POR: RS Comunicação
Vivemos uma época de enorme influência tecnológica em diversos segmentos e, na cirurgia oncológica, isso não seria diferente. Cada vez mais a tecnologia invade o dia a dia e traz benefícios para as pessoas. E na cirurgia oncológica, isso também torna-se realidade. É o que explica o Cirurgião Oncológico e Diretor Científico da SBCO-PR e Coordenador do programa de treinamento em Cirurgia Robótica do Hospital Erasto Gaertner, Dr. Reitan Ribeiro.
Dados mostram que a primeira cirurgia robótica no país ocorreu há dez anos, mas foi apenas em 2012 que a cirurgia ganhou força. Atualmente, o número total de equipamentos triplicou, a maioria está em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os demais se distribuem por Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará, Distrito Federal, Pará e Paraná. Em Curitiba, o cenário ganha força em 2020. “O cenário está mudando e hospitais fizeram aquisições recentes. Esperamos que no próximo ano mais pacientes tenham acesso a essa tecnologia. Ainda são poucos os cirurgiões treinados para cirurgia robótica, mas esse número cresce rapidamente e deve passar de 10 para mais de 50 em 1 ano”, avalia Dr. Reitan.
Vale dizer que a Cirurgia Robótica é uma evolução da cirurgia laparoscópica, com instrumentos de grande precisão e variações de movimentos, além de uma micro câmera com imagem tridimensional magnificada que permite ao cirurgião operar como se estivesse dentro do paciente. Embora praticamente qualquer cirurgia minimamente invasiva possa ser realizada por robótica, as vantagens deste método são mais perceptíveis nos procedimentos de alta complexidade. Os benefícios da cirurgia minimamente invasiva em geral incluem menor sangramento durante a cirurgia, menos dor no pós-operatório, recuperação mais rápida, entre outros, quando comparado à cirurgia convencional ou aberta. “Mas toda novidade acaba tendo um custo mais elevado no início e nem todos os pacientes têm condições para arcar com o custo de uma cirurgia robótica, uma vez que os procedimentos ainda não estão citados entre os obrigatórios para pagamentos pelos planos de saúde”, explica Dr. Reitan.
De forma geral, é consenso que o robô se aplica a procedimentos mais complexos, nos quais a laparoscopia pode encontrar certa dificuldade. Procedimentos simples, não se beneficiam do uso do robô. “É importante dizer que quanto mais complexo e delicado o procedimento, mais a robótica se sobressai e isso é o futuro”, avalia.
Mas para o cirurgião estar apto a operar por robô, necessita de uma nova capacitação e essa formação para Cirurgia Robótica está mudando. Desde o final do ano passado, as Sociedades Médicas estão organizando a certificação dos cirurgiões. Segundo Dr. Reitan Ribeiro, “a exigência envolve um treinamento teórico, muitas horas em um simulador, treino com o equipamento e, por fim, a realização das primeiras cirurgias em conjunto com um cirurgião já certificado, chamado de proctor”. Importante dizer ainda que “Quem opera é o cirurgião sentado no console comandando o robô que está em contato com o paciente”, diz.
Sobre a SBCO-PR – A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica Regional Paraná é o braço no Estado da Nacional. Uma entidade sem fins lucrativos, formada por cirurgiões oncológicos que trabalham de forma voluntária com a missão de melhorar o atendimento oncológico no Paraná. A SBCO-PR tem o cirurgião oncológico Bruno Roberto Braga Azevedo como o novo Presidente para a gestão 2019-2021.