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O futuro da indústria Óleo e Gás

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Licenciamento ambiental, transição energética e política de preços de combustíveis foram temas de debates da Rio Oil & Gas 

As primeiras sessões do último dia da 19ª edição contaram com palestrantes nacionais e internacionais que debateram licenciamento ambiental, transição energética e política de preços de combustíveis.

Um dos temas mais relevantes para a indústria na atualidade, o licenciamento ambiental foi debatido durante a sessão especial “Licenciamento ambiental e o futuro sustentável da indústria de petróleo e gás no Brasil”. Bruno Eustáquio, diretor do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI), Marcelo Mafra, superintendente de Segurança Operacional e Meio Ambiente da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), e Larissa dos Santos, diretora de Licenciamento Ambiental do IBAMA, apresentaram uma visão governamental sobre o assunto. Segundo Mafra, o contrato de 23 blocos offshore estão parados por atraso no processo de licenciamento ambiental. “O impacto da variável ambiental nos projetos de E&P é notável. Perdem-se oportunidades de geração de emprego, efeito renda, participações governamentais e desenvolvimento de novas tecnologias”, disse.

Larissa dos Santos destacou que a demanda por novos licenciamentos vem aumentando. Segundo ela, até 24 de setembro deste ano, o IBAMA tinha 2.799 processos ativos – contra 2.167 em 2017. Na indústria de petróleo e gás, já são 22 processos ativos em 2018. “No total, são 558 processos de licenciamento relativos ao setor de óleo e gás sendo analisados por 62 analistas. Sob essa perspectiva, podemos dizer que tivemos muitos avanços na recente gestão do órgão”, comentou.

Em termos de melhorias para a área, Bruno Eustáquio destacou a necessidade de fortalecimento da governança para maior alinhamento entre as instituições, bem como o avanço com os projetos estruturantes do Acordo de Cooperação Técnica entre a ANP e o IBAMA. Questões como a elaboração do caderno de boas práticas do licenciamento ambiental e a ampliação da integração técnica entre as instituições também foram mencionadas como avanços necessários para esse tópico.

Preços de combustíveis

Em painel que discutiu os papeis e responsabilidades nas políticas de preços de combustíveis, o presidente da Raízen, Luiz Henrique Guimarães, criticou a tentativa de regulação dos preços de combustíveis pela ANP. Ele defendeu que o mercado nacional não precisa de nenhum outro instrumento, senão o próprio mercado funcionando e se auto regulamentando. “Ninguém controla na indústria três variáveis: câmbio, preço do barril e imposto. É isso que afeta o preço e ninguém controla no mundo”, justificou o executivo.

Segundo ele, foi o monopólio da Petrobras que afastou as grandes petroleiras mundiais do mercado de distribuição do país. “Esse mercado quebrou. As grandes empresas saíram do Brasil e não voltaram. As que resistiram, só existem porque fizeram fusão. Ninguém quer voltar”, afirmou. Guimarães disse ainda que é preciso ajudar a Petrobras a levar adiante seu programa de desinvestimento, combater a adulteração de combustíveis e diminuir a tributação.

O diretor da Fecombustíveis, Emílio Martins, reconheceu que a Federação está apreensiva com as mudanças que a ANP vai propor. “ A Fecombustíveis não é contrária a qualquer mudança no mercado, nos adaptaremos ao que for. Mas se tem uma coisa que funciona no Brasil é o mercado de distribuição de combustíveis”, concluiu.

 Transição energética

A transição energética foi tema de sessão especial nesta quinta-feira, que contou com líderes de empresas globais para falar sobre o novo cenário no setor. Em meio a diversas transformações, principalmente com o avanço da tecnologia, Carla Lacerda, presidente da ExxonMobil Brasil, destacou que busca sempre olhar à frente e encontrar soluções para o futuro e apresentou pela primeira vez a estratégia da companhia para a transição. “O Brasil é o país do desenvolvimento, em todos os aspectos. A transição energética é o caminho e temos uma gama de variedades naturais para torná-la real. Ainda estamos muito distantes da nossa meta, mas acreditamos que até 2040 temos um caminho promissor pela frente e usaremos ainda mais o biocombustível em nossa atuação”, comentou.

O presidente da Shell, André Araújo, explicou que a indústria vem entendendo essa necessidade de transformação e as empresas sabem que não podem mais atuar sem pensar nas consequências geradas.  “Temos que mudar o sistema de energia de hoje para um sistema de baixo carbono e saudável para o meio ambiente. É muito importante estarmos todos juntos nisso, pois é nossa responsabilidade atuar de forma consciente”, comentou. O executivo também se referiu a recentes decisões positivas como a proibição do uso de canudos para inibir a produção de plástico.

Para finalizar, Anders Opedal, presidente da Equinor no Brasil, reforçou como a troca de experiências entre os países é de extrema importância. “Trabalhamos para sermos o mais eficientes possível e aprender sempre. Cada país tem sua especificidade, mas utilizamos as mesmas tecnologias disponíveis, pois o importante é sempre testar todas as possibilidades. Às vezes temos sucesso, às vezes não, mas sempre saberemos que tentamos ao máximo os melhores resultados possíveis”, concluiu.

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