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Finanças

O impacto da tecnologia nos resultados de investidores profissionais em FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios)

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Por Leonardo Costanza e Luiz Castello Branco

Os investimentos em renda fixa são conhecidos, geralmente, pelo baixo índice de risco e rentabilidade discreta. No entanto, algumas categorias, ainda pouco conhecidas, têm apresentado crescimento entre os investidores profissionais, como os FIDC’s (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios), que permitem que investidores profissionais invistam em recebíveis de determinadas empresas.

 

De acordo com levantamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), menos de 30% dos investidores profissionais contam com cotas neste tipo de mercado. No entanto, o modelo tem se destacado nos últimos anos. Ainda segundo a pesquisa, o número de fundos destinados aos FIDC’s passou de 747, em 2017, para 1.225 em 2020, resultando em um crescimento de cerca 64%. Com relação aos valores, dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) apontam que os valores mobiliários emitidos para este tipo de investimento passaram de R$ 16,4 bilhões para R$ 32,2 bilhões, no mesmo período, o que equivale a mais de 96% de crescimento.

 

Diante deste cenário, é importante entender os riscos e as vantagens de investir no Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, bem como o papel importante da tecnologia para auxiliar aqueles que optam por entrar neste mercado.

 

O que é e como funciona o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios

 

Este modelo de investimento é regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e destinado, como mencionado anteriormente, para investidores profissionais, ou seja, pessoas ou empresas experientes no ramo de investimento, gestores de patrimônio, fundos de crédito e investidores com certificação da CVM.

 

O FIDC é estruturado em três categorias de cotas: Subordinada, Mezanino e Sênior. A primeira trata-se de uma cota parecida com investimento em capital, ou seja, a rentabilidade é superior às outras cotas, mas possui risco elevado, uma vez que, em caso de inadimplências com relação aos títulos, eles são os primeiros a serem atingidos. Além disso, só recebem os valores após as demais cotas, pois fazem parte da base de investimentos.

 

A cota mezanino é intermediária e tem preferência com relação à subordinada, o que diminui os riscos e, consequentemente, a rentabilidade dos investidores desta categoria. E, por fim, a cota Sênior, que tem prioridade sobre as duas outras, com riscos ainda menores e rentabilidade reduzida. Isto ocorre porque, na ordem prioritária, os cotistas seniores são os primeiros a receber os dividendos e os últimos a serem afetados em caso de inadimplência.

 

Benefícios e desafios ao investir em FIDC’s

 

O principal ponto a ser abordado quando se trata de FIDC é o risco com relação aos investimentos. Ao comprar Certificados de Depósito Bancário (CDBs) de bancos, por exemplo, a garantia de recebimento é elevada, com rentabilidade de 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). No caso das debêntures, o risco passa a ser do investidor e não mais do banco. Neste caso, ao investir em FIDC é necessário que sejam realizadas análises de crédito, de possibilidade de inadimplência e de retornos esperados. A partir disso, o FIDC possibilita uma rentabilidade diferenciada, muito acima do CDI, com níveis de risco que o investidor tem capacidade técnica para avaliar.

 

Neste sentido, a tecnologia torna-se uma grande aliada, não apenas do investidor, mas também do cedente, ou seja, da empresa titular dos direitos creditórios. Isto acontece porque existem empresas especializadas neste mercado que oferecem sistemas de gestão integrados que organizam todo o processo necessário para as empresas creditórias, captam investidores profissionais no mercado e oferecem informações em tempo real a fim de monitorar e auxiliar para tomadas de decisão mais assertivas.

 

Este processo automatizado garante à empresa maior eficiência e agilidade ao eliminar erros e, consequentemente, resultados concretos. Para o investidor, o gerenciamento dos processos garante segurança, elimina os riscos e possibilita maior assertividade nas decisões. A junção destes benefícios propicia ao investidor profissional uma rentabilidade diferenciada, com riscos reduzidos.

 

De um modo geral, o FIDC tem se tornado uma alternativa importante no segmento de renda fixa e conquistado um espaço estratégico no mercado de investimentos. Desta forma, quando alinhado ao desenvolvimento tecnológico e às facilidades por ele possibilitadas, faz-se interessante, tanto para os investidores profissionais, quanto para as empresas que desejam entrar neste mercado estudarem a categoria e descobrirem as oportunidades de negócio oferecidas a partir dela.

Leonardo Costanza é Diretor de Inovação e Novos Negócios da Sky One, empresa especializada no desenvolvimento de plataformas que automatizam e facilitam o uso da computação em nuvem. Já, Luiz Castello Branco é CEO da CreditCorp, companhia que antecipa recebíveis através de plataforma 100% digital para empresas que precisam equilibrar seu fluxo de caixa.

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