* Por Laura Porto, Administradora, Escritora e Mentora Organizacional
Essas benditas escolhas automáticas, que não percebemos, não sentimos e, pior ainda, das quais muitas vezes nem temos consciência.
A maioria das escolhas automáticas nem sempre são decisões naturais; na verdade, são escolhas alheias que incorporamos ao nosso dia a dia sem a menor cerimônia, sem a menor reflexão ou esforço de pensar se poderiam ser dispensadas ou redirecionadas para um propósito específico.
As escolhas automáticas são fáceis, cômodas e até convenientes. Elas vêm e vão no cotidiano, como se já estivessem programadas no piloto automático.
É difícil sair desse ciclo porque nosso inconsciente não sabe exatamente quais delas fazem parte do automático, que ações são provocadas por essas escolhas e quais consequências resultarão delas.
Vou dar alguns exemplos para ilustrar essa percepção:
Sabe quando você vai a algum lugar dirigindo ou até mesmo caminhando, e, ao se dar conta, já chegou lá? Você não lembra o que viu no caminho, por onde passou ou como chegou, só sabe que chegou.
Isso é uma escolha automática. Você não definiu conscientemente o caminho, não escolheu o ritmo, apenas foi. Esse “ato de ir” é uma escolha automática, gravada no seu inconsciente, e você simplesmente executou a ação.
Esse é um exemplo típico de escolha automática: ela te levou ao destino.
Isso não significa que escolhas automáticas são ruins; significa apenas que, naquele momento, essa escolha fez sentido. Ela permitiu que seu cérebro descansasse e liberasse espaço para processar outras decisões.
O lado positivo é que você não se cansa nem precisa gastar energia mental pensando sobre o trajeto ou sobre a execução da ação. No entanto, a médio e longo prazo, esse padrão pode se tornar apenas algo repetitivo, impedindo que você se permita fazer novas escolhas para a mesma situação.
E o propósito deste artigo é justamente despertar a consciência para a possibilidade de novas escolhas.
Sabe quando fazemos algo todos os dias da mesma forma? Isso pode ser confortável, mas também se torna monótono e desprovido de novas perspectivas. Quando somos obrigados a mudar de rota ou alterar o caminho, descobrimos novas possibilidades que podem transformar nossas percepções.
Se você optar sempre pelo caminho das escolhas automáticas, corre o risco de cair na mesmice e até na fadiga mental.
Como mencionei antes, as escolhas automáticas não são ruins, mas, de vez em quando, podem — e devem — se tornar mais conscientes. Isso abre espaço para novas possibilidades de ação, sentimentos e interesses variados.
Estamos vivendo esta vida, aqui e agora. Fazer de cada dia algo mais real e significativo é uma escolha que cabe a cada um de nós, a todo momento. E permitir-se experimentar novas possibilidades também é.