Rio, 8 de janeiro de 2019
Em 2018, foram investidos mais de R$ 57 bilhões em óleo e gás no Brasil, e no período de 2019 a 2021, em média, serão mais R$ 72 bilhões por ano, de acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Só no estado do Rio, foram produzidos aproximadamente 70% do óleo do país e 50% do gás natural. Entre janeiro e agosto, no Rio, foram
R$ 13 bilhões em participações governamentais e utilizados mais de 70% da capacidade de refino.
Os dados foram detalhados por Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, no evento “Agenda do Futuro”, organizado pelo Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Rio, órgão vinculado à Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj). Karine apresentou os dados do documento “Potencial dos Mercados de Petróleo, Gás Natural e Naval para o Rio de Janeiro”, editado pela gerência em dezembro de 2018.
Os investimentos no mercado de petróleo e gás (P&G) foram uns dos destaques, visto que o Rio se manterá como principal polo atrativo nos próximos anos. “Estão previstas instalações de 16 sistemas de produção offshore e o início de mais de 14 projetos de produção offshore até 2023”, informou Karine, que também é superintendente geral da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP).
Pautas prioritárias
Com o fortalecimento dessa cadeia produtiva, é possível ter um mercado maduro, com vários produtores e consumidores e maior competitividade, segundo Karine. Por outro lado, ela ressaltou que é preciso levar em consideração que o mundo caminha para a redução da emissão de carbono, ampliação da oferta de energias mais sustentáveis e o gás natural é o principal caminho para essa transição, além dos investimentos no desenvolvimento de tecnologias pelo mercado de petróleo e gás, mas são capazes de serem utilizadas por outros segmentos da economia”, pontuou.
No fim de dezembro, o ex-presidente Michel Temer editou o Decreto nº 9.616/2018, renovando o marco regulatório para o transporte e as atividades de tratamento, processamento, estocagem, liquefação, regaseificação e comercialização de gás natural. “Esse já é um passo importante para o fortalecimento do mercado de gás no país”, acrescentou Karine.
Além disso, a Firjan listou as pautas prioritárias para alavancar ainda mais o desenvolvimento do mercado. Alguns desses pontos são: a internalização do Repetro com correção de critério de atratividade, fortalecendo a cadeia produtiva presente no estado; a criação de condições favoráveis ao aumento do fator de recuperação dos campos maduros com incremento de produção; o fortalecimento do mercado de gás natural, na esfera federal, com a flexibilização necessária para um cenário de vários produtores e milhares de consumidores; e a construção e viabilização de um plano diretor para o Rio, que amplie a oferta de infraestrutura terrestre e marítima para apoio às operações de exploração e produção, refino, transporte e distribuição.
O evento, em 17/12, na Alerj reuniu políticos recém-eleitos e representantes do setor produtivo e de segmentos da sociedade civil para debater temas considerados estratégicos para a retomada do crescimento econômico fluminense.
Foto: KarineFragoso©JuliaPassos