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Aline Azevedo, Renata Porto e Thaís Matoszko, sócias-fundadoras da Aravita, zMatch e CUB, respectivamente, destacam a importância da inclusão feminina e os desafios contínuos enfrentados no setor
A presença das mulheres no campo da tecnologia nunca foi tão essencial: em um setor que molda o futuro do trabalho, da educação e de inúmeras esferas da sociedade, a diversidade de gênero é crucial para garantir que as soluções tecnológicas sejam robustas e inclusivas.
Embora as mulheres representem mais de 50% da força de trabalho em muitas áreas, sua participação na tecnologia ainda é desproporcionalmente baixa. De acordo com a pesquisa Women in tech, menos de 20% dos cargos de tecnologia no Brasil são ocupados por mulheres. Isto levanta questões sobre como as inovações tecnológicas atendem de maneira equitativa a todas as partes da sociedade. Ainda, segundo a McKinsey, dar às mulheres as mesmas oportunidades que os homens pode adicionar até U$12 trilhões ao PIB global até o final deste ano.
“Soluções tecnológicas bem sucedidas passam por resolver dores reais dos usuários, algo potencializado pela habilidade das mulheres de se conectar e compreender o outro”, afirma Aline Azevedo, sócia-fundadora e diretora de Produtos da Aravita. “Nossa capacidade de gerenciar equipes multidisciplinares, equilibrando diferentes perspectivas, cria um ambiente onde a criatividade floresce, impulsionando inovações que agregam valor ao mercado e geram resultados concretos para o negócio”, completa ela.
Um exemplo disso é a zMatch, cofundada por Renata Porto, que está redefinindo a relação das pessoas com os carros ao oferecer um modelo de assinatura que une conveniência e sustentabilidade. “As pessoas dizem que no financiamento elas ficam com o carro no final, mas não costumam considerar a depreciação, os juros e outros fatores que fazem compensar bastante nosso modelo de negócios. Entregamos ao consumidor uma nova forma de ‘ter um carro’, incentivando a adoção das novas tecnologias que buscam uma mobilidade mais limpa”, explica Renata.
Já Thais Matoszko, CFO da CUB, destaca que, apesar dos avanços, ainda há desafios diários para as mulheres no ecossistema de inovação, especialmente em um ambiente historicamente masculinizado. “Tenho a sorte de trabalhar com co-founders excepcionais e em um ambiente onde o sexismo não é um problema. Mas, em interações externas, como em algumas reuniões com investidores e parceiros, ainda enfrentamos situações que nos fazem perceber que o caminho para a equidade não está completo”, afirma. “Participo de alguns grupos de mulheres empreendedoras e, quando compartilho com amigos, a pergunta sempre é: ‘Mas sobre o que vocês falam?’. E a resposta é simples: negócios, empresas e crescimento, oras!”
Aline, Renata e Thaís também enfatizam a importância de se posicionar com confiança e autenticidade, encorajando outras mulheres a abraçarem suas conquistas sem medo de serem vistas de forma diferente. “Nossas colegas são nossos maiores exemplos”, enfatizam.
À medida que continua a luta pela igualdade de gênero no setor tecnológico, histórias como estas servem de inspiração para futuras gerações de mulheres que desejam deixar sua marca também nas lideranças e realizar melhorias. O reconhecimento do valor da diversidade não é apenas um benefício para as empresas, mas uma necessidade vital para a inovação efetiva no setor de tecnologia.