Especialista em gestão explica por que o boom de novas empresas no Brasil ocorre nesse contexto de pandemia
POR: Digital Trix
O ano de 2020 foi difícil para muitas pessoas – segundo levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil encerrou outubro com 13,8 milhões de desempregados, cerca de 3,6 milhões a mais do que o registrado em maio, o que corresponde a uma alta de 35,9% no período. Por outro lado, devido aos cortes de pessoal promovidos pelas empresas, muitos brasileiros decidiram virar o jogo por conta própria e abrir um negócio. Os números revelados pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que foram criados 1,47 milhão de MEIs de janeiro a setembro de 2020 – um recorde desde o surgimento da categoria em 2009.
Para Uranio Bonoldi, essa foi a alternativa encontrada para obter renda: “Com a crise, veio também a possibilidade de se reinventar. Quem já pensava em abrir um negócio, finalmente tomou a decisão de dar o pontapé inicial, e quem se viu desempregado ou perdeu parte da renda, também embarcou no empreendedorismo como forma de não ficar para trás”.
Abrir o primeiro negócio é mais simples do que parece – e é possível fazer isso sem sair de casa, o que facilita ainda mais o processo. “Houve uma grande redução de custo e desburocratização para quem deseja se tornar MEI, por exemplo. Muitas pessoas optaram em transformar um serviço que já faziam, como consultoria, refeições (catering), serviços de costura, marketing, aulas etc., em empresas especializadas. Com a ajuda das redes sociais, estenderam o alcance das vendas não só para parentes e amigos, mas para uma ampla parcela da comunidade”, comenta Uranio.
A partir dessa tendência é possível observar como crises costumam gerar oportunidades. “Claro que não podemos glamorizar os números do desemprego, as pessoas têm enfrentado diversos problemas financeiros – mas é interessante pensar em como podemos ser mais resilientes do que imaginamos quando a necessidade é urgente. Nossa capacidade, quando posta à prova, costuma ser maior do que achamos que ela realmente é”, acredita o especialista, e completa: “Daí a importância do autoconhecimento, para se sobressair não apenas em momentos de crise, e sim, construir uma trajetória de ascensão, independente de qualquer situação que se apresente diante de nós”.
Sobre o autor
Uranio Bonoldi atua como executivo e também como professor para turmas de MBA na Fundação Dom Cabral, é palestrante e escritor. Possui longa experiência executiva em cargos de alta gestão, especialista em tomada de decisão, carreira e negócios. Na Fundação Dom Cabral ministra aulas para executivos sobre poder e tomada de decisão. https://www.uraniobonoldi.com.br