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Educação

Escola Bambini: olhar de amor para a criança

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Bambini significa, em português, crianças.

Porquê a escolha do nome? Principalmente porque a escola é das crianças.

Para nós a Bambini tem que ser, e é, o primeiro espaço social do indivíduo. Pensando nisso, a criança que sai daquele ninho de amor que é a família, tem que ir para um espaço social, para um coletivo muito bom que combine com a casa dela. Nasce assim o desejo de fazer uma escola humanista, onde todos são de fato respeitados, únicos e singulares, tanto os colaboradores como obviamente as crianças e seus familiares.

Nasce a Bambini com esse olhar. Com um olhar de amor, um olhar verdadeiro. Acreditamos que a escola não pode existir se não houver esta força maior que é positiva em amor ,em vida e em verdade. Quando a escola nasceu sempre refletimos sobre qual seria a abordagem. A Bambini tem como método o sócio interacionista, porém nós utilizamos da abordagem de Réggio Emilia. E os fundamentos vieram baseados na educação em Itália, e em específico da cidade de Réggio Emilia.
Cidade no norte da Itália que é exemplo para muitas das escolas da educação infantil. Por ser uma escola de fato humanista, uma escola que olha para a criança , que escuta a criança de verdade e que coloca a criança em cheque. Em cheque nos processos de aquisição de autonomia, em cheque na linguagem musical e artística como um todo. E é esse o nosso Norte: Réggio Emília. Somos uma escola em que não temos um método formado porque há uma soma de situações que são pertinentes a vários métodos.

Neste enquadramento, a abordagem e não o método, é de Réggio Emília. Porém lembrando que estamos no Brasil e a cultura de cada país, de cada região, de cada povo, deve ser sim colocada à tona, viva. Então a Bambini não é uma escola que tem um conteúdo próprio ou estratégias apenas da Itália. Ela também lembra muito a nossa cultura. Dessa forma a Bambini entende que alguns olhares são importantíssimos para o desenvolvimento de uma escola.

A Bambini tem quatro pontos cruciais, essenciais e fundamentais: a arte, a cultura, a natureza e obviamente o afeto.

  • A arte porque ela fala de linguagens. E esse é o nosso ponto de apoio, a criança tem que se expressar pelos poros inclusive.
  • A cultura porque é o que motiva, é o que muda o mundo, o que é passado de um para o outro e o que preserva a nossa história. Porém em cultura também se fala da criança que tem conhecimentos profundos do mundo que ela vive e do mundo externo. A criança que entende de tudo, da matemática, da aquisição da leitura e escrita, dos conhecimentos do mundo, de biologia. Esta é a cultura a que também nós nos referimos, que envolve obviamente a cultura de cada cidadão.
  • Natureza porquê? Porque nós entendemos que nada melhor do que estar em contato direto com a natureza. A natureza, por si só, é o mundo, é o aprendizado maior. É ela que nos equilibra. Ela traz-nos tranquilidade, é ela que nos ensina tudo. A natureza é um grande foco de trabalho para nós e é essencial que a escola tenha a natureza no seu dia a dia.
  • E o que permeia e tece toda essa linha pedagógica é o afeto, o amor, a verdade, a entrega, o olhar atento e gentil do adulto.

É importante que o adulto seja coerente na sua prática com a criança e também com o grupo de colaboradores, com o seu grupo interno. E o adulto afetivo de verdade é aquele que respeita a criança como um ser único, um ser valioso, um ser potente.

A Bambini permeia a abordagem voltada à Regio Emília, mas sempre seguindo seus princípios fixos, que são: a arte, a cultura, a natureza e o afeto.

Agora vamos falar um pouquinho sobre este trabalho que nasceu num momento ímpar, um momento ímpar mundialmente. Nasceu inicialmente de um desejo forte em realizar a arte, ou seja, parte do que é feito na escola.

A arte por quê?
Porque realmente não temos o espaço que é significativo e que é a condição também para tudo isso. O espaço fala, o espaço tem voz e tem cheiro, ele tem cara. O espaço tem que ser legítimo ao olhar da criança. Por isso o olhar da criança tem que ser belo, tem que ser artístico. Ele tem que ser pensado num movimento de apreciação.

As pessoas, ao entrarem na Bambini, falam que a escola parece um museu de arte. Deslumbram-se com a arte das crianças expostas nas paredes, no teto e no chão.

Acreditamos que o espaço é condição também para a vida infantil, principalmente no coletivo. A casa também deve ser linda, maravilhosa. e acreditamos muito que as produções das crianças devem estar nas paredes das casas, porque é lindo e valioso e cabe à apreciação. Pensando em espaço e em não poder provocar mais o espaço, em tempos de pandemia, vamos colocar o espaço da casa em cheque.

Vamos colocar o espaço da casa como um lugar lindo, belo, harmonioso e com design. Design infantil também, porque nós estamos em casa e todos temos que conviver juntos frente à situação do espaço. Vamos trazer também o espaço da criança para a casa. Essa foi a primeira consideração em relação ao material. E a segunda foi de trazer as professoras cheias de cumplicidade afetiva e que marcam de forma indelével o coração de cada criança, através dos seus videos.

Algumas professoras têm muito tempo de relacionamento com as crianças e o laço está muito forte, o que é a maravilhoso e lembra muito o Reggio Emília, o nosso norte. E mesmo as que estão à menos tempo, já criaram laços com as crianças. E para que esse vinculo não se perca, as professoras, afetivamente e pedagogicamente capazes que são, estão se doando em um trabalho pedagógico em relação aos vídeos. Até porque entendemos que a criança faz a leitura da imagem, que é algo muito forte e muito poderoso, por isso os vídeos são passados diariamente sempre no horário matutino, o que é de grande valia para que os pais também possam manter uma rotina. Os vídeos das professoras deixam claramente uma marca no coração das crianças.

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Abordemos agora um pouquinho o Almanaque.

O Almanaque é um trabalho que foge completamente do contexto apostilado, porque nós acreditamos que uma criança não merece uma apostila. Uma criança da educação infantil deve viver a vida. Nós na Bambini nunca acreditamos no processo que envolve uma apostila. A criança deve trabalhar com as mãos, com a coordenação motora fina, utilizar uma tesoura, um pincel, um lápis, a argila e as massas sintéticas, ou até mesmo uma massa de pão, o que é maravilhoso.

Nós não acreditamos nesse olhar acadêmico pesado onde a criança senta e tem que arcar com uma apostila que não tem contexto nenhum, em que ela faz a tarefa em um minuto ou menos. E pior, se ela rasgar, já fez a coisa errada e na verdade se ela rasgar é o que está certo na nossa concepção porque ela é muito pequena.
A apostila para nós entraria no ensino fundamental como algo pertinente à aquisição de conhecimento onde a criança tem de fato que escrever, folhear e estudar esse material.

A criança pequena, insistindo no conceito, deve brincar com os materiais. Assim ela se prepara para o futuro. A motivação da criança é brincar. A criança aprende através do brincar, e isso de fato é a mola da escola. Aí nasce o almanaque Bambini com uma cara, com um conjunto de folhas que trazem um compilado de situações desenvolvidas pedagogicamente.

Pensando no desenvolvimento integral e no desenvolvimento holístico da criança no que se refere às linguagens e na aquisição da autonomia. Porém, em casa e com muita cultura, porque nós queremos sim e preparamos nosso aluno para o futuro. Sendo dessa forma, eles aprendem. Eles conhecem os números, as letras, eles conhecem sobre o mundo. Lembrando sempre da arte, da cultura e da natureza.

Então esse material impresso, que é o Almanaque Bambini, vem orientando as famílias e responsáveis por essas crianças que estão em casa, direcionando a brincadeira e o ato produtivo que envolve o aprendizado. Nesse Almanaque temos inúmeras folhas que envolvem todos esses conceitos e que são diariamente colocados para os pais para que eles possam usá-lo. Nós também vamos passando as informações tanto para as crianças como para os pais.

Cabe lembrar que os professores são professores, os pais são pais, cada um na sua profissão. Isso é claro. E esse material traz essa possibilidade em aproximar uma família de uma realidade que não é dela. Os pais não são professores, mas neste momento específico, eles têm ferramentas, através deste material, incluindo colocações e posturas pedagógicas, que podem desenvolver com os alunos, seus filhos.

Então não é só a prática com a criança mas o porque da prática com a criança. Ele é muito lúdico, muito brincado, muito feliz, muito alegre e muito vivo, muito vida. Porque o próprio ato de passar aspirador na casa traz um grande aprendizado para a criança. Não é só pegar o aspirador para brincar, é muito mais que isso. O que é um aspirador. Como ele funciona. Vamos ver. Uau. Quanto aprendizado. Os pais agora têm essa possibilidade. Eles podem trazer esta profundidade na relação com as crianças.

Então o material do Almanaque vem de encontro às possibilidades sugeridas pela escola, que seriam feitas na própria escola, de uma forma coletiva e que envolve muito aprendizado através do brincar em casa.

O Almanaque Bambini foi pensado, também lembrando que a criança é sensorial. Ela quer pegar, quer sentir, quer cheirar, quer fazer, ela é produtiva e ela é viva frente às coisas, frente às informações visuais, às informações táteis. Então a Bambini criou um material onde a criança possa manipular e criar. Esse material, “esse kit”, é um presente de vida, que antes eles tinham na escola, e que as crianças agora estão ganhando em suas casas e que será executado junto com seus familiares e responsáveis.

Dentro desse presente, além do Almanaque, existem alguns objetos ainda não tão definidos, o que é maravilhoso, porque nós não quisemos definir nada, queremos que a criança defina. Como o boneco de pano, a sopa de letrinhas, rolhas, entre outros. A criança produz, a criança é o protagonista.

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Falemos um pouco sobre um deles, agora em específico: a Casa.

A Casa foi um material produzido em madeira e marcenaria, algo que gostamos muito pois lembra a natureza, trazendo o valor pedagógico do “fazer” frente à madeira, que tem cheiro, apesar de ser MDF.
Mas é uma madeira, não é um material sintético e não é um plástico, tem seu valor natural. Lembra natureza, é um objeto que vai ser construído, pintado e decorado pela criança.

Por quê uma casa?
Porque é onde eles estão, e para nós o valor da casa é algo muito significante, a casa é o nosso lugar, é o nosso refúgio. Fazer com que a criança entenda isso. Na Bambini nós temos muitas casas, têm a casa do Macaco, a casa da Carol, a casa do Leo, a casinha da Praça, enfim, nós entendemos que aproxima a criança da realidade maior que ela tem, que é a vida da casa, da família.
A casinha foi feita pensando em tudo isso que envolve esse sentimento do meu refúgio, do meu ninho de amor, e a casinha é bela.
Ela é toda feita com uma máquina com um traço todo muito milimétrico, onde há encaixe de verdade, a Casa não se desmonta, há um valor profissional em relação a isso, e é algo que a criança realmente vai poder construir, não é um brinquedo ao léu, algo que não vai durar, que não vai acontecer, que é feito por ser feito.

A casa é valiosa porque ela é cuidadosa. É a nossa casa. É o cuidado com a casa. As crianças vão construir com todas as hipóteses ali existentes. No primeiro vídeo, onde seguem as orientações pedagógicas sobre esse material, é dito para que seja a criança a explorar, tentar montar e construir sua casa. Elas vão encontrar formas autênticas em relação àquilo. A casinha vem de encontro ao momento além de que ela é, naturalmente, um brinquedo.

A casa depois de pronta faz com que a criança entre num processo de jogo simbólico, o jogo simbólico é brincar de vida, é brincar de dono da casa, que na verdade a criança é, esta é a sua casa.

E aí inúmeras situações voltadas à matemática, à construção dos móveis, à construção das cortinas, tapete, e até aos próprios moradores, o jardim, o número da casa, e a analogia e suposições frente à sua própria casa serão colocadas na interação com este brinquedo.

A confecção de um brinquedo para nós é algo cinequanon. Quando a criança constrói o seu próprio produto, o seu próprio brinquedo, de fato, ela passa a existir sem mídia, ela passa a existir de uma forma genuína. A criança é competente para isso e ela sabe que ela fez. Então, para nós, a criança produzir um brinquedo é algo mágico.

A Casinha é um dos materiais disponíveis neste presente, ela é forte, porque ela inicia um trabalho voltado ao zelo, à coordenação motora, à criatividade, ao simbólico, à aquisição de números, à própria escrita, à individualidade, o “eu”, à criança única, produtora que fará parte daquela casinha.

Nestes tempos invulgares, são necessárias abordagens inovadoras que ultrapassem as distâncias e continuem levando uma educação cheia de amor e imaginação às nossas crianças.

Assessoria VM

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