Afrebras critica ajuda do Estado no enriquecimento dos empresários do setor de bebidas.
POR: Afrebras
A lista de novos bilionários da revista Forbes de 2021 foi divulgada e existem três nomes que estão ligados aos oligopólios de bebidas no Brasil, entre eles estão Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto da Veiga Sicupira. Somando o patrimônio dos três, chegamos a R﹩ 210,5 bilhões.
Em meio à uma crise sanitária, uma crescente inflação e um alto nível de desemprego, existem bilionários expandindo seus lucros. Lembrando que a Ambev utiliza benefícios fiscais, mais especificamente por créditos de IPI, uma forma de subsídio que é bancada pela sociedade.
Fica a indagação: teria o Estado brasileiro optado por ajudar milionários a se tornarem bilionários por políticas econômicas? Caso a resposta seja sim, o Estado brasileiro precisa reverter essa transferência de renda que só beneficia a parcela do 1% mais rico do nosso país.
Toda essa situação promove um corporativismo, ou seja, o poder econômico entre governo e empresa se mesclam e buscam atender a apenas interesses que beneficiam um ao outro. Um exemplo disso seria o atraso na discussão de reformas na tributação que promovam mais igualdade. E esses atrasos são de interesse de quem não quer perder com a tributação de grandes fortunas, lucros e dividendos.
É preciso ressaltar também que o Brasil, até o final de 2021, deve deixar de arrecadar R﹩ 475 bilhões devido às renúncias fiscais, segundo um estudo da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil). Entre esses privilégios, os maiores são a isenção de lucros e dividendos, não tributação de grandes fortunas e a ZFM (Zona Franca de Manaus).
Parte desse capital deveria estar sendo usado para promover políticas econômicas que auxiliem a retomada de empregos, diminuição da dívida pública e aumentar os gastos com saúde e seguridade social no meio da pandemia.
A Afrebras com seus valores de isonomia, competição justa, defesa da justiça tributária e igualitária dentro do setor de bebidas se põe, alerta e pede para que os formuladores e participantes da estrutura político-econômica do país aloquem os recursos públicos de forma eficiente e igualitária.