero, mas vai muito além disso. Como podemos tornar um conteúdo em texto inclusivo para pessoas que não podem ler? Ou um áudio para quem não pode escutar? Esses formatos e métodos estão evoluindo constantemente, então esse “como” tem muito menos a ver com um método ou ferramenta, e é muito mais conectado com a boa vontade de aprender e transformar sua comunicação pensando na real necessidade das minorias.
Pensando nisso, durante a Semana da Diversidade e Inclusão, evento virtual que foi realizado com o objetivo de compartilhar as principais conquistas, desafios e próximos passos para a promoção da equidade no ambiente de trabalho, a BASF lançou também a sua ‘Cartilha de Diversidade & Inclusão’ para cerca de 6 mil colaboradores da empresa na América do Sul. Na mesma semana, foi anunciada a criação do programa ‘Aliados e Aliadas’, iniciativa que reforça o posicionamento da marca para valorizar e incluir seus colaboradores e colaboradoras LGBTI+.
A empresa também hasteou a bandeira do movimento LGBTI+ em suas fábricas da região, a fim de reforçar seu compromisso com a diversidade. Além de assumir compromissos públicos, muitos deles globais, buscando promover os direitos humanos, como o Pacto Global da ONU, incluindo os Princípios de Empoderamento das Mulheres e o Fórum Brasileiro de Empresas e Direitos LGBTI+.
Acredito que, atualmente, existem dois eixos de trabalho para que as empresas abordem sobre a diversidade. O primeiro deles é a comunicação, dessa forma, promovendo a representatividade, fazendo com que as pessoas se vejam em contextos diversos e se inspirem. Já no segundo eixo, a atitude é o diferencial, as empresas não devem apenas falar sobre diversidade e inclusão, mas sim incluir no dia a dia, com atividades, contratações, apoio às comunidades etc. Isso é fazer do mundo um lugar melhor, é mostrar que todos podem ocupar espaços. Então, quando as empresas vão além da comunicação e conseguem incluir de fato, oferecendo trabalho e a oportunidade de uma carreira, a transformação é ainda mais profunda – você pode de fato mudar a vida de alguém.
*Lucas Esteves é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP. Com 9 anos de experiência em comunicação, já atuou em grandes contas como IBM, BASF, L’Occitane, Gartner, Dell e Nextel. Lucas é Diretor de Criação na MCM Brand Experience e atua dedicando seu tempo ao bom desenvolvimento da equipe e dos projetos .