São 250,6 mil em todo o país, de acordo com dados do primeiro semestre deste ano levantados pela Assespro-PR e UFPR. Desde 2010, cresce a abertura de negócios, mas também aumenta a inatividade de outros.
POR: Engenharia de Comunicação
Da década anterior para a atual, o Brasil acumula uma expansão no número de empresas do ramo de serviços em tecnologia da informação (TI). Atualmente, elas somam 250,6 mil em todo o país, ou 49% mais do que o total existente em 2010. No período, destaca-se o crescimento do Paraná. Onze anos atrás, o estado era o quinto em total de empresas; agora, além de ultrapassar o Rio Grande do Sul e chegar à quarta posição do ranking, está mais perto do terceiro colocado, Minas Gerais.
Esses e outros dados fazem parte da mais recente edição do “Insights Report – Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação”, publicação da Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação no Paraná (Assespro-PR), em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). O levantamento é feito com base em dados oficiais (da Receita Federal) e o diagnóstico serve de parâmetro para investimentos e políticas públicas no setor de inovação.
Consolidado em julho, e com dados relativos ao primeiro semestre de 2021, o boletim aponta, ainda, abertura recorde de empresas no ramo de serviços em TI, durante a pandemia de Covid-19. Em 2020, foram 25 mil novos negócios nesse ramo, no país. Nos seis primeiros meses deste ano, já foram 16 mil novas empresas, o que equivale a 64% do registrado durante todo o ano de 2020.
Em contrapartida, assim como ocorreu no acumulado de uma década (2010-2020), o levantamento constata que, se de um lado cresce a quantidade de aberturas, a crise econômica a partir de 2015/2016 mantém como regra também o aumento da inatividade de negócios. Para as 16 mil empresas abertas no país no ramo de serviços em TI entre janeiro e junho de 2021, verificou-se um total de 5 mil outras inativas.
“A quantidade de empresas criadas [no Brasil] passou de cerca de 14 mil, em 2010, para 25 mil em 2020, uma alta de 79%. Já as empresas inativas passaram de cerca de 6 mil para 11 mil [no mesmo período], um aumento de 80% de inativas”, sublinha o estudo. O crescimento na abertura de novas empresas, no decênio, foi freado pelos resultados de 2015 e 2016, quando houve quedas no PIB de -3,5% e -3,3%, respectivamente.
DADOS – BRASIL
Empresas criadas
2010 – 14,1 mil
2020 – 24,5 mil
1º semestre de 2021 – 16,2 mil
Empresas inativas
2010 – 5,8 mil
2020 – 11,1 mil
1º semestre de 2021 – 5,5 mil
Estoque (criadas, menos inativas)
2010 – 168,1 mil
2020 – 239,9 mil
1º semestre de 2021 – 250,6 mil
A SUBIDA DO PARANÁ NO RANKING NACIONAL
O boletim da Assespro-PR e da UFPR aponta que o Paraná apresentou uma taxa de crescimento de empresas no ramo de serviços em TI da ordem de 70%, entre os anos de 2010 e 2020. Acima dos 40% de média nacional no mesmo período. No primeiro semestre de 2021, são 1,2 mil novas empresas no ramo em questão, ao passo que outras 300 foram identificadas em inatividade.
“A quantidade de empresas criadas passou de 900, em 2010, para cerca de 1,7 mil, em 2020, com um incremento de 90%”, indica o levantamento. Por outro lado, a inatividade, assim como na média brasileira, também se expandiu. “As empresas inativas passaram de cerca de 300, em 2010, para cerca de 700, em 2020, aumento de 130%”, informa o estudo.
DADOS – PARANÁ
Empresas criadas
2010 – 900
2020 – 1,7 mil
1º semestre de 2021 – 1,2 mil
Empresas inativas
2010 – 300
2020 – 700
1º semestre de 2021 – 300
Estoque (criadas – inativas)
2010 – 9,5 mil
2020 – 15,1 mil
1º semestre de 2021 – 16 mil
Atualmente (dados consolidados no primeiro semestre de 2021), o Paraná conta com um estoque de quase 16 mil empresas ativas no ramo de serviços em TI. Um pouco acima dos 15,1 mil ao término de 2020, exercício cujo ranking tem São Paulo na liderança, com 118 mil empresas em atividade. O segundo da lista é o Rio de Janeiro, com 24 mil; Minas Gerais vem em terceiro, com 17 mil empresas ativas. O Rio Grande do Sul, quinto colocado, acumula 13 mil. A diferença entre o primeiro colocado e as demais unidades da federação mostra a concentração do setor especificamente em São Paulo e, de um modo geral, no Sul e no Sudeste brasileiros.
Em 2010, no entanto, esse ranking era um pouco diferente. O Paraná é que ocupava a quinta posição, à época com 9,5 mil empresas ativas, atrás do Rio Grande do Sul (10 mil). Minas, terceiro colocado, contava com 12 mil. Ou seja, hoje (2021), a diferença entre o Paraná e o terceiro posicionado no ranking é de 12 pontos percentuais, ao passo que em 2010 essa distância era de 20 pontos percentuais.
RANKING – 5 ESTADOS COM MAIS EMPRESAS
2010 – Estoque de empresas, por estado
SP 85 mil
RJ 19 mil
MG 12 mil
RS 10 mil
PR 9,5 mil
2020 – Estoque de empresas, por estado
SP – 118 mil
RJ – 24 mil
MG – 17 mil
PR – 15 mil
RS – 13 mil
Na avaliação do presidente da Assespro-PR, Lucas Ribeiro, os dados mostram que a sinergia constantemente buscada entre empresários do setor, poder público, instituições da sociedade e universidades, no Paraná, tem sido frutífera. “Temos, por meio da Assespro-PR, uma série de parcerias (como esta com a UFPR, que viabiliza o ‘Insight Reports’) no sentido de identificar potencialidades – e aproveitá-las – e gargalos – e enfrentá-los”, assinala.
A edição mais recente do “Insight Reports” traz também outros dados, como a distribuição das empresas por regime tributário e fiscal e, ainda, dentro do Paraná, especificidades, como a distribuição das empresas por municípios. A publicação fica disponível no site da Assespro-PR: https://www.assespropr.org.br/insights-report-2021/.
CRÉDITO FOTO: enviada pela Engenharia da Comunicação